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14/10/2024 07:45

Pilotas da FIA Girls on Track Brasil valorizam experiência no Campeonato Brasileiro

Intenção é premiar as campeãs da Seletiva de Kart e far a elas a oportunidade de conhecer um campeonato profissional

Fonte: EC Press


Foto: Bruno Gorski

Fernanda, Marcella, Nicolle e Helena Teixeira de Melo à frente


Vencedoras da FIA Girls on Track Brasil Seletiva de Kart de 2024, Nicolle Campos Nascimento (João Pessoa / PB), Fernanda Cerqueira (São Paulo / SP) e Maria Eduarda Nienkötter (Florianópolis / SC) usufruíram dos seus prêmios subsidiados  pelo projeto participando com a Equipe Bravar  do grupo 1 do 59º Campeonato Brasileiro concluído no último sábado (12) no Kartódromo Speed Park com 289 inscrições, das quais sete foram de meninas.

Por pouco Maria Eduarda e Nicolle não se classificaram entre os 36 pilotos de cada categoria que foram para a prova final. Na Cadete, que teve 50 participantes, Nicolle, de nove anos, terminou as corridas classificatórias em 38º lugar, com 59 pontos, a um ponto do 36º colocado. Maria Eduarda, de 18 anos, teria se classificado para a final da F4 Graduado, que teve 58 karts na disputa, se concluísse a terceira e última classificatória no 12º lugar em que estava quando um acidente com outros dois karts a tirou da corrida, na última das 11 voltas.

“O Brasileiro para mim foi muito bom”, diz Nicolle. “Consegui andar na metade do grid e isso foi muito gratificante. Consegui uma experiência muito grande fazendo as classificatórias e os treinos, correndo com pessoas novas. Amei ter essa chance de participar e nos próximos eu vou acelerar mais ainda e vou me esforçar muito mais do que eu já me esforcei. Eu nunca corri em nenhum Brasileiro, então para mim esse foi especial, vai ficar na minha história”, completou.

Para Maria Eduarda, a situação foi um pouco mais adversa. Na manhã da sexta-feira, 11, dia das classificatórias finais, ela teve sangramento no nariz, provavelmente por conta da temperatura muito alta e da atmosfera seca. À tarde, o acidente no fim da terceira corrida classificatória provocou luxação nos dedos mínimo e anelar da sua mão direita, e, provavelmente por causa da pancada do kart na barreira de pneus, seu nariz voltou a sangrar. Sem concluir a última classificatória, ela terminou em 39º lugar, com 58 pontos, a quatro pontos do 36º colocado.

“A semana do Brasileiro foi ótima. Quero agradecer à Equipe Bravar, à FIA Girls on Track Brasil, à CFA, a todo mundo que está por trás desse projeto da Seletiva, que é importante para as meninas. Foi incrível andar de kart F4, eu nunca tinha andado, foi uma experiência maravilhosa”, diz a pilota catarinense.

Já Fernanda Cerqueira, de 16 anos, que começou a andar de kart apenas em 2023, venceu a Seletiva na categoria Júnior, mas, por conta da mudança de idade em julho, correu na F4 Graduado, e precisou ser bastante resiliente. O bico do seu kart caiu na tomada de tempos para definir o grid da primeira prova classificatória. Com isso, ela teve que largar da última posição.

“Na pista eu não consegui os resultados esperados, não me classifiquei para a final. Mas o Brasileiro foi uma experiência única. Eu nem imaginava um dia andar no Brasileiro, nunca tinha feito uma largada lançada. Aprendi muita coisa, a equipe é supercompleta. Ganhei muita experiência sobre como lidar com desafios e com a frustração também. Adorei participar. Foi muito importante para mim, para o meu amadurecimento como piloto e como pessoa. A Fernanda que saiu do Speed Park não é a mesma Fernanda que entrou”, diz ela.

Evolução constante - Bia Figueiredo, presidente da CFA (Comissão Feminina de Automobilismo), criada por Giovanni Guerra, presidente da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), acompanhou as três pilotas durante a semana passada, e, na quinta-feira, 10, quando precisou partir para a etapa da Copa Truck, em que corre com a ASG Motor Sport, no autódromo gaúcho de Tarumã, foi substituída por Antonella Bassani, pilota da Porsche Cup Brasil, de quem é coach.

“Foi muito bom ajudar as pilotas do FIA Girls on Track Brasil”, comenta Antonella. “Todas elas tiveram evolução constante. Cada uma enfrentou algum problema e conseguiu superar. Vi que elas melhoravam cada vez mais o ritmo de corrida. Não conseguiram se classificar para a final, mas a experiência do Brasileiro é única e isso já é válido”, acrescenta a pilota, com a autoridade de quem disputou quase uma dezena de vezes esse que é o campeonato de kart mais importante e mais acirrado do Brasil.

“Kartismo é um aprendizado. Com os erros a gente aprende mais do que acertando. Então esses resultados meios ruins são essenciais para a gente não só aprender como pessoa, como nossa mente reage a isso, mas também para poder evoluir como piloto para as próximas corridas e categorias”, diz Antonella, que teve duas poles e um título de vice-campeã na categoria Júnior Rotax de 2020 entre seus melhores resultados no Brasileiro. “Eu sempre acabei batendo na trave em Brasileiro, mas a vida é assim, nem sempre a gente ganha”, continuou.

Bia, vice-campeã da Graduado no Brasileiro de 2002, pole position e terceira colocada da Graduado A em 2001 e terceira da Júnior Menor em 1997, endossa. “O Brasileiro oferece vários aprendizados. Para nossas pilotas, foi bastante novidade, uma equipe que não conheciam, uma pista em que só correram na Seletiva, uma nova categoria, no caso da Fernanda, um novo tipo de kart, no caso da Maria Eduarda. É um campeonato muito competitivo. Para elas, foi uma excelente experiência de trabalho. Vão agora seguir esse aprendizado para continuar melhorando e voltar, tentar de novo, e dar os próximos passos nos resultados. A nossa intenção é premiar as campeãs da Seletiva de Kart, dar a elas a oportunidade de conhecer um campeonato profissional, com o objetivo de que isso as ajude a seguir e voltar ainda mais fortes no futuro”, explicou.

Outras pilotas – O Brasileiro teve também a participação de Anna Luiza Pimpão e Helena Melo na F4 Graduado, e de Eloisa Chefer e Marcella Assumpção na F4 Júnior. Anna Luiza terminou em 31º lugar na F4 Graduado. Marcella foi a 22ª colocada e Eloisa ficou em 36º lugar na Júnior.

Apoios - O Campeonato Brasileiro é uma realização da Comissão Nacional de Kart (CNK) da CBA.

A FIA Girls on Track Brasil Seletiva de Kart é uma realização da CBA, da CFA e do BRB. Tem patrocínio da Porto e conta com apoio do Kartódromo Speed Park, da CNK, da FASP (Federação de Automobilismo de São Paulo), e do FIA Sports Grant.  

O Projeto FIA Girls On Track Brasil foi aprovado com base na Lei Federal de Incentivo ao Esporte e registrado junto ao Ministério do Esporte sob o número de processo 71000.053795/2023-00 – SLI 2301231.

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