Faltou pouco. Com uma diferença de apenas três votos - curiosamente, o mesmo número de Federações que estão com a documentação irregular e que, por isso, não poderiam ter votado - Milton Sperafico, candidato da Chapa Bandeira Verde à presidência da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), perdeu a eleição para Waldner 'Dadai' Bernardo, candidato da situação, por 7 x 10 votos.
Bastante chateado, principalmente por ter desenvolvido um plano de governo com propostas inéditas que colocariam o automobilismo brasileiro em outro patamar evolutivo, Sperafico agradeceu os votos das Federações, o apoio da imprensa e destacou o voto recebido da Associação Brasileira de Pilotos de Automobilismo (ABPA), ressaltando que 'ter tido 54% - 19 pilotos votaram a favor de Sperafico, enquanto 16 preferiram o outro candidato - dos votos dos atores do espetáculo, apenas mostra que estávamos mesmo no caminho certo. Este voto nos deixa realizados pelo trabalho feito em campanha e compensa todo o desgaste de ontem, com o mal-estar causado pela ação isolada da Federação Gaúcha'.
Todo o processo eleitoral que culminou na eleição de hoje serviu para escancarar a situação atual do esporte a motor no País. Claramente, as praças que possuem automobilismo de verdade, com autódromos homologados FIA, grande número de pilotos e campeonatos são as das Federações que apoiaram e votaram na Chapa Bandeira Verde. As demais, com pífia contribuição esportiva, com raras - ou nenhuma - disputa de provas, preteriram o candidato que possui larga experiência de pista e de gestão empresarial, para se manterem na continuidade de uma gestão bastante questionável e com muitos processos na Justiça.
Com o fim do processo eletivo, Sperafico encerra o seu ciclo político. 'Chega de política para mim. Sou apaixonado por automobilismo e torço para que o esporte tenha sucesso no Brasil. Mas, agora, serei apenas um mero torcedor', concluiu. 'E para quem está me perguntando se entrarei com algum tipo de recurso ou manobra jurídica contestando o resultado, a resposta é não. Aceito o resultado, entristecido é verdade, mas reafirmando meus ideais democráticos e de respeito às instituições. Nossa campanha foi 100% propositiva e quero deixar esta marca', finalizou.
Para Selma Morais, presidente da Federação baiana, o momento agora é outro. 'Saiamos da nossa ‘zona de conforto’. Temos de nos unir e trabalhar para o automobilismo brasileiro', disse após o pleito.