Victor Uchôa terminou o Campeonato Brasileiro de Kart na 7ª posição. Esse resultado, por si só, já é digno de grande celebração, porque em meio a centenas de kartistas, o garoto, que não tem a mesma experiência da maioria, é o sétimo melhor do país.
Mesmo assim, essa colocação não refletiu o desempenho que ele mostrou na competição nacional. Victor chegou em Goiânia sonhando com o pódio, mesmo sabendo que seria difícil. Nos dois primeiros treinos, o rendimento foi abaixo do planejado, porque ele foi, respectivamente, 9º e 16º. Porém, uma reunião entre a Leste Competições (equipe dele), representantes do piloto e próprio Victor foi realizada para discutir sobre melhorias do veículo, já que os resultados não apareciam, em treinos que o piloto não errava no aspecto técnico.
O kart foi consertado e Victor cresceu dentro da competição. Ele foi quarto colocado no último treino e segundo lugar na tomada de tempo. Por isso, largou na primeira fila no primeiro grid oficial, feito inédito entre os potiguares. Uchôa, mais uma vez, mostrou ter grande potencial porque alcançou a 3ª posição depois de ficar em 5º.
Ele ganhou confiança para o restante da competição e chegou à primeira colocação no segundo grid. Mas nesse momento o potiguar foi vítima de uma batida no acelerador do seu carro, em um acidente que ele não teve qualquer culpa e, inclusive, é cabível de punição.
Esse resultado injusto prejudicou a classificação do kartista, mas o rendimento dele continuou sendo excepcional. Na prova decisiva, Victor largou em 11º e chegou a ficar em 13º, mas passo a passo, o piloto ganhou seis colocações, em uma pista estreita, e terminou em sétimo. Ele foi o kartista que mais ganhou posições na final e ainda fez a segunda volta mais rápida. Além disso, Victor Uchôa se preparou para fazer ultrapassagens em três pilotos simultaneamente na reta final, mas não conseguiu por muito pouco. Ao término da competição, ele saiu de cabeça erguida e com a certeza de que entrou para história do automobilismo do Rio Grande do Norte.
Carisma
O rendimento dentro das pistas não foi o único fator que fez Victor Uchôa se destacar em Goiânia. O piloto mirim ganhou o carisma de diversos veículos de comunicação e autoridades que compareceram ao local. Todos os meios especializados em automobilismo já conheciam o kartista do Rio Grande do Norte, que virou símbolo de simpatia e humildade.
A DMTV, webtv que transmitia a competição para o mundo inteiro, fez diversas entrevistas com o piloto e citava repetitivamente o seu nome. Victor Uchôa os presenteou com suas camisas oficiais e os jornalistas do veículo participaram de algumas transmissões uniformizados com a marca do piloto. Aliás, o estoque de camisetas do piloto se encerrou antes do término da competição e foi montada uma verdadeira torcida organizada em prol de Victor. Até mesmo os goianos passaram a torcer pelo potiguar, já que o representante local, João Pedro Custódio, não participou das últimas baterias.
Admirado com esse sucesso do kartista do Rio Grande do Norte, o próprio presidente da Confederação Brasileiro de Automobilismo, o pernambucano Cleyton Pinteiro, fez questão de conhecê-lo pessoalmente.
Essa boa imagem deixada pelo piloto mirim pode ser uma fonte de recursos para o Rio Grande do Norte, já que Victor Uchôa virou um símbolo do potencial e do carisma do potiguar, em uma área que conta com investidores milionários, que é o automobilismo.