Muito mais do que aprendizado em pista
A catarinense Bruna Tomaselli compete na USF2000 e integra o Programa Road To Indy buscando chegar à categoria máxima do automobilismo nos Estados Unidos, a Fórmula Indy.
Após quase duas temporadas na USF2000, posso fazer uma avaliação mais exata sobre o que o Road to Indy entrega aos pilotos, e com certeza posso dizer que não são apenas voltas e voltas em uma pista, mas sim vários outros aprendizados que são importantes para a vida de um piloto.
O motivo de eu ter escolhido os Estados Unidos em vez da Europa foi por questões financeiras, e também, pelo fato de o programa Road to Indy disponibilizar ao campeão de toda categoria de base da Indy uma boa parte da premiação em dinheiro, o que ajuda nos gastos para a próxima etapa, e isso todo mundo que vive no nosso “meio” sabe o quanto é importante.
O ano na USF2000 é muito intenso. A quinta-feira, que é o dia muitas vezes de reconhecimento é igual ao início do ano, quando tivemos media training e outras “aulas” sobre como o piloto deve se comportar e qual a melhor forma de impulsionar a carreira tanto em redes sociais como no próprio fim de semana de corrida ou treinos, o que para mim, é de grande importância, pois o piloto além de ser rápido, tem que ter um perfil e personalidades interessantes, tanto para a equipe como para os patrocinadores.
Na sexta-feira começa a diversão na pista, com treinos oficiais e quase sempre classificação. É quando começa o ano das corridas. As categorias que participam no Road to Indy têm as etapas nos mesmos circuitos e finais de semana da IndyCar. A USF2000 tem sete etapas por ano, começa em março, com o circuito de rua de St. Petersburgo, e acaba em setembro, neste ano, em Portland. O fato de as etapas serem junto com a Fórmula Indy é muito bacana e acredito que seja o “charme” do programa. Quem não gosta de estar no mesmo ambiente que Tony Kannan, Scott Dixon e outros grandes nomes? E, além de tudo, aprender junto com todos esses pilotos, olhando-os na pista e até mesmo a atitude deles nos boxes e pitlane.
Sábado e domingo é onde deve se ter muita inteligência e vontade de vencer, pois é sempre nesses dias que as corridas são realizadas. Comparo ao campeonato em andamento. Além de circuitos de rua, como St. Pete já mencionado, e Toronto, temos também uma etapa em oval, o que prepara o piloto para o que pode estar pela frente. Este ano, antes de começar as atividades em pista, tivemos uma “palestra” com Josef Newgarden e Kyle Kaiser, dois pilotos da IndyCar, que mostraram um pouco sobre como é uma corrida em oval. Eu, particularmente, tirei um grande aprendizado na etapa deste ano, vi que técnica te dava coragem para ser mais rápido.
O fim de semana de corrida também é marcado por sessão de autógrafos, onde é muito bacana ver como o pessoal é realmente fã de automobilismo e como eles curtem os pilotos, as vezes fazem perguntas estranhas como qual é o fast food favorito, mas isso mostra o carinho que eles sentem por nós, pilotos. Enfim, o programa é muito bacana para quem está interessado em seguir carreira no automobilismo, porque acima de tudo você aprende, o que te faz ser um piloto dentro e fora das pistas.
Se você, piloto, ou pai de piloto está em dúvida sobre a sequência da carreira e almeja o automobilismo internacional, recomendo conhecer mais de perto o programa Road to Indy.