O primeiro capítulo de uma bela história foi escrito na
tarde do último sábado (29) no Kartódromo Alfonso Petschow, em Rio Negro (PR).
Clederson Fio foi o primeiro vencedor do mais novo campeonato de kart do país,
o Super Karts Sul e Sudeste, que é promovido e organizado pela Mundo Velocidade
Eventos, e contou com o apoio de Soluemba Embalagens Industriais, GCM
Assessoria e Acrílicos Shalon.
O SKS 2020 está dividido em duas categorias, Ultimate,
destinada para pilotos de 14 a 45 anos, e Expert, destinada para pilotos acima
de 45 pilotos. Os 20 inscritos deram sangue e suor nesta primeira etapa, mas a
competição ainda conta com mais três etapas, uma em Registro (SP), uma em Curitiba
(PR) e a grande final em Irati (PR).
Mudando a estrutura dos campeonatos tradicionais, o SKS inovou
ao equalizar baixo custo com o formato que é visto nos campeonatos oficiais,
como Copa Brasil e Brasileiro, se inspirando no sistema de pontos perdidos para
a construção do grid da bateria final.
“É uma forma muito legal de apresentar ao kartista
iniciante o que é realmente vivido nos campeonatos mais prestigiados do país,
além de servir como uma ótima preparação para aqueles pilotos ponteiros,
prezando sempre pelo baixo custo. Quebrando o formato de duas baterias de 20
voltas, o piloto se esforça mais nas suas estratégias de corrida, poupa o
pensamento sobre gastos de pneus e o incentiva a ser leal na pista, pois é um
campeonato itinerante e com várias etapas”, afirma Pedro Giulliano,
organizador e promotor do SKS.
Já dando início ao processo de construção da grande final,
começando pela tomada de tempos, André Nápoli, utilizando de toda sua
experiência de decacampeão paranaense, fez o melhor tempo de todas as
categorias ao fazer sua melhor volta em 47 segundos cravados. Ele foi seguido
por Oracildo Olmedo, Vigando Kondtlasch e Clodoaldo Gato na categoria Expert.
Paulo Rossetti usou toda a abrasividade da pista ao seu
favor para conquistar a pole da Ultimate, por apenas e tão somente 0.003
milésimos de segundo de diferença para seu companheiro de equipe, o
guarapuavano Clederson Fio. Logo atrás ficou Diego Cavallari, Guilherme Sell e
Caio Pankratz.
A disputa da primeira classificatória foi uma mistura de estratégia
e risco. Rossetti e Fio pularam a frente. Margeon foi o primeiro a tentar
entrar na briga com os dois, chegou até a se interpor na segunda colocação em
certo momento da corrida, depois de uma escalada homérica vindo da 12ª
colocação, mas sofreu um revés.
A vez ficou com Guilherme Sell, que visivelmente tinha um
rendimento melhor que Fio, mas em uma investida, acabou errando e rodando. Caio
Pankratz e Diego Cavallari chegaram a tentar uma ameaça em conjunto contra os
pilotos da CR Motorsports, mas não dava tempo para mais nada. Rosseti cruzou em
primeiro com Fio em segundo, Caio em terceiro, Cavallari em quarto e André
Nápoli em quinto.
Para equalizar ainda mais as chances dos pilotos, entre a
primeira e segunda classificatória foi prevista uma inversão de motores, o
motor do primeiro colocado foi para o último colocado, o motor do segundo foi
para o penúltimo, e assim por diante.
Nesse cenário, a 2ª classificatória iniciou com Clederson Fio
fazendo uma grande largada e assumindo a ponta, com Paulo Rossetti logo atrás. Nápoli também
investiu na largada, pulou da quinta para a terceira posição e ali ficou. O
piloto estava entre alcançar mais posições ou se defender das investidas de
Cavallari, Caio, Sell e Margeon, pensando na final.
Mais uma vez a experiência de André Nápoli falou mais alto,
o piloto deixou Fio e Rossetti se distanciarem e vencerem tranquilamente nesta
sequência, cruzou a linha de chegada em terceiro se defendendo bravamente
contra as investidas de Cavallari e Caio, que chegaram em quarto e quinto,
respectivamente.
Destaque para o piloto Andrio Stelmach, que levou para casa
dois pontos extras pelas duas voltas mais rápidas que fez nas duas
classificatórias. Ele foi ainda o único piloto que andou para baixo da casa dos
46 segundos nas três atividades oficiais.
A construção do grid para a final teve como base o sistema
de pontos perdidos utilizado no Campeonato Brasileiro e na Copa Brasil. De
acordo com os resultados das duas classificatórias, Paulo Rossetti saiu na
posição de honra, seguido por Fio, Nápoli, Cavallari, Caio e Margeon.
Com a bandeira verde para a final, Fio deu o bote certeiro
em Rossetti na largada e assumiu a primeira posição. André Nápoli, que guardou
o melhor para o fim, cresceu e foi à caça de Rossetti. O trio protagonizou a
luta mais bonita de toda a corrida. Durante 12 voltas, Rossetti se viu dividido
entre tentar a vitória contra Fio e se defender das investidas de Nápoli.
Ao fim, e com a consciência de quem sabe correr, Nápoli aliviou
o pé, já que sabia que com o resultado ele já era campeão da sua categoria, a
Expert. Com o alívio, Rossetti voltou a buscar Fio, mas o guarapuavano já
estava distante demais.
Mais atrás, as coisas se resolviam da melhor forma possível.
Cavallari, Margeon, Sell, Fernando Osternack, Bruno Rocha, Andro Stelmach e
Caio Pankratz formaram uma tripa de sete karts que trocaram incessantemente de
posições até os últimos metros, com direito até a “three wide” na linha de
chegada entre alguns deles.
Por fim, na Ultimate, Clederson Fio cruzou em primeiro e
ganhou a etapa, com Paulo Rossetti em segundo, Diego Cavallari em terceiro, seguido
por Roberto Margeon e Guilheme Sell.
Na Expert, André Nápoli foi supremo e faturou a etapa,
seguido no pódio por Oracildo Olmedo, Vigando Kondtslach e fechando com Clodoaldo
Gato.
A segunda etapa do SKS está marcada para o dia 25 de abril,
no Kartódromo de Registro, em São Paulo.