A reportagem do Allkart.net foi buscar nesta terça-feira (15/01) a palavra do presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Sr. Paulo Scaglione, sobre o cancelamento do Campeonato Mundial de Biland – que estava marcado para o dia 1º de março em Itu (SP).
Por telefone, Paulo Scaglione explicou que enviou o pedido de cancelamento à CIK/FIA (Comissão Internacional de Kart) no dia 08 de janeiro, um dia depois do comunicado conjunto enviado pela LINEA e pela Biland. Esse pedido, de acordo com o presidente, foi feito de forma simples e a justificativa dele – com os motivos do cancelamento – devem ser enviados ainda nesta semana para o Secretário Executivo da CIK, Vincent Caro, por uma obrigação legal.
Para Scaglione foram dois os fatos que levaram a CBA a tomar essa atitude. O primeiro deles é que não havia mais a disponibilidade de praça desportiva para a realização do Mundial. De acordo com ele, Paulo Breim, promotor da Biland no Brasil, não enviou à organização do Kartódromo Arena Schincariol, em Itu, a documentação sobre os patrocinadores do evento dentro do prazo estipulado – que seria o dia 20 de dezembro passado. O presidente da CBA contou que o kartódromo de Itu cancelou a reserva das datas do Mundial de Biland – 27, 28, 29 de fevereiro e 1º de março – ainda no dia 27 de dezembro.
Além disso, Scaglione disse que Paulo Breim trabalhou em conjunto com a LINEA na organização da Copa Outback de Kart, no Rio de Janeiro, e posteriormente assinou, junto com a liga, o comunicado enviado à imprensa que questionava as ações da CBA. “Ao assinar a nota divulgada à imprensa, ele declarou estar de acordo com o teor dela”, disse o presidente da CBA, que reiterou – como já tinha feito em nota oficial divulgada no dia 24 de dezembro – que a LINEA não é uma entidade legal por não estar de acordo com o artigo 20 da Lei 9.615, a Lei Pelé. “O problema é que essas ligas não estão dentro da legalidade. Se estivessem, a CBA teria por obrigação reconhece-las”, disse Paulo Scaglione. “Quando alguém assina um comunicado questionando os direitos da CBA e da FIA, perde a credibilidade”, disse se referindo a Paulo Breim e completou: “A partir do ponto em que se alinha à liga, ele deve ser descartado”.
O presidente da CBA afirmou que Paulo Breim esteve na polêmica prova do Rio de Janeiro como promotor do evento e não como locador dos motores. Por isso, para a CBA, a Biland foi punida e as outras empresas que tinham seus produtos no evento - como fabricantes de chassis e pneus, não. "Existem várias formas de você atuar no mercado. As fabricantes de chassis e de pneus não apoiaram o evento, não tinham seus representantes lá, ao contrário da Biland", comentou Paulo Scaglione.