No momento em que reúne condições para brigar pelo título, Carlos Escarlate
pode estar dando adeus ao Campeonato Paulista Light de Kart, categoria
Sprinter B. A prova início deste 2º semestre da competição, prevista para a
tarde deste sábado (13/08) no kartódromo de Aldeia da Serra, em Barueri/SP,
pode marcar uma retirada estratégica do piloto. "Se isto se concretizar, o
farei de cabeça erguida, para um posterior retorno, dentro de um projeto
mais sólido no automobilismo", destaca.
A 6ª colocação no quadro geral, com 97 pontos, é um dos indicadores de que
Escarlate continua firme no páreo. Sua habilidade ao volante, que o faz um
dos mais rápidos durante as corridas, lhe rendendo inclusive o apelido de
tufão das pistas, dá alicerce. O crescimento do kart, após a recente
aquisição de equipamentos de maior qualidade, também lhe transmite
confiança.
Entretanto, o acaso tem perseguido e deixado marcas profundas no piloto. Ao
longo da temporada, as quebras inimagináveis foram inúmeras, apesar de todo
o cuidado e a atenção. A frustração mais recente se deu no mês passado,
quando mesmo apresentando um bom rendimento, a maré de azar veio perturbar. "Até uma roda chegou a se partir em uma das baterias", relembra sobre ocorrido no Campeonato Brasileiro, em Campo Grande (MS).
Contudo, a principal motivação para a maneira atual de pensar de Escarlate
tem cunho profissional. Administrador de empresas formado pela PUC/SP,
ex-funcionário de um dos setores de consultoria da IBM, ele pretende retomar
a carreira para obter maior estrutura financeira e afetiva. "Nossos objetivos mudam de acordo com as experiências e necessidades. Estou com uma idade e num momento de me dedicar mais ao trabalho, almejando prazer pessoal e transmitindo mais segurança à família", comenta.
A decisão já parece madura, mas ainda não é definitiva. No fundo, ele sabe
que um bom resultado no final de semana pode mudar tudo. A intenção de
manter-se como piloto está presente nos ambiciosos planos para o futuro. "Se
eu chegar a me afastar, será algo em torno de 3 anos, quando certamente terei
respaldo para correr numa modalidade de ponta. Assim posso fazer com a
consciência tranqüila", pondera.