Depois de correr o GP do Brasil com o capacete de Ingo Hoffmann, Rubens Barrichello decidiu homenagear outro dos seus ídolos nas pistas. Heptacampeão e maior vencedor da história da prova, juntamente com o velho parceiro Tony Kanaan, Barrichello correrá a 12ª edição das 500 Milhas da Granja Viana neste sábado com capacete cujas cores e decoração são inspiradas no modelo usado por Renato Russo no início de carreira.
“Ficou legal, não?”, quis saber Barrichello ao exibir a novidade para o veterano kartista segunda-feira à noite no kartódromo de Cotia, na Grande São Paulo. “Foi uma surpresa para mim. Na semana passada, ele me avisou de seus planos, mas não pensei que fosse levar a sério”, disse Russo, que tomou conhecimento pela internet de sua inclusão pela segunda vez seguida na equipe do antigo pupilo. “Tinha alguns convites, mas estava esperando pelo chamado do Rubinho. No fim, fiquei sabendo por sites que estava escalado para correr novamente com eles.”
Com 41 anos e atualmente na Stock Car Light, Russo começou a trabalhar com Barrichello quando tinha somente 13 anos e apenas cinco a mais que o aluno. Pouco depois, foi a vez de Tony passar a receber as suas orientações. “Hoje, fico olhando para eles e penso: nossa, cada marmanjão... Desde o início, fiquei impressionado como assimilavam rapidamente as informações. Eu não precisava falar duas vezes. A diferença é que o Rubinho sempre foi um pouco mais técnico que o Tony”, comparou.
Kartista há mais tempo em atividade no País, dono de diversos títulos brasileiros e um dos mais longevos de todo o mundo, Russo não esconde uma pontinha de orgulho com as deferências recebidas. “Acho que o Rubinho está demonstrando sua gratidão pelo que fizemos no passado, assim como Tony. Aliás, o Tony sugeriu que em 2009 a gente corra com um capacete com as cores dos três. Eles são pilotos famosos, mas sem estrelismos. O Rubinho não precisa fazer média comigo; o que faz, é de coração”, agradeceu.
Nos boxes da Barrichello Racing, Russo se mostrava impressionado com a disposição dos companheiros. “Chego às cinco da tarde, no horário de abertura da pista, e o Rubinho já está aqui. Com chuva e tudo, o Tony não quer sair da pista e nem tira o macacão”, apontou. Em seu segundo casamento e pai de Enrico, de 11 anos, Russo quase agradece ao fato de o filho não ter herdado a paixão pela velocidade. “Ele gosta mesmo é de futebol. Está indo muito bem na escolinha do Rivellino. Aliás, o Riva diz que ele é um novo Kaká”, comentou, sem disfarçar o corujismo.