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26/01/2006 15:31

CBA denuncia ausência de projeto para o Autódromo de Jacarepaguá

Fonte: Américo Teixeira Jr.


O Autódromo Internacional Nelson Piquet vive um momento extremamente delicado e a sua destruição, apesar de todos os esforços, poderá de fato acontecer. A denúncia é do presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Paulo Scaglione, cuja opinião foi reforçada após recentes declarações do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia.

 

Embora o prefeito e seu grupo de assessoramento afirmem que a pista não será alterada, o próprio dirigente municipal deixou evidente, em declarações para a imprensa, que a pista será mesmo destruída, tendo em vista que durante as obras as atividades automobilísticas e motociclísticas serão paralisadas. Tal posicionamento já é suficientemente claro para evidenciar os danos diretos para as edificações do autódromo e para o esporte. Reforçando essa constatação, nenhuma data ainda foi liberada, dentre as várias solicitadas para a prefeitura, visando a temporada de 2006.

 

O prefeito, talvez por falta de informação, confunde pista com o complexo como um todo. Para ele, a pista é apenas o traçado asfaltado por onde correm os carros. O prefeito demonstra desconhecer, porém, que o complexo do autódromo é o conjunto de todas as áreas, não apenas um traçado. Quando alguma alteração é executada na área adjacente ao traçado, definitivamente interfere e provoca alterações na pista”, ensina Scaglione.

 

Para o presidente da CBA, é muito grave o fato de o prefeito admitir que não existe um projeto para o autódromo.A pista vai ser alterada, em caso da realização dessas obras, e a prefeitura ao se eximir da responsabilidade de ter um projeto específico para a pista demonstra conhecimento ou fica caracterizada a má-fé. Isso porque, qualquer projeto de engenharia tecnicamente sério irá demonstrar claramente as alterações no circuito”, denuncia Scaglione.

 

O fato de não haver projeto, admitido pelo próprio prefeito, reforça ainda o risco iminente de a pista ser inutilizada indefinidamente. Isso porque será impossível não destruí-la durante a realização das obras e deixo aqui uma pergunta: de onde a prefeitura vai tirar dinheiro para reformá-la depois do Pan se está desesperadamente buscando recursos para construir os módulos olímpicos?”, questiona o presidente da CBA, que alertou também para as circunstâncias que envolveram o acordo entre a prefeitura do Rio e o Governo Federal. Ele lembra que a verba obtida é destinada para a “construção”, não havendo qualquer aporte financeiro para reparar os danos causados na pista.

 

Para Scaglione, a prefeitura perdeu o controle da situação, foi inoperante a ponto de permitir que o prazo do Pan estourasse e, agora, busca uma maneira de transferir responsabilidade para justificar seus próprios erros. Não vamos aceitar insinuações de que a CBA está prejudicando a realização do Pan. Quem faz isso é justamente a prefeitura que utilizou um evento tão importante como instrumento político e de especulação imobiliária. O que fazemos é defender o nosso esporte e vamos continuar agindo dessa forma”.

 

A Confederação entrará na Justiça nos próximos dias para tentar impedir as obras em Jacarepaguá.

  • 27/01/2006 10:51 Christian Soares

    Porque destruír o autodromo e não um campo de futebol!!!