Chateado com uma parte das críticas que o Open do Beto Carrero recebeu em matéria que produzimos esta semana, Felipe Giaffone – proprietário do Kartódromo Granja Viana e arrendatário do Kartódromo Beto Carrero – contatou com a redação do Kart Motor nesta quarta-feira.
“Concordo com várias reclamações que constam na matéria, mas com outras não”, posiciona-se Giaffone, que inicialmente lembra que o Open é feito para os pilotos, mecânicos e, principalmente, para a pista se preparar para o Brasileiro. “Foi a primeira grande prova ‘fora de casa’ que o Kartódromo Granja Viana fez e o KGV nunca recebeu um Brasileiro de grande porte antes”, salienta Felipe, lembrando que as 500 Milhas requerem uma organização completamente diferente de provas normais.
Giaffone admite que alguns problemas realmente ocorreram, como no Parque Fechado e na pista. “Tivemos problemas de jaleco, que não ficaram prontos, e isso nos atrapalhou muito para saber quem era mecânico ou pai de piloto na pista e Parque Fechado. Foi um problema 100% do KGV”, concorda. “Tínhamos apenas oito seguranças, sem experiência em competição, para fiscalização de pista e Parque Fechado, quantia que terá que ser maior no Brasileiro”, continua.
Para Felipe Giaffone, as vistorias técnicas, apesar de algumas reclamações, foram bem feitas. Segundo ele, a vistoria interna dos motores foi feita nos primeiros colocados – procedimento usado nos Brasileiros – em uma sala separada, que será outra em julho. “Muitos pais de pilotos acharam que não foram feitas as vistorias, mas os preparadores de motores puderam conferir. Usamos os mesmos equipamentos que utilizamos na Granja e tivemos inclusive algumas desclassificações”, lembra. “Quanto a flanges e escapamentos, verificamos alguns problemas de fornecedores durante a semana, mas fomos avisando para não ter problemas nas provas”, emenda.
Outro item reclamado por diversas pessoas – e que consta em nossa já citada matéria – reside nos pneus, mais exatamente no controle deles. “Os pneus foram checados para a segunda prova, tanto lacre como altura. Usamos também o aparelho que temos no KGV, o único no Brasil, para verificar a presença de produtos químicos”, explica Felipe. “Poucos sabem, mas tivemos pilotos tentando usar pneus mais novos para a segunda bateria. Eles foram barrados”, revela.
Para Giaffone, o problema mais grave no Open foi o uso de gasolina comum. “Na Granja usamos a Pódium há vários anos. Começamos com a Shifter e depois passamos a usar em todas as categorias”, lembra. “Porém, após uma conversa entre o Rubens Gatti e o Alexandre Lagana, que trabalha para o KGV no Beto Carrero, foi decidido o uso da gasolina comum para ficar mais fácil para as equipes acharem-na. E, se não tivesse problemas, a utilizaríamos no Brasileiro. Mas, a mistura de óleo Motul, na proporção 25:1, sempre foi a mesma e feita pelas mesmas pessoas durante toda a semana”, esclarece.
Em conversa pós-provas com os preparadores, o sentimento dos profissionais foi de que a gasolina comum tem muito álcool e, por isso, não mistura bem com o Motul. Com isso, os motores ficaram mais sensíveis à carburação. “Vale lembrar que o KGV usou este combustível apenas para ir ao encontro da ideia do Brasileiro. Vários campeonatos no Brasil, bem como o KGV no passado, usam a gasolina comum. Mas para o Brasileiro, com certeza, terá que ser gasolina Pódium”, garante Giaffone.
Existem outros pontos que receberam a concordância de Felipe Giaffone, como o excesso de batidas e a falta de punições. “Concordo, mas acredito que, assim como para o KGV, foi a primeira grande prova da Federação Catarinense neste kartódromo. E tenho certeza que, assim como o KGV, eles também vão melhorar”, ressalta. “Mas também vale lembrar que este tipo de reclamação, às vezes mais ou menos, sempre acontece em grandes eventos”, completa.
Giaffone encerra admitindo outros problemas, “que acredito que sejam facilmente resolvidos para o Brasileiro, como a quantidade e limpeza dos banheiros”, garante o dirigente. “Por fim, os altos custos de estacionamento e demora nas refeições foram passados para a direção do Parque Beto Carrero e acredito também que eles vão tentar melhorar”, encerra.