A África do Sul é inegavelmente o centro das atenções do esporte mundial neste mês de junho, com as emocionantes disputas da Copa do Mundo de Futebol e com a seleção canarinho, primeira do ranking da FIFA, e eternamente uma das favoritas, sempre tirando o sono dos adversários e deixando em pânico as torcidas adversárias. Afinal, por aqui 191,5 milhões de brasileiros dividem as funções de técnico, comentaristas especialistas e apaixonados torcedores da seleção pentacampeã mundial com o gaúcho Carlos Caetano Bledorn Verri, mais conhecido do publico - e temido pelos adversários - como Dunga.
Mas outra paixão nacional é o automobilismo e os oito títulos mundiais de F1 deixam claro para o mundo que nossos pilotos são até melhores que nossa seleção de futebol, afinal já arrebataram oito “estrelas” contra “apenas” cinco do chamado esporte nacional. O Brasil é então o país do automobilismo, restando claro que deste solo brotam inesgotavelmente talentos de primeiríssima linha para o mundo da velocidade.
Dentro desse difícil e competitivo panorama dois jovens kartistas paulistas começam a despontar como vencedores natos e, fazendo jus ao principal patrocínio estampado em seus karts e macacões, começam a deixar a “torcida adversária” em pânico. São eles os “botinhas” Raul Rocha (Pânico Energy Drink/ Build Brasil/ Alternativa/ Vinícola Amália/ Stark Artes Gráficas/ GBS Racing) e Gabriel Donsé (Pânico Energy Drink/ SP Log/ GBS Racing).
Com apenas um ano e sete meses de experiência no esporte e apenas uma temporada completa na categoria Mirim da Copa São Paulo de Kart Granja Viana – a qual encerrou na sexta colocação, com grandes atuações em meio a kartistas bem mais experientes - Raul Rocha optou por pular o natural “degrau” seguinte da categoria Cadete e abriu a temporada 2010 do maior certame regional de kart do país já acelerando direto um poderoso propulsor de dois tempos de ciclo e 125cc, na velocíssima categoria Super Cadete.
Ao desprezar o habitual estagio da categoria Cadete e ingressando direto na veloz Super Cadete, trocando diretamente as corridas “empurrado” por motores de 5,5hp com redutores, pelos 125cc de 22hp de potencia, a expectativa geral era de que seria esta uma temporada de resultados pífios e dedicada somente ao aprendizado, andando na “referencia” de pilotos extremamente experientes.
Mas, nem de longe, foi o que aconteceu assim que começou a temporada 2010 da Copa São Paulo de Kart Granja Viana. Na primeira rodada do certame regional paulista, Raul Rocha esbanjou talento e, de cara, cravou a pole position da etapa inaugural. Mostrando personalidade, Rocha não se intimidou ante a maior experiência dos principais competidores e assim que autorizada a largada manteve a ponta da corrida, que foi interrompida ante uma atabalhoada manobra do segundo colocado, que tentou ainda na primeira volta uma ultrapassagem sem que houvesse o menor espaço para tanto, tirando Raul Rocha em definitivo da corrida.
O “cartão de visitas” estava apresentado e na etapa seguinte a vitória que fugira entre os dedos materializou-se, após assumir a dianteira na primeira volta de corrida e não dar qualquer chance de ataque aos demais concorrentes. Definitivamente, concorrentes, publico e mídia passaram a olhar com respeito para o atrevido Mirim que chegara na Super Cadete. Na terceira etapa Raul teve problemas, deixando de completar a corrida, mas na quarta rodada Rocha fez uma corrida magistral, partindo da ultima fila do grid, para completar a prova ocupando a terceira colocação final.
No sábado (19/06) o Kartódromo Internacional Granja Viana abriu suas portas para a realização de sua quinta etapa da Copa São Paulo de Kart Granja Viana, mais uma vez reunindo em suas grelhas mais de 250 pilotos de todo o Brasil. Na tomada de tempos classificatórios da categoria Super Cadete, o kart de Raul Rocha estranhamente passou a ter um rendimento inferior ao dos demais principais concorrentes da classe e não conseguiu mais que a nona posição do partidor.
Na corrida a situação não foi diferente, com o propulsor nitidamente perdendo mais potencia a cada passagem, não dando a menor possibilidade de reação ao jovem kartista paulista. Decorridas a dezesseis voltas da competição, Raul Rocha divisou a bandeira a quadros na décima colocação final.
“Tivemos sérios problemas com o motor do Raul nesta etapa e infelizmente perdemos pontos preciosos no campeonato”, lamentou Fausto Souza, chefe da equipe Pânico, ao final do dia de competições. “Aparentemente houve uma perda completa de compressão e perdíamos mais de um segundo por volta do líder da corrida e apenas ‘no braço’ é que o Raul conseguiu levar o kart ao décimo lugar. É uma pena, mas ainda em tempo de corrigirmos os problemas de equipamento para o play-off, que é a fase decisiva do campeonato”, complementou Souza.
Problemas de motor também marcam a estréia de Gabriel Donsé na Granja
Nove anos de idade e dono da marca de “piloto mais jovem do Brasil” registrada pelo Ranking Brasil – Livro dos Recordes Brasileiros em 2006 ao participar de sua primeira competição aos três anos e nove meses de idade, o piloto paulista Gabriel Donsé (Pânico Energy Drink/ SP Log/ GBS Racing) já tem um currículo invejável, repleto de vitórias e títulos: Campeão Mirim em 2009 do Campeonato Nova Schin de Kart, Itu (SP), Vice-campeão da Mirim na Copa RBC em 2008, terceiro colocado da Mirim na Copa São Paulo Light de Kart de 2008 e sétimo colocado no Campeonato Brasileiro de Kart 2008 (Mirim, em Fortaleza), Gabriel tem como ‘coach' Maurizio Sandro Sala, que defendeu com brilhantismo a bandeira nacional nas pistas internacionais (foi campeão da F-Ford 1600 Inglesa, teve vitórias na F-3 no Japão e Grã Bretanha e foi 3º na 24 Horas de Le Mans).
Nesta quinta etapa da Copa São Paulo de Kart Granja Viana o “botinha” radicado em Itu passou a fazer parte do staff de jovens talentos da equipe Pânico Energy Drink, acelerando fundo na categoria Cadete do maior certame regional de kart do Brasil.
Após uma semana conquistando boas e competitivas marcas de volta nos treinos livres no circuito de Cotia, Gabriel Donsé vivenciou a expectativa de bons resultados em sua prova de estréia no campeonato e a real possibilidade de estar entre o sexteto do pódio dessa competitiva categoria.
Todavia, na classe Cadete a “sorte” é um dos elementos fundamentais, já que além de um bom equipamento e boa técnica na condução do micromonoposto, o sistema de motores sorteados pela organização, adotado em todos os certames oficiais, faz com que as benesses da deusa Fortuna sejam determinante no resultado final das corridas. Afinal, a “sorte” de receber um bom e competitivo motor pode significar um largo passo para a vitória, receber um motor de desempenho mediano ainda permite se sonhar com uma das vagas no pódio, mas receber um motor problemático significa, sempre, estar batalhando apenas para não ser o “lanterninha” da corrida.
Na tomada de tempos classificatórios, que definiu a ordem dos bólidos no grid de largada da prova da categoria Cadete, a boa expectativa transformou-se em frustração, já que o rendimento do motor recebido através do sistema de sorteio por Gabriel Donsé nem de longe reproduzia os bons tempos de volta obtidos no decorrer da semana e a 20ª posição do grid deixava claro esse fato.
Entre solicitar a substituição do propulsor e, por força do regulamento, largar na ultima posição equipado com uma “incógnita ambulante” e competir com o motor de fraco rendimento, os técnicos da equipe optaram na manutenção da unidade originalmente sorteada, buscando novos ajustes no chassi que compensassem ao menos um pouco a clara falta de potencia.
Na largada Gabriel soube sair dos habituais acidentes da categoria, fechando a primeira volta na 17ª posição, imediatamente à frente de João Pedro Guim e André Castro. Na seguinte Guim e Castro já o haviam superado e o fraco rendimento do motor não lhe permitia tentar acompanhar os concorrentes na busca de recuperação de posições e com o fraco desempenho piorando a cada volta não havia sequer a possibilidade de manter o 19º lugar que ocupava, mas quatorze voltas depois Gabriel Donsé cruzava a linha final nessa mesma posição, superando as dificuldades e ao menos não completando a corrida na “lanterninha”.
“A posição de largada não foi a causa do resultado final desfavorável, afinal o Gabriel fechou a primeira volta na frente do Guim e do Castro, que completaram a corrida na 5ª e 6ª colocações”, explicou Fausto Souza, manager da equipe Pânico Energy Drink. “Mas a falta de potencia do motor, que passava na reta dos boxes fazendo um barulho forte como se fosse explodir a qualquer momento, foi decisiva e não nos deu a menor condição de competitividade. A cada subida algum concorrente punha de lado e passava sem o menor esforço e chegar no final com um kart nessas condições foi exercício de espírito desportivo. Espero que para a próxima etapa a Granja Viana faça uma revisão completa nos motores disponibilizados para sorteio, permitindo que os concorrentes decidam na pista o resultado de seu trabalho. Competência para isso não lhes falta”, concluiu Fausto Souza.
Para o segundo semestre da temporada 2010 Raul Rocha (Pânico Energy Drink/ Build Brasil/ Alternativa/ Vinícola Amália/ Stark Artes Gráficas/ GBS Racing) e Gabriel Donsé (Pânico Energy Drink/ SP Log/ GBS Racing) pretendem competir também na Copa São Paulo Light de Kart e no Campeonato Nova Schin de Kart, em Itu. “Pretendemos dar aos pilotos da equipe mais ‘horas de vôo’ e condições de desenvolverem ainda mais suas técnicas de pilotagem, o que só se consegue fazendo mais corridas. Isso, claro, vai fazer com que mais concorrentes fiquem em Pânico”, concluiu o chefe de equipe, em clara prova do costumeiro bom humor que o caracteriza.
Mais Pânico ainda
A equipe Pânico Energy Drink além de Raul Rocha e de Gabriel Donsé tem outro “ferinha” acelerando forte na Copa São Paulo de Kart Granja Viana, o kartista Matews França (Pânico Energy Drink/ Build Brasil/ Alternativa/ Vinícola Amália) que com apenas noventa dias de experiência kart já vem mostrando na Cadete bom desempenho e que é “do ramo”. Nesta quinta etapa da Copa São Paulo de Kart Granja Viana Matews teve problemas na classificação com o motor sorteado, que foi substituído para a corrida, o que determinou a partida da ultima posição da grelha.
Mostrando personalidade, Matews França não se intimidou pela dificuldade e pela menor experiência, partiu para o ataque e foi conquistando posições ao longo das dezesseis voltas de corrida no traçado de Cotia, para completar a prova na décima segunda colocação final.
“O Matews é uma grata surpresa e não tenham duvidas que em pouquíssimo tempo ele estará lutando pelas primeiras posições. Ele é aplicado nos treinos e absorve rapidamente todos os ensinamentos que lhe são passados. É outro nome para ser observado atentamente”, alertou Fausto Souza.