O mundo do automobilismo ficou chocado com a atitude do
piloto russo Artem Severyukhin, que comemorou sua vitória na 1ª etapa do
Campeonato Europeu, disputada em Portugal entre os dias 7 e 10 de abril. Caso
ocorresse no Brasil, a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) dispõe
dos instrumentos necessários para punir tal infração.
“Conhecendo a índole e a realidade do esportista
brasileiro, é praticamente zero a chance de uma ocorrência como essa acontecer
no Brasil. Porém, nossos códigos são rígidos e esse lamentável episódio deve
servir de alerta para todos”, advertiu Giovanni Guerra, presidente da CBA.
Embora não haja menções específicas a símbolos ou gestos, as
bases morais e éticas estão especificadas de forma clara e ampla, sendo
elencadas punições em escalas diversas. O Código Desportivo do Automobilismo já
indica o caminho quanto ao comportamento na Seção XVII, Artigo 41/XI:
“Respeitar pilotos, navegadores, componentes de equipes, oficiais de
competição, promotores e público em geral”.
Ainda no CDA, no Artigo 132.3 está expresso: “Todos os
procedimentos indevidos, palavras e atos do piloto, navegador ou do chefe de
equipe, mecânicos, ajudantes e convidados do piloto ou navegador, implicarão na
penalização para o piloto ou navegador responsável e/ou para o infrator”.
“Temos vivido tempos difíceis em todos os cantos do
mundo, o que só aumenta a responsabilidade dos gestores para que o esporte
continue sendo praticado de forma sadia e sem influências negativas”,
resumiu Guerra.
ENTENDA O CASO – Logo após vencer a primeira etapa do
Europeu, o kartista russo Artem Severyukhin, de 15 anos, provocou repúdio ao
fazer um gesto nazista no pódio da categoria OK.
Como consequência, teve revogada a licença para competir. A
decisão foi tomada pelo Automóvel Clube da Itália (ACI), entidade equivalente à
CBA. O caso foi submetido pelo ACI à Justiça Desportiva para a aplicação de
outras sanções. Além disso, a FIA já investiga o caso e nesta quinta-feira (21)
terá uma videoconferência com o piloto e com a equipe Ward Racing, que já rescindiu
o contrato com o russo.
'Com seu gesto imprudente, Severyukhin mostrou falta
de respeito não apenas pelos valores universais que sempre inspiraram todo
esporte, mas também pela humanidade, dignidade e convivência civil',
disse o ACI, em comunicado.
Severyukhin pediu desculpas publicamente. Em vídeo postado
em suas redes sociais, afirmou: 'No pódio, fiz um gesto que foi
associado ao nazismo. Não é verdade. Eu não apoio o nazismo. Foi um dos piores
crimes contra a humanidade', declarou.