Não tão bom quanto sonhado. Mas, também, não tão ruim como poderia ter sido. Este seria o resumo da ópera da primeira participação do piloto brasileiro radicado nos EUA, Bruno Carneiro (Dolly/ Rodizio Grill/ Ogio/ Planet Kart/ ULV/ Bell), no 45º Campeonato Brasileiro de Kart, realizado no belíssimo Kartódromo Internacional de Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
Bruno Carneiro, que completou onze anos, literalmente, a bordo do kart Birel Sudam no dia 16 de julho, sabia que teria que batalhar muito para conseguir um lugar no pódio do Brasileiro de Kart, disputando cada milésimo de segundo com os melhores pilotos da América do Sul. Bruno chegou dos EUA, aonde reside desde os dois anos de idade, na véspera da abertura de treinos oficiais, contando com o incrível apoio de Rogério Raucci, Dolly Refrigerantes, Rodizio Grill e da equipe AJ Bank de Waltinho Travaglini, que montou o kart de Bruno mais rápido do que o pessoal do McDonalds monta um BigMac.
Apesar de jamais ter andado no circuito fluminense e de ter perdido a primeira sessão de testes, Bruno conseguiu colocar o seu Birel Sudam na 9ª posição, o que animou muito seus “mecas”, Crau e Carlinhos. No dia seguinte, a chuva torrencial mudou completamente o cenário do campeonato e na segunda sessão Bruno fez o 2º melhor tempo, levantando a atenção de muita gente no kartódromo.
Os conselhos do experiente Chefe de Equipe Walter Travaglini - considerado por muitos o maior piloto de kart brasileiro de todos os tempos, inclusive pelo próprio Ayrton Senna -, ajudaram muito a Bruno em suas pilotagens aquáticas, visto que o jovem piloto mora no Estado de Utah, um deserto “danado” que recebe chuva por apenas uns dez dias por ano.
Na primeira tomada qualificatória de quinta feira, o tempo frio e uma leve chuva cobria o asfalto do Kartódromo. Bruno foi para a pista e começou o treino bem, mas um vazamento de pressão em um dos pneus fez com que Bruno não conseguisse tempo melhor do que a 13ª posição. A única chance seria tentar melhorar na segunda tomada de tempo, assumindo que a chuva não aumentasse e, assim, a pista não ficasse mais lenta. As nuvens foram desanimando o jovem Bruno, trazendo mais chuva com o final da tarde e já com os holofotes acesos pelo circuito, tudo parecia prenunciar que Bruno estaria relegado a seu tempo da primeira sessão.
Ainda assim Bruno baixou a viseira e partiu para o tudo ou nada, levantando um “spray” de água em seu caminho e, por conseqüência, levantando quem torcia por ele na arquibancada. Baixou em um segundo e meio seu tempo de volta e o mais incrível, debaixo de muito mais chuva, para fechar a sessão no 3º lugar. No combinado dos tempos, Bruno melhorou sua posição de largada de 13º para 9º.
Na sexta feira (16/07) Bruno largou para a primeira bateria, esperando pela chuva, mas desta vez ela não veio. Pela manhã, no warm-up, o motor do kart de Bruno começara a mostrar perda de rendimento, mas nada para se alarmar.
Bruno largou bem, pulando para a 7ª posição e foi espremido na saída da Curva 1, perdendo três posições. A partir da quinta volta seu motor girava bem abaixo dos demais concorrentes e Bruno perdeu posições, até cruzar a linha de chegada em 12º. O motor foi então encaminhado para o seu preparador – o gaúcho César Mittag – que revisou tudo durante a noite e verificou que a pressão do carburador apresentava zero de compressão.
Com um novo carburador em seu kart, Bruno foi para o tudo ou nada na Final. Em uma largada eletrizante, Bruno Carneiro pulou da 12ª colocação e foi passando um a um até chegar no final da primeira volta na 6ª posição, logo atrás de seu amigo Leonnardo Raucci. Parecia que os dois iriam repetir os feitos do Sul-Brasileiro, em março, mas a partir da quinta volta o motor de Bruno voltou a apresentar a mesma perda de rendimento quando aquecia e as posições foram caindo uma a uma, como um castelo de cartas. Bruno conseguiu manter um duelo fantástico com Leonardo Baran e cruzou a linha de chegada em nono lugar. No final um grande ‘top ten”, como dizem os americanos! Leonardo Raucci chegou em terceiro.
“Pena que não choveu. E como dissemos antes, não foi tão bom quanto Bruno esperava, se as corridas fossem na chuva, mas não tão ruim como poderia ter sido, com a pista seca”, esclareceu Luigi Carneiro, pai do “brazuquinha” e representante nos EUA da griffe de competições e racewear ULV.
“O melhor é que Bruno voltou aos EUA feliz da vida com mais uma experiência incrível e a honra em participar de um certame tão fantástico, com pilotos magníficos e em uma pista desafiadora e técnica. O saldo é um tremendo desejo de melhorar ainda mais no ano que vem”, concluiu Luigi, sem não antes reviver o estilo Maguila ao final de seus combates: “Não podemos deixar de agradecer ao super Rogério Raucci e toda a família Dolly, ao Super tio Ivan Utrera, Nico e a familia Rodízio, aos tios Claudio e Cris Reis do Planet Kart, ao Waltinho Travaglini, Crau, Bocão, Carlinhos, Carlo e Caio Colletti, bem como aos Baran e toda a família de Bruno em Juiz de Fora (Guaraldos, Notarobertos, Paivas) que vieram de longe e em peso para ver o baixinho correr. Claro, também a Ogio, Bell, The Springs, Roma (Romanello), Mano e ULV.”