Há muito tempo não se via um grupo tão grande de pilotos brasileiros estreando em categorias de monopostos na Europa. A lista é tão extensa que já ganhou o nome de “Legião Brasileira”.
Apenas para citar alguns nomes das categorias de base, temos Guilherme Silva, Felipe Fraga, Victor Franzoni, Gustavo Lima e Gabriel Casagrande na F-Renault 2.0, Bruno Bonifácio, Nicolas Costa, Yukio Duzanowski e, agora, Antonio Furlan Neto na Fórmula Abarth.
Eles se juntarão aos pilotos André Negrão, Lucas Foresti e Yann Cunha da F-Renault 3.5, Victor Guerin da Auto GP, Henrique Martins da F-3 Italiana, Pipo Derani e Pietro Fantin da F-3 Inglesa, estes competindo em categorias mais avançadas e já com maior experiência nas pistas europeias.
A F-Abarth, uma das portas de entrada para o automobilismo europeu, conta com um pacote técnico bastante interessante, grids competitivos e custos atrativos, tornando-se uma das melhores opções para a iniciação de jovens pilotos em competições no Velho Continente.
Dos quatro brasileiros que competirão, Furlan é o menos experiente, com apenas alguns treinos em carros de F-3 e da F-Futuro, categoria na qual correria aqui no Brasil se não tivesse sido extinta no mês passado. Duzanowski tem um pouco mais de horas de pista, já tendo disputado corridas na Fórmula 1.6 Gaúcha, enquanto Bonifácio e Costa já têm boa experiência nos monopostos, com títulos na F-3 Sul-Americana e F-Futuro, respectivamente. Os dois pilotos protagonizaram, inclusive, um final de semana de domínio brasileiro quando venceram as três provas da segunda etapa do Europeu de F-Abarth, na Hungria, na semana passada.
Primeiros treinos foram produtivos
Antonio Furlan prepara-se para disputar a série italiana do campeonato, que se inicia a partir da etapa de Mugello, em 7 de junho. A partir de então as séries europeia e italiana correrão juntas, e os quatro brasileiros disputarão posições com cerca de 20 outros pilotos, de diversas nacionalidades.
Os primeiros testes na pista que também recebeu, recentemente, os carros da Fórmula 1, aconteceram no último dia 24. Sob forte chuva pela manhã e um tempo mais estável à tarde, Furlan completou o programa do dia focando a adaptação ao carro e o aprendizado dos segredos da pista de Mugello.
“O carro não é difícil de pilotar, mas para andar rápido você tem que aprender os macetes. Infelizmente eu peguei chuva, e isso dificulta o trabalho, mas os treinos são essenciais nessa fase”, afirmou o piloto.
A avaliação positiva também veio de Marcello Rosei, dirigente da Cram, uma das principais equipes do campeonato: “Antonio está em uma fase de aprendizado e a pista de Mugello é muito difícil. Mas ele aprende muito rápido e já evoluiu bastante. Tenho certeza que já nos próximos treinos, em Vallelunga, ele terá um resultado excelente”.
No Brasil, Furlan disputará o SKB pela equipe Alan Motorsports
Aproveitando o tempo no Brasil, Antonio Furlan participa de competições de kart, visando o Campeonato Brasileiro da modalidade, que será disputado em julho.
No próximo final de semana disputará a sétima edição do Super Kart Brasil, em Aldeia da Serra, que será realizado em um inédito traçado invertido. “É uma dificuldade a mais, mas é igual para todo mundo, pois ninguém nunca andou assim”, disse Alan Synthes, preparador da Alan Motorsports, equipe pela qual Furlan dará sequência na carreira no kartismo. “Na verdade, pode ser uma vantagem para nós, pois o Antonio se adapta muito rápido. Ele é muito dedicado, e isso é essencial em um piloto”, complementou Synthes.
As duas baterias classificatórias do SKB serão disputadas no sábado (12) e as duas provas finais, no domingo.