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31/07/2013 08:05

Marcelo Daineze teve participação brilhante no Brasileiro. Mas...

Fonte: Divulgação


Foto: Divulgação

Marcelo Daineze


O piloto Marcelo Daineze, após intensa preparação, desembarcou no Espírito Santo disposto a desbancar todos os concorrentes na 1ª fase do Campeonato Brasileiro, quando competiu pela Cadete. Já no primeiro treino livre, em uma pista até então desconhecida, o piloto “aprendeu” o traçado rapidamente e cravou o 2º melhor tempo na geral. E foi assim em todos os treinos livres, andando sempre em 1º ou 2º.

Na tomada de tempo para a formação do grid de largada, momento bastante aguardado pelo piloto e equipe, Marcelo Daineze entrou na pista em um momento não tão propício, pois saiu atrás de vários karts. Porém, com muita determinação, foi superando um a um na pista até que, faltando duas voltas para o encerramento, se viu com pista livre e abriu o que seria sua volta voadora. Ao passar pela cronometragem, Daineze registrou o tempo de 56,973, garantindo assim a pole, tão cobiçada por outros 37 concorrentes.

Na 1ª classificatória, largando da 1ª posição, na chuva, o piloto se manteve ali por algum tempo, até ser superado por um concorrente. Com a cabeça fria, andou no vácuo a corrida inteira, até que na última volta colocou “por dentro” para ganhar a primeira posição. O primeiro colocado, em uma tentativa de fechar a porta, veio para cima de Daineze e houve o choque. Os dois rodaram, foram para a grama, e Daineze foi mais rápido para voltar a pista e vencer a corrida. Porém, os comissários da CBA culparam Daineze pelo incidente, e aplicaram 3 segundos de punição ao piloto, que então terminou em 2º.

Largando novamente na 1ª posição na 2ª classificatória, Daineze viu seu kart perder rendimento, talvez por conta de algum ajuste da corrida anterior, com chuva, e teve que lutar muito para se manter entre os primeiros e cruzar a linha de chegada em 6º lugar. “Ao final desta bateria um fato ainda me fez lembrar o futebol de várzea, normalmente disputado nas periferias das cidades. Um piloto capixaba ameaçou o piloto Daineze na frente dos comissários que estavam no parque fechado, dizendo ‘amanhã vou te botar pra fora da pista’. Fomos até a Direção de Prova, redigi uma reclamação formal e entreguei aos comissários. Não vi nenhuma punição, nenhuma advertência e sequer um pedido de desculpas”, reclama Marcelo, pai do piloto.

Com a soma dos resultados das duas baterias classificatórias, o piloto Marcelo Daineze garantiu o 2º lugar no grid de largada da Pré-Final. Como já é de costume, fez uma largada excelente e pulou na ponta. Liderou a corrida inteira, até que na última curva da última volta o segundo colocado colocou por dentro, deu um forte esbarrão em Daineze, que quase saiu da pista e foi superado por dois adversários cruzando a linha de chegada em 3º. “A manobra foi praticamente igual a que Daineze fez na primeira corrida, porém os comissários da CBA não viram nada de anormal. Ou seja, o que vale para um não vale para o outro. São dois pesos e duas medidas?”, questiona o pai de Marcelo Daineze.

Mas o pior ainda estava por vir, segundo Marcelo Daineze pai. Na Final, desta vez largando em 3º, Daineze pulou para 2º na primeira curva e se manteve ali por algumas voltas. Foi quando começou a garoar e a pista ficou escorregadia. Daineze tomou uma pancada na traseira e caiu para o 6º lugar. Foi quando os alto-falantes do kartódromo anunciaram uma punição de 3 segundos ao piloto Daineze. Sem saber da punição, pois nem placa deram, o piloto voltou à luta e em poucas voltas já era o 2º colocado novamente, embutido no líder. Como é de conhecimento de todos, a Cadete é normalmente decidida na última volta, e era o que Daineze estava esperando para dar o bote final: a placa que sinalizava que faltava uma volta para o fim da prova.

No posto de Direção de Prova foram apresentadas a placa de 3 e de 2 voltas, e quando era para apresentar a placa de 1 volta, o diretor entrou na pista e deu a bandeira quadriculada. “Ou seja, a CBA tirou o direito do piloto Marcelo Daineze brigar pela vitória na pista, pois nos bastidores, ele estava punido sem saber”, reclama mais uma vez o pai do piloto. Mesmo com a punição, o piloto ainda poderia ser 3º, pois vinha abrindo vantagem para os pilotos que vinham atrás. Porém, como decidiram encerrar a corrida uma volta antes, ficou faltando apenas pouco mais de 1 décimo para que Daineze terminasse o Brasileiro em 3º.

“Ao final da corrida, fui falar com os Comissários acerca da punição, e ninguém conseguia me explicar o real motivo. Não sabiam em que volta foi, em que curva foi, nem contra quem foi. Levei a filmagem para mostrar que ele não fez nada de errado, muito pelo contrário ele tomou pancada e perdeu várias posições, e me disseram que eu tinha que apresentar três filmagens! Como eu conseguiria isso??? Depois de nada me explicar, o comissário apontou a porta de saída e mandou eu me retirar pois a decisão estava tomada”, reclama novamente Marcelo Daineze pai.

“É muito frustrante nos prepararmos tanto para uma competição tão importante. O investimento que fazemos é enorme, e por decisões descabidas o campeonato é decidido em favor de um ou de outro, quando deveria ser decidido na pista e com a quantidade de voltas estipuladas em regulamento. E isso não foi só na Cadete não”, denuncia Daineze. “Uma mesma manobra é punida em uma corrida e na outra é considerada legal? Qual o critério utilizado?”, continua.

“De qualquer forma, o Marcelinho está de parabéns, pois liderou os treinos, fez a pole, liderou corridas e fez um belo campeonato. Para nós da equipe ele foi o campeão moral, o vice-campeão de fato na pista e o 5º lugar nos bastidores. Mais importante que os registros e os troféus que trouxe para casa é a certeza de que ele fez o melhor, lutou muito, provou que é um grande adversário e um piloto de ponta. E isso ninguém vai tirar dele”, finaliza.

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