Open do Beto Carrero: nem tudo o que reluz é ouro

Nem tudo o que reluz é ouro. O ditado é velho, mas pode ser perfeitamente aplicado ao Open do Beto Carrero, disputado na última semana, no kartódromo homônimo, localizado em Penha (SC). O palco da 1ª fase do Campeonato Brasileiro, em resumo, ainda precisa receber alguns cuidados, seja em estrutura, seja em pessoal, seja em funcionamento.

A 2ª Copa Beto Carrero – nome oficial do Open – recebeu mais de 100 pilotos e as reclamações que chegaram até nós também foram em larga escala – e significativas. As queixas passam por vários itens, dentro e fora da pista, e foram repassadas não por um único competidor, mas por diversos, o que dá um caráter ainda mais verdadeiro.

Dentro da pista as queixas se dirigem a punições mal aplicadas, um problema por muitas vezes citado aqui no Kart Motor, e que – não há dúvidas – se originam na má preparação dos oficiais de competição. Bem, entendemos que é um item que pode ser diferente no Brasileiro, uma vez que toda a comissão que dirigirá as provas (Diretor de Prova e Comissários Desportivos e Técnicos) deva ser outra. Deve ser ressaltado, a bem da verdade, que este é um problema que se repete em praticamente todos os kartódromos, não apenas no Beto Carrero.

Mas é fora da pista que as reclamações caem como em uma cachoeira. Banheiros sujos, cobrança de estacionamento a valores elevados, parque fechado desorganizado, problemas com o combustível, alimentação, credenciamento, segurança, sala de imprensa.

No parque fechado o controle de flanges, pneus e escapamentos, por exemplo, foi feito de uma maneira muito tímida, o que deixou margem para algumas burlas ao regulamento. Ao combustível, misturado de uma forma agora e de outra mais tarde, pode ser creditada a quebra de mais de 40 motores no final de semana. O estacionamento, para o qual cada piloto terá direito a uma vaga no Brasileiro, custava R$ 22,00 ao dia, o que daria um total de R$ 132,00 em julho. A ressaltar que todos, absolutamente todos os carros eram cobrados, até mesmo de quem estava trabalhando na corrida.

Bem, isto posto, conversamos com Rubens Gatti, presidente da CNK, que esteve no open, anotando todos os problemas acima relatados e outros mais. Certamente decepcionado com o que, caso não seja corrigido, poderemos ter no Brasileiro, Gatti garantiu que mudanças deverão acontecer.

“A CBA vai tomar providências, aliás, já está fazendo. Vamos tratar de contornar e corrigir estes problemas todos para o Brasileiro, até mesmo alguns detalhes na pista, para os quais foram solicitadas mudanças, até o momento não atendidas”, garante Ruben Gatti.

E, o que esperamos, é que o Open tenha sido um teste também para os que comandaram e farão funcionar a estrutura do Kartódromo Beto Carrero, e não apenas para os pilotos. Afinal, ninguém quer que o “fantasma” de Goiânia, em 2009, se repita em um dos melhores kartódromos do Brasil, que certamente foi construído para seguir o alto padrão de qualidade do Parque Temático Beto Carrero.