publicidade
28/09/2022 08:50

Max Verstappen com a mão na taça do bi

Escrito por Wagner Gonzalez
Jornalista especializado em automobilismo de competição

Atual campeão pode garantir o título de 23 em Cingapura no próximo domingo


A temporada da Fórmula 1 entra em sua reta final com a disputa do GP de Cingapura neste final de semana, onde o holandês Max Verstappen participa com chances reais de garantir o bicampeonato. A competição, que volta a ser disputada após um hiato de dois anos por causa da Covid 19, utilizará o percurso de 5.063 metros do circuito de Marina Bay e é uma das mais complicadas do calendário: sua programação é concentrada no período noturno do horário local – 11 horas à frente do horário de Brasília – e a cidade-estado é famosa pela alta umidade relativa do ar.

Para mitigar esses problemas as equipes adotam soluções já consagradas, como servir refeições conforme o horário da Inglaterra (quatro horas à frente do horário de Brasília) e incentivar seus pilotos a praticarem exercícios em ambientes fechados e com umidade semelhante ao do local da prova.

A consagração de Verstappen depende diretamente de algumas combinações de resultados entre ele e os dois rivais que ainda têm chance de obter o título. O principal adversário é o monegasco Charles Leclerc, que tem 219 pontos e precisa terminar a corrida entre os oito primeiros para se manter nessa disputa, caso o holandês vença e faça a melhor volta da prova, combinação de resultados que equivale a 26 pontos. Por seu lado, o mexicano Sérgio Pérez tem que terminar em quarto lugar para continuar sonhando com o título no caso de Verstappen repetir a dobradinha de resultados já explicada.

Briga pelo título à parte, a Williams finalmente confirmou que Nicolas Latifi não continuará na equipe em 2023, o que abre uma vaga no grid do ano que vem. Entre os nomes mais cotados para substituir o canadense estão o holandês Nick de Vries e o australiano Jack Doohan. De Vries tem a seu favor a boa atuação em Monza, onde assumiu o lugar de Alex Albon quando o anglo-tailandês teve que ser internado às pressas para tratar uma apendicite.

De Vries terminou em nono lugar e mostrou que está em condições de disputar a categoria, o que é bom, mas não é suficiente para confirmá-lo na equipe para 2023. Nessa disputa estão o norte-americano Logan Sargeant e o australiano Jack Doohan. Sargeant é um piloto adotado pela Williams e pode obter a super-licença necessária para disputar a F1.

Doohan está em situação semelhante e tem o apoio da Alpine, que alugaria a vaga da Williams para ele. Essa vaga estava reservada para Oscar Piastri, que optou por interromper sua ligação com a Alpine e assinar com a McLaren. O time francês ainda considera processá-lo para recuperar parte do prejuízo causado por essa atitude.

A chave para destravar essa combinação de resultados é a liberação de Pierre Gasly pela equipe AlphaTauri, onde Yuki Tsunoda foi confirmado para mais uma temporada. Para isso acontecer, o time austro-italiano teria que garantir os serviços de De Vries ou um outro piloto experimentado, caso que abre uma porta para o australiano Daniel Ricciardo se manter na categoria. Como a Alpha Tauri ainda não é uma equipe consolidada no meio do pelotão e o próprio Ricciardo não se mostra muito interessado em estar na F1 apenas para alinhar, seria surpreendente se isto acontecesse. Outros nomes e vagas em aberto incluem o Mick Schumacher e a equipe Haas, que busca um substituto para o alemão.

Além do tópico mercado de pilotos, outro assunto que será fonte de especulação em Cingapura é o calendário da F1 para 2023, que inclui um número recorde de 24 etapas e que vai contra os interesses das equipes. A inflação nesse índice não deve parar por aí: África do Sul e Colômbia estão em negociações para retornar e estrear, respectivamente, na categoria nos próximos dois ou três anos. No continente africano fala-se na volta do circuito de Kyalami, mas a Cidade do Cabo poderia ser escolhida por ter melhor estrutura turística. Na América Latina a proposta é para uma corrida em circuito de rua a ser montado na cidade de Barranquilla, situada mil quilômetros ao norte de Bogotá, junto a trecho final do rio Magdalena, a 7,5 km do mar do Caribe.

Leia mais colunas do autor