Uma semana depois de receber pela imprensa a notícia da cassação de uma das liminares obtidas pela Linea Brasil na justiça do Rio de Janeiro, o empresário Paulo Breim, dono da marca Biland no Brasil, anunciou novos investimentos na categoria e a chegada de um novo motor quatro tempos ao Brasil, ainda mais revolucionário do que o modelo usado em competições nacionais desde 2002.
Breim viaja nesta semana à sede da Biland na Suíça, com o objetivo de conhecer de perto o novo motor Swissauto 250 – que rende 32 cv de potência e tem feito sucesso nas competições de karts quatro tempos disputadas em toda a Europa, principalmente na Inglaterra. Ele encarou com naturalidade a perda da última batalha para a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) na luta pela liberdade na organização de corridas não profissionais no kartismo brasileiro. E reforçou sua confiança na conquista de novas vitórias não somente na justiça comum, mas também junto à comunidade de praticantes do esporte em todo o país.
“O novo motor Biland é bem mais moderno que a versão atual, principalmente por ser mais leve e mais potente. Para quem tem pouca intimidade com o kart, comemorar a chegada de um propulsor que rende 32 cv pode parecer banal, já que os motores das principais categorias do automobilismo chegam a ter mais de 800 cv. Mas em um veículo que pesa pouco mais de 100 quilos e corre em pistas estreitas e de pouco mais de mil metros, o novo motor Biland pode ser considerado uma usina que vai exigir muita técnica dos pilotos”, comentou o empresário.
Uma das principais diferenças técnicas entre o Swissauto 250 e a atual versão dos motores Biland, a SA-250, é a mudança de um conceito que sempre foi reconhecido como uma das principais características dos propulsores criados na suíça no início da década: o cabeçote de dois cilindros. Para diminuir as dimensões do novo propulsor, e reduzir eventuais custos de manutenção, a Biland optou pela adoção de um único cilindro de 250cc – que em virtude dos últimos seis anos de desenvolvimento da marca representará, também, um ganho de durabilidade.
“Por ser um motor quatro tempos, o Biland é bem mais resistente que os motores tradicionais do kart, e chega a durar toda uma temporada sem a necessidade de manutenção. O Swissauto 250 já vem sendo usado na Europa e tem, inclusive, enfrentado outros motores quatro tempos na Inglaterra. Mesmo em estágio inicial de desenvolvimento, ele já suportou mais de 800 horas de testes, um número fantástico que não pode ser alcançado por nenhum motor dois tempos existentes atualmente”, apontou Paulo Breim.
O empresário lembrou que o uso de motores quatro tempos no kart tem crescido na Europa, em especial com a chegada de novas marcas ao mercado. A Biland, curiosamente, tem apoiado a concorrência entre fabricantes – principalmente por acreditar que o desenvolvimento do mercado mundial de quatro tempos depende da competição entre diferentes modelos.
“A Saxon, que organiza as corridas da Biland na Inglaterra, tem apoiado a abertura do mercado para motores como o Vampire e o Oral. Ir contra o monopólio é algo que está no DNA da Biland internacional, e ‘importamos’ essa característica na defesa do kartismo livre aqui no Brasil”, enfatizou Breim.
A primeira unidade do novo motor fabricado pela Biland deve chegar ao Brasil depois do dia 15 de agosto, e em poucos dias estará pronto para os testes de pista. A adaptação aos chassis brasileiros ocorrerá naturalmente, uma vez que os sistemas de transmissão e refrigeração do Swissauto 250 segue o mesmo padrão do modelo atual.
“Estamos investindo no esporte porque acreditamos muito no kartismo como a base para o desenvolvimento de todo o automobilismo. Essa tem tudo para ser a categoria mais acessível do esporte, embora atualmente viva uma escalada de custos, e a proposta da Biland é exatamente essa: fomentar a prática do kartismo de forma livre e lúdica. E plantar a semente do esporte a motor nos jovens para, que no futuro, eles possam se tornar profissionais em outras categorias e eventos”, comentou.