Frustração. Esta é a palavra que define o estado de espírito do piloto paranaense Nathaniel Bueno (Rio Vale) após ter sido tirado da prova final na Copa das Federações, realizada na tarde deste sábado no Kartódromo Beto Carrero, em Penha, Santa Catarina.
Largando em segundo, Nathaniel foi surpreendido quando o também paranaense Antônio Matiazi tocou violentamente em seu kart, jogando-o para fora da pista, o que levou o piloto a abandonar a prova decisiva. Com o resultado da batida, o kart 47 teve o volante entortado e a capa do volante rasgada, o radiador destruído, e as barras da direção ficaram entortadas, eliminando qualquer possibilidade de Nathaniel permanecer na bateria.
Após análise do vídeo que registrou o acidente, a direção da prova puniu Matiazi com o acréscimo de 10 segundos ao seu tempo final, e assim, ele caiu de segundo para terceiro.
Sempre andando entre os mais rápidos, Nathaniel, de 16 anos, venceu uma etapa classificatória, e fez a melhor volta do aquecimento. O desempenho mostrado por Nathaniel durante todas as baterias da competição o colocava entre os favoritos ao título na Novatos.
Este não foi o primeiro incidente vivido por ele na Copa das Federações. Durante a segunda bateria classificatória ele havia sido tocado da mesma forma, no entanto, após cair para último, se recuperou e chegou em sexto. Aborrecido, o piloto soltou o verbo e classificou como pouco esportiva e honesta este tipo de postura que acabou tirando a chance de lutar pelo campeonato.
“Acho inaceitável esse tipo de atitude. Não foi a primeira vez que sofri toques desta natureza aqui. Eu estou muito desapontado com tudo aconteceu e acredito que isso deveria ser coibido de forma mais ostensiva. Não é possível você se dedicar, investir, treinar e na hora da decisão ser tirado da prova. Isso é um absurdo. Olha como ficou meu kart! Eu deixei de competir por causa de um piloto que só recebeu 10 segundos a mais no tempo como punição”, disse.
Quem também mostrou descontentamento foi o pai do piloto. Para Avelino Bueno, esse tipo de atitude deveria ser banida, mas a falta de rigor da CBA e das federações em punir os pilotos que fazem esse tipo de coisa acaba incentivando a reincidência.
“Perder faz parte do esporte e nós sabemos perder, mas sair da corrida no começo dela por uma atitude absurda de um oponente desleal é muito frustrante. Viemos aqui para competir de igual para igual, e o Nathan (como chama seu filho) estava andando bem. Lembro que hoje os fiscais e a direção de prova deixaram correr frouxo. Não vi nenhuma pessoa da CBA, ou da Federação Paranaense orientar os pilotos sobre esse tipo de prática. Acho que a CBA deveria rever certas coisas e pensar em punições mais severas para quem entra na pista a fim de prejudicar outro piloto”, afirmou Avelino Bueno.
Antes de entrar na pista, Nathaniel teve outro compromisso. Na noite de sexta (13) ele havia viajado à Curitiba para fazer, neste sábado (14) uma prova de redação. Nathaniel cursa o primeiro ano do Ensino Médio e sabe que além de pilotar é preciso se dedicar aos estudos para ter uma formação, afinal, o sonho de 99 em 100 pilotos de chegar à Fórmula Um nem sempre é realizado, e, por isso é preciso ter outra opção.
Esta foi a última competição oficial que o piloto paranaense disputou em 2013. Nathaniel encerra o ano após ter sido campeão Sul-Brasileiro e espera voltar a disputar provas nacionais em 2014.
“Agora volto para casa e descanso um pouco neste fim de ano. De todo modo, 2013 foi bom para mim porque conquistei o Sul Brasileiro e aprendi muito nas disputas do Brasileiro e, infelizmente, na Copa das Federações. Desta aqui eu saio com a certeza de que tem gente que deveria fazer outra coisa e não competir de kart, pois um acidente como o meu poderia ter custado caro, felizmente não aconteceu nada comigo, mas fica a lição de que isso precisa acabar”, concluiu.