Sempre buscando informar e divulgar os feitos dos kartistas - já que as mídias "especializadas" provavelmente não darão a mínima atenção ao Mundial de Kart - trazemos para nossos visitantes uma entrevista exclusiva do piloto Gabriel Dias, melhor brasileiro na última edição do Mundial de Kart, disputado no último final de semana em Braga, Portugal.
Desde março deste ano o site Kart Gaúcho presta assessoria de imprensa para Gabriel Dias, fato que nos enche ainda mais de orgulho pelo feito inesquecível dele em Braga. Gabriel Dias foi o 14o colocado entre 81 concorrentes, sendo esta sua primeira experiência em competições na Europa.
Confira a entrevista exclusiva, que preferimos classificá-la ainda de "coletiva", já que diversas pessoas, de uma forma ou outra ligadas ao kartismo, foram convidadas a formular perguntas para Gabriel Dias.
QUAL ERA SUA EXPECTATIVA COM RELAÇÃO A SUA PARTICIPAÇÃO NO MUNDIAL? (Kart Gaúcho)
Fui ao Mundial com os pés no chão, sabendo que ia correr com os melhores pilotos do mundo, alguns com mais de trinta anos de idade, enquanto eu tenho apenas quinze recém completados (era o mais novo da competição). Portanto, fui apenas para ganhar experiência. Sem dúvida, foi um grande aprendizado, mas, além disso, tive um resultado que me surpreendeu, na medida em que estou apenas iniciando minha carreira na Europa. Hoje estou aqui como o 14° do mundo, melhor resultado obtido por um Brasileiro desde 2000, e me orgulho muito disso.
QUAL É A SENSAÇÃO DE VOLTAR DE UM MUNDIAL COM UM RESULTADO COMO ESTE, COM A SENSAÇÃO DO “DEVER CUMPRIDO”? (Kart Gaúcho)
É uma sensação ótima. Sei que muitos aqui no Brasil estavam torcendo por mim, confiavam em mim, e trazer um resultado como este me dá o alívio de missão cumprida. Espero continuar obtendo apoio, para no ano que vem, na próxima ida à Europa, dar mais alegrias ao nosso país.
COMO FOI SUA DECISÃO DE COMPETIR NO MUNDIAL DE UMA HORA PRA OUTRA? (Kart Gaúcho)
A decisão foi tomada muito de repente mesmo. A idéia de fazer o Mundial era apenas um sonho, pois só consegui a Licença “A” FIA no Campeonato Pan-Americano disputado em 2005, e ainda tínhamos o problema financeiro, que só foi resolvido quando conseguimos o apoio de um amigo e patrocinador. Depois disso, ainda tínhamos que tentar vaga em uma equipe, estadia, inscrição, treinos na Europa entre outras coisas. Com a ajuda essencial do Nilsinho, da Birel, que me ajudou com a parte logística, e do Pedro Sereno (Presidente da CNK / CBA), que ajudou a contornar o problema de obtenção da carteira em tempo recorde e fazer com que ela chegasse ao CIKFIA a tempo, foi possível organizar tudo e fazer as malas rumo ao campeonato mais importante de kart do mundo.
E A ESCOLHA DA EQUIPE, COMO FOI FEITA? (Kart Gaúcho)
Como ainda não conhecia o esquema de equipes na Europa, precisei da ajuda de outras pessoas para me instruir quanto a isso. Primeiro contactei o Alexander Lopes, que é quem ajuda os brasileiros que vão correr na Europa. Mas como estava muito em cima ele me explicou que as opções eram poucas. Depois, através do Waltinho Travaglini, acabamos conseguindo nos acertar com a equipe italiana MGM Racing, de propriedade do Mauro Pozzi, uma espécie de segundo time da Birel. Apesar da má escolha de preparador de motor feita pela equipe este ano, o que não nos permitia lutar pela vitória, eu não me arrependo da escolha, uma vez que a equipe me possibilitou entrar pequeno e sair grande.
QUEM VIABILIZOU SUA IDA À PORTUGAL PARA COMPETIR NO MUNDIAL? (Kart Gaúcho)
Tive ajuda de muitas pessoas, mas o mais importante foi o apoio financeiro e moral do meu amigo Samuel Miranda, da PTT Petróleo e Gás, que acredita na minha carreira. Foi ele quem plantou a idéia e me garantiu os recursos e apoio financeiro.
QUAL A DIFERENÇA DO KARTISMO EUROPEU PARA O BRASILEIRO? (Kart Gaúcho)
Existe a diferença da organização dos campeonatos da Europa e a diferença do equipamento. Quanto à organização, o kart na Europa tem uma estrutura muito maior do que a do Brasil, o que é normal, pois não são apenas equipes disputando, mas sim fábricas. Quanto ao equipamento, existe uma diferença muito grande entre os pneus MG usados no Brasil, para os pneus Bridgestone e VEGA usados na Europa. Não de qualidade, mas de concepção. Na minha opinião a maior dificuldade de um brasileiro quando chega na Europa é a adaptação dos pneus.
Existe também a grande diferença de motor, por ser 100cc refrigerado a água na Europa, ao contrário do motor usado no Brasil, que é 125cc refrigerado a ar. Isto cria novas necessidades, desde um estilo de pilotagem que compense seu menor torque em saídas de curva, bem como a administração da temperatura do motor, que não pode ser nem muito quente nem muito fria, através da manipulação de um defletor instalado no radiador e da proporção da mistura da carburação.
Outra coisa diferente é a largada. Lá, ela é dada em baixíssima velocidade, quase parando, e o piloto só pode acelerar depois da faixa no chão e das luzes apagadas, se não é penalizado em 10 segundos. Participei ou assisti cerca de 15 largadas em Braga, sendo que em todas a largada foi dada na primeira tentativa, e sem reclamações. Acho que se o meu amigo Bruno Barônio ou os Diretores de Prova do Paulista, que têm conhecimento, experiência e autoridade moral para isto, começassem a forçar este procedimento aqui, acabariam sendo imitado pelos outros, e teríamos muito menos acidentes de largada.
COMO É COMPETIR EM UM MUNDIAL, AO LADO DOS MELHORES PILOTOS DO MUNDO? (Kart Gaúcho)
È muito emocionante largar ao lado de grandes nomes do kart mundial como Davide Foré, Marco Ardigo e Sauro Cesetti, ou seja, perceber que se está entre os melhores pilotos e os melhores equipamentos do mundo, cada fábrica com sua tecnologia própria. Além disto, o Mundial de Kart é um dos quatro únicos campeonatos do mundo organizados pela FIA, ao lado da F1, Rallye e Turismo, o que aumenta sua importância. Fico muito feliz por ter tido esta oportunidade.
QUAL A PRINCIPAL DIFICULDADE DE ADAPTAÇÃO COM OS KARTS LÁ DA EUROPA? (Eduardo Tomedi)
Com certeza os pneus são a maior dificuldade. No Brasil estamos acostumados a guiar de uma maneira um pouco mais agressiva, pois os pneus MG permitem isso. Já na Europa, os pneus Bridgestone, apesar de serem rápidos exigem uma tocada mais clássica, sem forçar o kart, caso contrário, o chassi irá ficar “pregado” fortemente. Neste aspecto, acredito que tive alguma vantagem, uma vez que mesmo aqui estou sempre tentando andar “redondo”, sem forçar chassi e pneus.
COMO VOCÊ DESCREVE A EMOÇÃO DE COMPETIR EM UM CAMPEONATO MUNDIAL E SER O MELHOR BRASILEIRO COLOCADO? (Bruno Rodrigues)
Só de estar entre os melhores pilotos do mundo com apenas 15 anos já foi muito gratificante para mim. Mas ser o brasileiro mais bem colocado nesse mundial, disputado em categoria única, foi uma alegria enorme. Sabendo que o Brasil não faz um resultado como este na Fórmula A desde o ano 2000, época em que os principais pilotos corriam em outra categoria (Super A), fico alegre em ajudar a colocar nosso país cada vez mais na frente. De novo, com apoio, ano que vem quero tentar levar a nossa bandeira para o pódio, de preferência no lugar mais alto.
VOCÊ SE SENTIU PRESSIONADO POR SER SEU PRIMEIRO MUNDIAL? (Kalil Farran)
Não, mas estive sempre ciente de que era uma oportunidade de mostrar o meu nome na Europa. Para isto, precisava, entre outras coisas, de fugir das quebras, que, dado os poucos testes que realizamos, inevitavelmente seriam freqüentes.
Isto nos levou a optar por andar sempre com a mistura de carburação um pouquinho mais “rica”, o que me custava um décimo de segundo por volta, e comprometia algumas disputas, mas me permitia terminar as provas. Felizmente atingi o meu objetivo e surpreendi a muitos. Assim, espero que no ano que vem possa fazer melhor ainda, já que com a confiança da equipe e o reconhecimento prévio do equipamento que será feito no Europeu tudo será mais fácil.
QUAL A DIFERENÇA DOS KARTS DAQUI PARA OS QUE ELE CORREU O MUNDIAL? (Felipe Leite)
Os karts no Brasil são feitos para andar em cima de pouca borracha, enquanto os que correm na Europa são feitos para serem os mais “soltos” possíveis, já que lá o acúmulo de borracha na pista é muito grande, fazendo com que o kart tenda a ficar “pregado”. No meu caso, havia ainda uma incógnita adicional, por que eu nunca havia sentado em um Birel na minha vida, o que era um fator complicador. Mas, me adaptei bem e deu tudo certo.
E OS PNEUS? (Felipe Leite)
Os pneus Bridgestone, Dunlop e VEGA usados na Europa são muito diferentes dos usados no Brasil (MG), no que diz respeito a composto, estrutura e formato.
No Brasil, os pneus MG permitem com que o piloto seja agressivo nas curvas. Já os pneus usados na Europa apesar de serem mais rápidos exigem uma tocada mais calma e clássica, caso o contrário o chassi fica muito preso deixando-o mais lento. De novo, tive alguma vantagem, uma vez que num teste preliminar que fiz em Braga com uma equipe local, contando com apenas um jogo de pneus, o pessoal da Vega que estava lá gostou de meu desempenho e me pediu que testasse alguns jogos, o que ajudou a minha adaptação aos Bridgestone com os quais correria.
VOCÊ ACHA QUE OS PILOTOS BRASILEIROS ESTÃO NO MESMO PATAMAR TÉCNICO DO RESTANTE DO MUNDO, OU SOMOS SUPERIORES? (Alessandro Xavier)
Não acho que exista vantagem ou desvantagem pelo fato de sermos brasileiros ou estrangeiros. O que existe lá são mais praticantes, muitos deles contratados de fábricas e, portanto, com mais recursos, além de inovações tecnológicas que ocorrem numa velocidade muito maior.
Agora, experiência de corrida, isto, sem dúvida, eles tem mais do que nós. Lá, por exemplo, você precisa andar colado no kart da frente, para, caso seja tocado, apoiar-se nele e não rodar.
Outra coisa, lá, quem estiver mais rápido em um determinado momento da prova, vai para frente, e quem estive mais lento, vai para trás. Não existe isto de fazer traçado defensivo para evitar ser ultrapassado por um piloto mais rápido, fazer trenzinho, etc.., jogar para cima de quem está te ultrapassando, ou você vai parar na arquibancada. Você às vezes faz traçado defensivo sim, mas para não “tomar” de alguém mais lento que esteja atrás de você. Exemplo disto é que o “trio de ferro” da Tony Kart (Fore, Mortara e Ardigo). Na Final, mesmo largando na frente e com três karts da mesma equipe, não teve como segurar o Oakes, que veio de trás para ser campeão.
No mais, lá, como aqui, é preciso ter consistência para chegar ao fim bem colocado, ou seja, ter um bom equipamento, conhecê-lo, conhecer as alternativas de acerto, quais as características de cada motor e carburador disponíveis, conhecer a pista, ter entrosamento com seus mecânicos, ser capaz de andar rápido, ser capaz de se manter rápido volta a volta (o que é outra coisa), não deteriorar o equipamento, evitar acidentes que podem ser evitados e ter um bom planejamento para tudo isto. Lá, como aqui, quem resolve melhor esta equação, e ainda tem uma ajudinha da sorte, é campeão.
O QUE MAIS VOCÊ NOTOU DE DIFERENÇA NA PREPARAÇÃO DOS PILOTOS ESTRANGEIROS EM RELAÇÃO À PREPARAÇÃO DOS PILOTOS BRASILEIROS PARA ESSE TIPO DE COMPETIÇÃO (Eduardo Tomedi)
Existe uma enorme vantagem na preparação dos pilotos europeus sobre os pilotos brasileiros, pelo menos para as provas disputadas lá. Digo isso por que eles chegam no campeonato já conhecendo seu equipamento muito bem, pois correm com ele por lá. Já os brasileiros chegam na maioria das vezes sem nunca ter nem sentado no kart que vai correr, tendo pouco tempo para se adaptar. Eu por exemplo, perdi dois treinos com problemas de banco, o que não é admissível.
EXISTE ALGUMA DIFICULDADE SOBRE A LÍNGUA E CLIMA? (Renato Klein)
Quanto ao clima, nesta época do ano, estava mais ou menos como Curitiba, ameno. Quanto à língua, dizem que a língua universal é o Inglês. Não para o kart, onde é fundamental ser fluente em italiano, pois as melhores equipes, como Tony Kart , Birel, CRG e outras são da Itália. Se você não consegue se comunicar com eles, não consegue transmitir as necessidades de mudanças, responder as perguntas, e sequer conhecer o planejamento previsto. Isto acontecendo, os mecânicos perdem (ou não chegam a adquirir) o respeito por você. Neste particular, como ainda não falo italiano, tive a sorte de contar com a ajuda do Marcelo e Zé Bolão, que são fluentes, e do Luiz Moro, meu preparador que representou sempre a garantia de que as coisas não sairiam do prumo.
VOCÊ GOSTOU DA PISTA DE BRAGA? ELA SE ASSEMELHA COM ALGUMA OUTRA AQUI NO BRASIL? (Bruno Rodrigues)
A pista de Braga é simplesmente espetacular, com belas curvas de alta velocidade, e um miolo de um bom grau de dificuldade. Sem falar na organização do evento. Uma pista que me lembra um pouco Braga é a de Itu, por ter também curvas velozes e um bom miolo.
DEPOIS DESSA EXCELENTE PARTICIPAÇÃO NO SEU 1º MUNDIAL, QUAIS SÃO SUAS PRINCIPAIS METAS NO KARTISMO? (Bruno Rodrigues)
Terminar o ano de 2005 no kart aqui no Brasil, onde estou liderando o Paulista, e participarei da Copa Brasil e final da Seletiva PETROBRAS. Em 2006 pretendo fazer os Campeonatos Europeu, Pan-Americano, Mundial, e alguns no Brasil como o Brasileiro. Pretendo também iniciar treinos em Fórmula.
PODE SE DIZER QUE VOCÊ É UM PILOTO EXPERIENTE NO KARTISMO. A SUA PARTICIPAÇÃO NO MUNDIAL FOI DE ACORDO COM O QUE VOCÊ ESPERAVA? (Bruno Rodrigues)
Foi até mais do que eu esperava, pois eu era o mais novo dos pilotos no mundial, e fazem cinco anos que nenhum brasileiro faz algum resultado como este. 14° lugar do mundo é muito gratificante para mim, espero ano que vem fazer melhor ainda, com uma preparação mais intensiva.
ANTES DE MAIS NADA, PARABÉNS PELA PERFORMANCE NA ESTRÉIA NO MUNDIAL. DO SEU PONTO DE VISTA, QUE FATOR FOI O MAIS COMPLICADO PARA OS PILOTOS BRASILEIROS NESTA EDIÇÃO DO WKC? (Antonio Manoel dos Santos / CBA)
Obrigado, Toninho. Com certeza o problema de não ter o conhecimento do equipamento foi o que mais afetou todos os brasileiros, e, talvez, a dificuldade da língua. Os pilotos da Europa já conhecem bem o que tem na mão, o que é bom, o que não é. Nós, como chegamos lá apenas alguns dias antes, temos muitos problemas e perdemos muito tempo nos dias de treino, o que acaba dificultando tudo.
O QUE VC ACHOU DA PARTICIPAÇÃO DOS BRASILEIROS COMO UM TODO NESTE MUNDIAL? (Pedro Sereno / CBA)
O Brasil conseguiu enviar uma boa delegação, sendo o quarto país em número de pilotos presentes.
Eu e o Jimenez conseguimos resultados consistentes, assim como estamos conseguindo no Brasil, onde ganhamos o Sul-Brasileiro, lideramos o Paulista, andamos na frente no Brasileiro e andamos bem no Pan-Americano.
Os outros pilotos sofreram problemas de equipamento ou de adaptação ao equipamento que fizeram com que eles largassem mais atrás, e aí fica tudo mais difícil. Se fosse me basear só nos brasileiros, por conhecer sua qualidade de pilotagem e sabendo que são todos “top”, poderia afirmar com certeza que todos, caso conhecessem melhor seu equipamento, teriam obtido resultados melhores.
Mas esta tese fica prejudicada quando você pega alguém como o argentino Franco Vivian, tri-campeão Pan-Americano, o que dispensa outras apresentações, que montou um time da CRG lá, corre o Europeu, supostamente conhece o equipamento, e não conseguiu ser rápido em nenhum momento, nem se classificar para a final. Isto pode sugerir que haja algum tipo de adaptação mais difícil de obter, mas se existe, felizmente não sofri com ela, e portanto, não sei qual é.
O QUE OS PILOTOS BRASILEIROS TRAZEM DE BAGAGEM NESTE MUNDIAL (Pedro Sereno / CBA)
Antes de qualquer coisa, o prazer de representar nosso país lá fora, e poder mostrar um pouco do que, com a ajuda de todos os que fazem o kart no Brasil, pudemos aprender.
Fora isto, a experiência internacional, o contato com pencas de pilotos ótimos que nós não conhecemos, mas, mais importante do que tudo, a certeza de que precisamos criar mecanismos locais de apoio a estas empreitadas, a exemplo do que já existe em outros esportes. Aliás, o Dr. Paulo Scaglione, no último editorial da Revista da CBA, já apontava esta necessidade e reclamava da falta de apoio governamental ou empresarial ao time que iria a Braga.
EXISTIU ALGUM TIPO DE DISCRIMINAÇÃO PELO FATO DE SER SUL-AMERICANO? (Victor Gomes)
Quase isso, na verdade existe uma falta de confiança da equipe. Na Europa, todos os que fazem o mundial vem do europeu, e, portanto, são conhecidos. No meu caso, como era minha primeira experiência na Europa e eles não me conheciam, cheguei a recear por esta discriminação, mas como andei bem desde os treinos em Parma, foram ganhando confiança. O melhor remédio para isso é ter calma, e fazer a sua parte. Com isso consegui sair de lá amigo de todos.