Tradição a ser quebrada
Max Verstappen tem seu nome associado a vitórias e bons resultados a praticamente todos os circuitos onde ele já competiu desde que estreou na Fórmula 1, no GP da Austrália de 2015. O currículo do atual bicampeão mundial aponta um terceiro lugar, em 2019, como melhor resultado em cinco participações no traçado urbano montado no Albert Park, em Melbourne.
Não bastasse isso, a única vitória da Red Bull nessa prova aconteceu em 2011, quando Sebastian Vettel foi o primeiro a cruzar a linha de chegada, a bordo de um RB11-Renault.
A retrospectiva de Verstappen no GP da Austrália, efetivamente, não é das melhores. No seu primeiro GP, em 2015, ele abandonou na volta 32 com problemas de motor. Em 2016 ele se classificou em quinto, mas terminou num distante décimo lugar, resultado provocado por um pit stop desastroso. No ano seguinte, novamente uma temporada dominada pela equipe Mercedes, ele terminou em quinto, apesar de ter disputado a prova sem o recurso de hidratação a bordo.
Em 2018 Verstappen alinhou em quarto no grid, mas caiu para oitavo após rodar na décima volta e terminou atrás do seu então companheiro de equipe, o australiano Daniel Ricciardo, outro que nunca teve uma atuação perfeita ao correr em casa. Na temporada seguinte o holandês novamente alinhou em quinto, atrás dos dois pilotos da Mercedes e da Ferrari de Sebastian Vettel, que ele ultrapassou no meio da prova. 2019 foi o primeiro ano em que o holandês subiu ao pódio, ao terminar em terceiro lugar, atrás de Valtteri Botas e Lewis Hamilton, primeiro e segundo. Por causa da pandemia do Covid-19 a corrida australiana não foi disputada em 2020/21 e no ano passado Verstappen abandonou na volta 38 em consequência de um vazamento de combustível e um princípio de incêndio.
Tamanho retrospecto pode terminar este ano: a Red Bull dá mostras de estar num plano superior ao ocupado por seus rivais. Apenas uma disputa mais acirrada entre Verstappen e seu atual companheiro de equipe, o mexicano Sérgio Pérez, pode impedir a terceira vitória consecutiva da equipe quando a temporada chega à sua terceira etapa. Pérez, conhecido por boas atuações em circuitos urbanos, também não tem um currículo interessante no GP da Austrália: em dez participações desde 2011 ele pontuou em apenas tries corridas: 2012 (8º), 2017 (7º.) e 2022, quando chegou em segundo atrás de Charles Leclerc.
Considerando o horário de Brasília, a programação do GP da Austrália indica treinos livres na quinta-feira (22:30/23:30), sexta feira - 02:00/03:00 e 22:30/23:30 -, treino de classificação no sábado entre 02:00 e 03:00 e largada no domingo às 02:00. A programação do fim de semana inclui etapas dos campeonatos internacionais das Fórmula 2 e Fórmula 3, além de provas da Porsche Carrera Cup e dos Supercars, categoria que utiliza carros de turismo com alto nível de preparação.
O legado da Fórmula E – A disputa da primeira prova da Fórmula E no Brasil no último sábado deixou um balanço mediano. A competição de carros elétricos foi disputada no traçado montado em torno do sambódromo do Anhembi. Consequência da categoria se apresentar sempre em circuitos urbanos, montados para um evento de apenas dois dias, esperava-se uma organização melhor, afinal em um passado não muito distante o local recebeu provas da Fórmula Indy.
O acesso a áreas específicas era difícil e os fiscais que controlavam acessos estratégicos não estavam corretamente informados sobre como chegar à sala de imprensa ou outras áreas de trabalho. O púbico queixou-se do tempo perdido para comprar alimentos e bebidas e houve reclamações de que o estoque de comida não atendeu à demanda.
Na pista destacou-se o domínio da equipe Jaguar, cujos pilotos oficiais e satélite ocuparam as três primeiras colocações, pela ordem: Mitch Evans (Jaguar Racing), Nick Cassidy (Virgin Racing) e Sam Bird (Jaguar Racing). Os brasileiros Lucas Di Grassi e Sergi Sette câmera ficaram, respectivamente, em 13º e 17º. A temporada prossegue em Berlim (Alemanha) dia 22 de abril.