Motores passam por nova análise na CNK e homologações não estão oficializadas

Assunto bastante debatido na “rádio box” nos últimos dias, a última homologação dos motores está gerando polêmica. E o principal motivo é que, depois de liberados para utilização já em dois eventos (SBK e Light), todos os motores estão sendo reanalisados para ver se realmente estão se enquadrando no que exige a ficha de homologação enviada pela CBA aos fabricantes em outubro. O início da polêmica se deu em razão da reclamação de alguns fabricantes contra a Iame Brasil – motor Parilla –, que, segundo eles, não teria seguido o acordo feito, no qual todos utilizariam o MY 09 como base para os demais motores.

As conversas dizem que o próprio fabricante deste “motor base” não estaria seguindo o determinado. “Recebemos a ficha de homologação da CBA e seguimos estritamente o que está determinado nela”, rebate Gianfranco Ventre, da Iame Brasil. “A diferença é que atendemos a ficha, enquanto que os demais fabricantes apenas copiaram, de forma legal, diga-se de passagem, nosso motor MY 09”, continua.

A “bola de neve” cresceu e o que constatamos, via fontes do Kart Motor, é que após este período “pós homologações”, a maioria dos motores não estaria obedecendo as especificações estabelecidas nas fichas de homologação, mesmo que em final de dezembro e início de janeiro os fabricantes tenham declarado que seguiam as determinações, estas, por sua vez, vistoriadas e confirmadas pela CBA. Salvam-se um ou outro. Por isso, uma “nova chamada” da CBA para análises.

Em conversa com Rubens Gatti, presidente da CNK, constatamos que a CBA apresentou aos fabricantes – e ao kartismo brasileiro – um projeto de nove anos no que diz respeito aos motores. Em resumo, a base desta homologação é o motor Parilla MY 09, no qual todos os demais fabricantes devem se espelhar para apresentar seus próprios propulsores, sempre utilizando as premissas da ficha de homologação. E, assim feito, os motores, agora iguais, serão usados por nove anos, para que os pilotos e seus pais não necessitassem comprar novos por este longo período. Para ilustrar, apenas, na Argentina e Uruguai existem projetos parecidos, mas neste longo período não são feitas novas homologações.

“A ideia da CBA é proteger o kartismo dos altos custos e esta medida, de usarmos o mesmo motor por nove anos, vai ao encontro desta ideia”, disse Gatti ao Kart Motor. “Estão sendo feitas análises profundas, em todos os motores, na CNK e no CTDN (Conselho Técnico Desportivo Nacional) da CBA, baseadas nas fichas de vistoria das homologações e elas, as homologações, ainda não estão finalizadas oficialmente”, concluiu o dirigente.

Agora, ficam as perguntas: que decisão tomará a CBA? Como ficam os investimentos feitos pelos pais e pilotos na compra destes motores, ainda não oficialmente homologados?