Ronaldo Roderjan (SANSTEC) na categoria Ultimate, André Napoli
na Expert e Everton Lermen na Light foram os vencedores da 2ª etapa da Super
Karts! Sul e Sudeste, realizada no Kartódromo de Registro, em São Paulo. Com
pilotagens consistentes e precisas, os três pilotos venceram o calor e
renomados adversários em batalhas que cruzaram o dia todo, até a noite.
Na Ultimate, Roderjan começou a mostrar sua força desde os
primeiros treinos livres, tendo o líder Clederson Fio sempre na sua cola. No
segundo treino livre, a diferença entre os dois foi de apenas 0.006, mostrando
que a batalha entre os dois seria intensa no decorrer das atividades oficiais.
Outro adversário comum a todos durante todo o dia foi o
calor de quase 40 graus na pista. Em sol de meio dia, os 13 pilotos da Ultimate
– que dividiram grid com mais dez pilotos da Expert – foram para a tomada de tempo
‘dando o sangue’. Roberto Margeon, atual campeão Paranaense de F4 Super Sênior,
faturou a pole por apenas 0.009 de diferença para Fio. Na segunda fila, outro
grande nome da etapa começou a dar suas cartadas: Fernando Osternack ‘acendeu’
e abriu a segunda fila, acompanhado por Amarildo Gabor. Juliano Cunha saiu na
5ª e Roderjan fechou a terceira fila.
Um dos atrativos da SKS é o fato de ter um formato de construção
de resultados inspirado nos sistemas utilizados nos principais campeonatos do
país, como a Copa Brasil e o Campeonato Brasileiro. Assim sendo, duas baterias
classificatórias de 13 voltas definiram o grid da grande bateria final de 17
voltas.
Na primeira classificatória, Fio deu o pulo para frente
suportando a pressão vinda de Amarildo. Os dois eram os únicos virando abaixo
de 56 segundos no grid. Amarildo, inclusive, levou o ponto extra pela melhor
volta na corrida, virando 0.200 mais rápido que Fio. Entretanto, a consistência
e a resistência do guarapuavano fizeram diferença e foram os fatores chaves
para que Fio aguentasse a pressão de Amarildo e chegasse à frente. Junto com
ambos, cruzaram Osternack, Margeon e Roderjan, que subiu uma posição de sua
largada, em 5º.
Na segunda classificatória, cujo grid foi construído pelo
resultado de chegada da primeira e com o tempero da inversão de motores, a
história se repetiu. Fio se lançou à frente e fez de tudo para segurar o ímpeto
de Amarildo, que estava ainda mais rápido que na primeira classificatória. Tão
rápido que faturou também o outro ponto extra dado pela melhor volta da
corrida.
Neste momento a estrela de Roderjan começou a brilhar.
Saindo de 5º, Ronaldo se aproveitou do enrosco entre Margeon e Guilherme Sell
nos primeiros momentos da corrida e viu seu kart melhorar volta a volta,
suficiente para conseguir alcançar Fernando Osternack no braço e nos detalhes
para chegar em 3º. Destaque positivo também para Caio Pankratz, que escalou o
grid vindo de penúltimo para 5º.
Na soma de pontos perdidos, Fio era o pole natural para a
Final, seguido por Amarildo, Osternack, Roderjan e Sell. Como os grids da
Expert e da Ultimate dividiram a pista, era necessária inteligência para lidar
com o tráfego de pilotos pertencentes à outra categoria. Como um jogador de
xadrez, Roderjan aproveitou-se da linda briga entre José Arthur e André Napoli
pela Expert à sua frente, deu o salto na hora certa e tomou distância, deixando
a briga entre Amarildo, Osternack e Fio ser temperada pela disputa de alto
nível entre Napoli e Arthur.
Cada décimo de diferença conquistada montou o grande
presente de Roderjan, que cruzou a linha de chegada em primeiro, com Amarildo
Gabor na 2ª, Fernando Osternack na 3ª, o líder e dono da volta mais rápida da
Final, Clederson Fio, na 4ª, e um forte representante da casa, Fábio Fonseca,
na 5ª colocação, esta conquistada com maestria depois de um revés na 1ª
classificatória.
EXPERT – A briga
mais aguardada do dia não estava entre os mais graduados. Ela estava guardada
como um presente entre os mais experientes. Em uma aula para todos os espectadores,
os professores André Napoli e José Arthur simplesmente dominaram todos os grids
do dia, sendo ponteiros em todos os momentos de todas as corridas na tabela
geral.
Rápido e consistente graças aos incansáveis treinos
realizados em Guarapuava, Arthur começou dominando a manhã fazendo as melhores
voltas dos dois treinos livres. Na tomada de tempo, Arthur conseguiu a pole por
retumbantes 0.460 de diferença para outro grande destaque do dia, Antônio
Mandalozzo.
Como se não bastasse o calor, os experientes ainda tinham
mais um adversário a ser lidado no resto do dia, o tráfego composto por gente
tão rápida quanto eles na categoria Ultimate. Na primeira classificatória,
Arthur foi sublime, se distanciou do tráfego da Ultimate e dos adversários
diretos da Expert. Ganhou de cara para o vento e com sobras, tendo Napoli na 2ª
posição e um surpreendente Plínio Frota, cria da casa, em terceiro. Arthur
também levou o ponto pela melhor volta nessa.
Na segunda classificatória, a sorte de Napoli começou a
mudar. Momentos após a largada, Napoli pulou a frente de Arthur trazendo
consigo Mandalozzo, este que também viu seu kart ‘acender’ após a inversão de
motores. A troca de posições entre os três durante a corrida foi emocionante,
tendo como tempero as disputas da Ultimate que ocorria entre eles. Napoli
cruzou em primeiro, com um bravo e veloz Mandalozzo em segundo - que levou o
ponto extra pela melhor volta da bateria - e Arthur em 3º.
Na Final, o jogo com o tráfego foi decisivo para o resultado
de todos. Napoli se encaixou na passada de Roderjan, da Ultimate, e ambos foram
embora, com o único objetivo de fugirem do pelotão de ameaças que se formava lá
atrás. Mandalozzo se firmou entre os três karts mais rápidos do dia – Fio / Osternack
/ Amarildo – sendo estes os únicos que andaram na casa dos 0.55 segundos na
Final.
E é nas horas decisivas que as melhores histórias acontecem.
Oracildo Olmedo não havia completado nenhuma das duas baterias classificatórias
por causa de problemas com motor. Isso não abalou o dono do kart 501, que veio
para a Final com a faca entre os dentes e sem nada mais a perder. Em uma
belíssima corrida de recuperação e vendo que os tempos do seu kart melhoravam
volta a volta, Olmedo não quis nem saber quem era Ultimate nem Expert. Passou
quem viu pela frente, inclusive José Arthur, que sofreu com o tráfego e se
consolidou em terceiro, levando ainda o troféu de melhor volta da Final.
E assim sendo, a Expert terminou com a vitória de Napoli,
seguido por Antônio Mandalozzo em segundo, com o combatente Oracildo Olmedo em
terceiro, José Arthur em 4º e um heróico Mauro Mondin em 5º, que já havia
vencido a corrida contra si mesmo antes mesmo de chegar ao kartódromo, ao
perder mais de 10kg em menos de um mês de preparação para esta corrida, cujo
resultado reverberou na pista ao andar sempre entre os cinco primeiros de sua
categoria.
LIGHT – Depois de
um carrossel de emoções das duas primeiras categorias, os pilotos da Light
tiveram tempo mais do que suficiente para assistir os mais graduados. Era
chegada a hora de aplicar na prática o que foi visto e aprendido. Porém, uma
coisa foi unânime para quem estava no kartódromo: as corridas da Light foram
melhores do que as corridas da Ultimate e da Expert.
Lucas Spena, em sua primeira competição do gênero na vida,
desenvolveu uma consistência absurda durante todo o dia. Liderou os treinos
livres pela manhã junto com Guilherme Bastos, que adentrou no kartismo nos
últimos meses e já se identificou como um piloto ponteiro. Bastos ficou a
apenas 0.09 do melhor tempo de Spena pela manhã e mostrou que veio para ficar.
Os motores se comportaram melhor com o calor mais ameno ao
fim de tarde, e na tomada de tempo, esse fator deu ainda mais ânimo para os
novatos. Com esse clima, Spena partiu para a conquista da pole, sendo o único entre
os 16 pilotos que andou com tempo abaixo dos 56 segundos.
Apesar da pole, confortável não foi uma palavra que definiu
a situação de Spena no decorrer do dia. Júlio Bauer, Fábio Costa, Eugênio Westphalen,
Murilo Cechin, Guilherme Bastos, Demis Chavall, Everton Lermen e Eduardo
Possebom tiraram senha por vez para dar o troco na pole conquistada pelo kart
nº 136.
O primeiro a voar foi Everton Lermen, que simplesmente
passou sete concorrentes e ganhou a primeira classificatória, em uma chegada
emocionante que por pouco não dependeu de photo finish, sendo acompanhado bem
de perto por Spena, Guilherme Bastos, Fábio Costa e Eugênio.
Dada a falta de luz natural e pela falha de alguns postes de
luz na pista, a Direção de Prova tomou uma atitude para o decorrer das
atividades: excluiu a prova Final, engordou a segunda classificatória de 13
para 20 voltas, e o resultado do sistema de pontos perdidos – que em uma
situação normal definiria o grid da bateria Final – serviu como baliza para a
construção do resultado final da corrida.
Assim sendo, nas 20 voltas da segunda classificatória, o
vencedor da Light teve trabalho difícil. Logo na volta de apresentação, Lermen
teve problemas com seu cabo de acelerador e largou dos boxes, fazendo uma
incrível corrida de recuperação.
Enquanto escalava o pelotão, na frente estava acontecendo a
melhor corrida de todas. Murilo Cechin saltou de sexto para primeiro e viu uma
tripa de karts iniciarem uma perseguição atrás dele. Demis Chavall protagonizou
um dos lances mais bonitos da prova, ao diminuir volta a volta sua diferença
para Cechin levando o público presente ao delírio. Chavall alcançou Cechin na
entrada da reta oposta, mas foi traído por um travamento do conjunto de freio de
seu kart, arruinando as chances de vitória.
Eugênio Westphalen, grande nome vindo do indoor, usou toda
sua experiência para frear o ímpeto de Júlio Bauer, que saiu de último e vinha
em um ritmo avassalador em busca da vitória, enquanto Fábio Costa trocava
faísca com Spena logo atrás, ambos acompanhados por um cabalístico Eduardo
Possebom, que ganhou o título de um dos mais regulares entre as três
categorias.
Lermen, ao acompanhar Bauer, passou Fábio Costa e Spena, e
foram ambos em busca de Westphalen, mas já era tarde. Cechin se distanciou e
venceu a bateria, Westphalen segurou como um herói e cruzou em segundo, com
Bauer e Lermen na sequência, colados com Fábio Costa e Lucas Spena, na 5ª e 6ª
posição respectivamente.
Na soma dos pontos perdidos e por conta da vitória na
primeira classificatória, Lermen venceu a etapa por dois pontos de diferença
para Cechin. Em terceiro ficou Eugênio Westphalen, acompanhando por Lucas Spena
e Fábio Costa fechando o pódio.