“Este ano foi diferente!”. É desta forma que Glauco Alex refere-se ao resultado conquistado no último sábado (15), quando depois de várias edições “batendo na trave” sua equipe Spirit Sports venceu as 500 Milhas, que teve sua 16ª edição disputada no Kartódromo Beto Carrero, em Penha (SC).
A vitória esteve muito perto nas três edições anteriores, quando o time marcava pole, liderava, mas algo sempre acontecia e o primeiro lugar na prova, que normalmente dura quase 12 horas, não chegava.
“Este ano foi diferente e foi uma corrida quase que totalmente perfeita”, relembra Glauco, ex-piloto e chefe de equipe na Spirit Sports. A vitória, no entanto, não foi tranquila e dois acontecimentos quase derrubaram as pretensões do time formado por Alexandre Ruiz Filho, Ernani Kuhn e João Pretto, que utilizou chassi Mini.
Por volta da volta 190 – de 650 previstas – o kart da Spirit teve uma mola de retorno do motor quebrado e a equipe teve que fazer uma parada não programada, quando ainda tinha meio tanque de combustível. “Mudamos a estratégia e passamos a ir até o ‘talo’ do combustível, pois senão teríamos que fazer outra parada e talvez nem chegássemos ao pódio”, conta Glauco Alex, tricampeão brasileiro de kart. “Passamos a esticar a permanência na pista por umas três paradas e, depois disso, voltamos ao ideal de consumo e à estratégia inicial”, explica.
Com a primeira tensão resolvida e liderando, a equipe passou a controlar a distância para o segundo colocado, time que variava entre a equipe comandada por Rubens Barrichello, a Techspeed e a Insano. Porém, a cerca de 70 voltas para o final começou a cair uma garoa, que depois se transformaria em uma chuva mais forte.
A estratégia da equipe fez com que a Spirit Sports parasse antes de todos os concorrentes para cumprir sua última parada obrigatória. Como a chuva ainda não era forte, a opção foi continuar com pneus lisos, o que não aconteceu com as demais equipes. “Os concorrentes, em sua grande maioria, pararam depois de nós e já com chuva forte. Eles voltaram à pista com pneus de chuva e ‘voavam’ na pista, diminuindo a diferença radicalmente”, lembra Glauco Alex. “E esse final foi tenso demais”, diz, agora aliviado, o chefe de equipe.
O silêncio caiu sobre o Kartódromo Beto Carrero e a diferença da Spirit para o segundo colocado caiu de 39 segundos para 9 e foi aí que Glauco Alex pensou que, mais uma vez, a vitória não chegaria. “Mas o Alê (Ruiz) foi perfeito e começou a ‘achar’ umas voltas boas, mesmo com pneus lisos, e fomos abrindo até ganharmos com 16 segundos na frente”, vibra mais uma vez Glauco Alex.
A vitória finalmente conquistada, apesar dos momentos de tensão, foi extremamente merecida, já que a liderança da Spirit Sports foi quase que total. “Depois da 8ª volta só perdemos a primeira posição nas paradas obrigatórias, ou seja, lideramos quase que totalmente as 650 voltas ou 12 horas de corrida”, ressalta Glauco. “Parabéns ao Alê, Pretto e Ernani, e também ao Zé do Bode, ‘Ferrugem’ e Rodrigo. Eles foram os caras”, finaliza.