O desejo do piloto potiguar Victor Uchôa de conquistar o bicampeonato brasileiro foi adiado por motivos mecânicos. O motor principal perdeu compressão durante as corridas e foi substituído por outro que não estava à altura de disputar em bom nível uma competição nacional. Dessa forma, o potiguar ficou em sétimo lugar no Campeonato Brasileiro em Serra (ES).
A equipe do piloto percebeu o problema no equipamento logo nos treinamentos e, por diversas vezes, o motor preparado pela Mittag foi consertado e testado para novas corridas, mas aconteceram duas quebras que foram decisivas para a mudança. Sem um aparelhamento à altura dos demais concorrentes, Victor foi perdendo posições a cada corrida e não conseguia apresentar o desempenho esperado.
“Estava impossível fazer uma corrida como posso, porque só em uma reta eu perdia de três a cinco décimos. A estratégia era só a de defender posições, porque não dava para ultrapassar ninguém. O motor substituto não estava no nível de uma competição nacional”, disse Victor Uchôa, sem esconder a frustração com a equipe Mittag, habituada a fazer parcerias com o piloto. “Meu kart se arrastava pela pista, foi uma pena”.
Victor conseguiu a segunda colocação na tomada do tempo, o que garantiu que ele largasse na primeira fila. Na primeira corrida, o kartista conseguiu segurar os concorrentes e finalizar na vice-liderança. Nas demais, ele foi ultrapassado. O potiguar terminou a segunda corrida na quarta colocação, a terceira em sexto e, por fim, ficou em sétimo na decisão. Ele disputou a competição nacional com os apoios de Potigás, Livraria Câmara Cascudo, Faculdade dos Guararapes, RN Vida, Hotel Sombra e Água Fresca e Escola Lápis de Cor.
Outra frustração sentida com a Mittag foi o não cumprimento do acordo de exclusividade na categoria Super Cadete. A equipe de Victor Uchôa ficou surpreendida porque outros dois pilotos também estavam com o motor da marca, incluindo o campeão Diego Ramos.
“Já trabalhamos com a Mittag há muitos anos, mas essa foi à última corrida de Victor com esse motor. Certamente a não exclusividade prejudicou na nossa assistência”, ressaltou Gláucio Uchôa, pai e empresário do piloto.
E, mesmo em um estado sem kartódromo, o Campeonato Brasileiro contou com outros quatro potiguares. Pedro Fonseca e Gabriel Rebouças foram bastante prejudicados com o número elevado de acidentes na categoria Júnior, enquanto Guilherme Barreto finalizou em oitavo na Super Cadete e o estreante Bruno Madruga ficou em 11º na Júnior Menor, sendo considerado uma revelação da categoria.
Mas o Brasileiro já faz parte do passado. Victor confirmou que vai retornar a competir na Europa ainda este ano. Depois de 20 meses afastado das corridas internacionais, ele já confirmou que competirá na Taça Portugal em outubro e pretende disputar provas na Itália e Espanha.
“Estou muito feliz com a notícia e grato também aos meus patrocinadores. A Europa tem as melhores pistas e conta com a elite do kart mundial. Espero voltar a competir em alto nível, uma vez que já tenho títulos, como o da Taça Portugal. Mesmo sem uma pista para treinar em Natal, espero conseguir fazer uma preparação com meu simulador, que conta com o software de todas as pistas da Europa”, planeja o kartista.