Criada em 2005, quando em sua primeira corrida oficial no Brasil teve um grid de apenas dois pilotos – o gaúcho Matheus Klein e o paranaense Vinícius Balbuena – a categoria Mirim em 2009 chegou a um nível bastante elevado em vários aspectos.
Desde aquela distante prova válida pela 1ª etapa do Sul-Brasileiro em Farroupilha (RS), passaram pela categoria pilotos como Pedro Piquet e João Vieira – campeões da Copa Brasil em 2005 e 2006 –, Pietro Rimbano, Daniel Badra, Giuliano Raucci (campeão da Copa Brasil 2007), Leonardo Raucci, Lucas Rauber, Luis Felipe Branquinho, Matheus Jacques, Léo Gimenes, José Soares Jr. (campeão da Copa Brasil 2008), Caíque Valli, Rafael Martins, Pedro Cardoso (campeão do 2º GP Brasil e do GP RBC) e, claro, os campeões brasileiros Gabriel Robe (2005), Gabriel Sereia (2006), David Bellaver (2007 e 2008) e Gregory Diegues (2009). De 2005 a 2009 a Mirim cresceu muito e chegou a grids com mais de 20 pilotos. E o mais importante, grids de elevado nível técnico, como se pode deduzir pelos nomes citados.
Em seu quinto ano de existência, a Mirim já pode ser considerada uma categoria madura e novamente têm que ser citados os pilotos para que se possa evidenciar isto: João Pedro Custódio, Gregory Diegues, respectivamente campeões do Sul-Brasileiro e Brasileiro 2009, além de Igor Mello, Nathan William, Raikkonen Sakzenian, Sinder Bitton Neto, João Pedro Guim, Victor Uchôa, João Victor Coqueiro, Sérgio Guimarães Filho, Yanni Fontana, Heitor Murara, dentre tantos outros, além dos estrangeiros Rubens Bouchabke (libanês) e Eugen Gotze (paraguaio), que competem regularmente no Brasil. Muitos destes subirão para a Cadete em 2010 e certamente terão tudo para fazer bonito.
Nos seus cinco anos de existência a Mirim já está perto de ser igualada à Cadete em termos de corridas de alta competitividade e para isto muitos fatores tem sido primordiais, além da qualidade dos pilotos. Um deles é a união entre os pais de pilotos. Historicamente o kartismo sempre foi um barril de pólvora quando se falava em categorias de base no que tange ao nervosismo e a torcida de pais e mães e isto sempre gerou brigas – ou pelo menos muita “rivalidade” – entre eles. O que se vê na Mirim é uma quase completa paz dentro dos boxes, excetuando-se, claro, alguns momentos mais tensos, algo compreensível. Se vê hoje nos boxes os pequeninos chutando uma lata de refrigerante e com ela jogando futebol, enquanto que pais e mães confraternizam e conversam, buscando sempre a união e o crescimento conjunto de seus filhos nas pistas. Antigamente, em outras categorias de base, os meninos também chutavam latas de refrigerante como se fossem bolas de futebol, mas nesse momento seus pais discutiam ferozmente e até mesmo partiam para as famosas “vias de fato”.
As equipes também colaboraram para este crescimento, esta verdadeira profissionalização de uma categoria antes “amadora”. Os times de ponta têm entre seus pupilos pilotos da Mirim e dedicam a eles, é lógico, todo seu conhecimento, o que resulta em equipamento competitivo e, mais uma vez, grandes disputas e muito equilíbrio.
A falada profissionalização da categoria fez com que as equipes e pais de pilotos apostassem em seus pilotos e os levam aos mais diversos eventos onde a Mirim tem vez e assim se chega ao Sul-Brasileiro, Centro-Oeste, Brasileiro, Copa Brasil e os “estaduais”, Light, Granja, Paulista, ou seja, tem-se corrida de Mirim a todo o final de semana. Alguns podem achar demais, mas é também graças à boa quantidade de corridas e treinos que estes pilotos chegaram ao nível que se encontram. E é claro que aprenderão ainda mais.
Outro sinal da profissionalização: alguns pilotos da Mirim já têm seu próprio “coach” e não são quaisquer nomes, não. André Nicastro e Sérgio Jimenez já passam seu enorme conhecimento a seus pequeninos pupilos.
Atualmente a Mirim é extremamente mais rápida do que no ano de seu lançamento e, se compararmos, de 2007 para 2009 os tempos de volta baixaram cerca de um segundo. As fábricas também tem tido papel fundamental e Mini, Birel e Techspeed têm se esmerado em oferecer bons chassis a seus clientes. A RBC Preparações, com seus motores sorteados, e os próprios preparadores de motores contribuíram para o crescimento da categoria, e a Comissão Nacional de Kart da CBA, antiga e atual, tem sua enorme parcela de crédito no sucesso da categoria.
Porém, não são só rosas na categoria Mirim. A chegada de novos – e inexperientes – pilotos tem contribuído para alguns acidentes que poderiam ser evitados. Pilotos com seis anos de idade já podem competir na categoria e, talvez, uma melhor orientação prévia a estes pilotos ajudasse na contenção destas situações de risco que às vezes vemos nas pistas. As próprias equipes e seus chefes, bem como até mesmo a criação de um programa de ensinamento das regras básicas por parte dos dirigentes, poderiam sanar problemas como este.
Seis pilotos no Brasileiro de 2005, 9 do de 2006, 10 no de 2007, 21 no de 2008 e 18 no de 2009. E nove pilotos na Copa Brasil de 2005, 10 na de 2006, 10 na de 2007 e 14 na de 2008. Os números, que comprovam o crescimento da Mirim dentro da pista, são oficiais e a Copa Brasil 2009, que começa na próxima segunda (5) na Bahia, poderá estabelecer um novo recorde de participantes na categoria.
O número atual, segundo a lista divulgada no início desta semana, dá conta de 13 inscritos, mas seguramente este número deverá crescer e poderá ultrapassar os 21 do Brasileiro de 2008. Será possível?
O que sabemos, porém, é que em Lauro de Freitas deveremos ter mais uma vez disputas empolgantes por mais um título nacional, protagonizadas por pequeninos pilotos, que, inversamente ao seu tamanho, nos mostram enorme talento e proporcionam disputas gigantescas.
Boa sorte a todos...