Orçamento
Flavia Mosimann atua nas redes sociais da Copa SPR Light e RBC Motorsport. Ela é também mãe de piloto!!!
Quando se fala em automobilismo, parece que o barulhinho de caixa registradora não para de apitar na nossa cabeça. No kart, mesmo nas categorias de base, não é diferente. Principalmente se comparado a todos os demais esportes.
Para se competir em alto rendimento, correndo os principais campeonatos nacionais e estaduais, vai sim bastante dinheiro. São inscrições, aluguéis de motor ou preparação, jogos de pneus. Além disso, as peças de reposição, mão-de-obra da equipe, análise de dados e os pesados custos de viagem (transporte, hospedagem, alimentação). E claro, para competir é necessário treinar, e treinar ... adivinhe: também gasta.
O planejamento do calendário é muito importante para sabermos quanto e quando vamos gastar, ou melhor, investir. Mas não há planilha excel ou aplicativo financeiro que faça o dinheiro aparecer. Não, aqui também não “trazemos o seu dinheiro de volta”, mas trazemos alternativas.
O primeiro passo eu acredito que seja uma conversa franca com a equipe para direcionar os recursos próprios (“paitrocínio”) de modo bem ajustado. Como assim? Definir com a equipe a quantidade de treinos necessária, a utilização (e reutilização) de pneus em treinos, se precisa comprar um novo kart ou apenas o quadro (ou somente gabaritar o chassi), etc. Organizar bem a logística de viagens em corridas também é importante. Se na sua equipe outros pilotos farão os mesmos campeonatos, todos os custos podem ser divididos. E ao final de um ano com 15/20 corridas, o montante pode ser bem grande.
Mas se economizar não é o suficiente, precisamos pensar em outro recurso fundamental ao kart: o patrocínio. E aqui já gostaria de pontuar uma coisa interessante. Precisamos mudar a visão de que patrocínio é uma “ajuda” unilateral. O que isso quer dizer? Quer dizer que ambos os lados saem ganhando em um acordo de patrocínio. E precisamos deixar isso claro em uma reunião ou envio de uma proposta. O patrocinador investe no atleta ou na equipe e tem contrapartidas como exposição de marca em macacões e carenagens, brindes, transmissões via internet ou pela televisão, menções em redes sociais. Há também pesquisas que apontam que marcas que apoiam o esporte são mais lembradas e bem vistas pelo consumidor.
É um trabalho árduo que vai requerer muita dedicação e trabalho dos pais fora da pista. Serão muitos “nãos”, várias promessas, mas sim, é possível fechar negócio e ter uma parceria bacana (ou quem sabe várias) nessa jornada.