Maior evento do kartismo americano, o Super Karts USA, mais conhecido como Skusa, foi disputado durante toda a última semana em Las Vegas, e reuniu cerca de 550 pilotos de todo o mundo. 46 deles eram representantes do kartismo brasileiro, dentre eles o paulista Gregory Diegues (Bad Boy | Banco Rendimento | V!be Energy Drink | Chilli Beans | Hinkel | Ecko Unltd.), que competia na TaG Cadete, categoria com mais de 80 pilotos em sua lista de inscritos.
A participação de Gregory Diegues, no entanto, foi uma mistura de decepção e raiva, pois nada do que foi tratado com a equipe americana contratada para atender o piloto brasileiro foi cumprido. “Me senti enganado pela equipe Italkart. Acertei um pacote com dois motores e na hora de testar o segundo motor disseram que este seria o reserva para os quatro pilotos da equipe na categoria. Como outro piloto, o Gianluca Petecof, já estava com este reserva, acabamos ficando com o motor que ele descartou, ou seja, um motor horrível”, lamenta Maurício Diegues, pai de Gregory.
Segundo Maurício Diegues, esta era a primeira competição da equipe na categoria e os motores não eram preparados pela Italkart. “Eles terceirizaram o fornecimento e não contrataram um bom fornecedor. Aconteceu que o atendimento que recebemos foi péssimo”, reclama Diegues. “Não indico a Italkart para ninguém aqui no Brasil, principalmente se for correr na Cadete”, emenda.
Gregory viveu problemas a cada entrada na pista. No primeiro treino o paulista apenas “passeou”, já que seu carburador não funcionava. No treino seguinte, a “terceirizada” fez alguns ajustes na carburação, mas ainda assim Gregory tomava cerca de 3 segundos do piloto mais rápido. “No terceiro treino o Gregory finalmente pôde andar melhor, a ponto de marcar o 10º tempo em seu grupo, mas apenas depois que reclamei bastante da carburação”, relembra Maurício.
As reclamações quanto ao fraco desempenho do motor não surtiram efeito algum e Gregory Diegues continuou tendo uma performance muito abaixo do esperado. “O segundo dia de treinos foi igual ao primeiro, ou seja, o Gregory continuava tomando muito dos líderes e nada podíamos fazer”, diz Maurício. “A equipe dizia que ele errava o traçado, mas o Gregory tomava até na reta, cerca de um segundo. Cheguei a perguntar: ‘ele erra na reta também, onde é só acelerar’?”, continua.
Nas duas primeiras corridas classificatórias o fraco desempenho do motor continuou e Gregory não pode obter resultados melhores que um 25º e um 31º. “Entre estas duas corridas tornei a reclamar do motor e ninguém fazia nada. Vivíamos de tentar compensar o problema trabalhando no acerto do kart, mas isso não resolvia”, conta o pai de Gregory Diegues (Bad Boy | Banco Rendimento | V!be Energy Drink | Chilli Beans | Hinkel | Ecko Unltd.).
“Após essas duas decepcionantes participações, e vendo que nada seria feito, resolvi sair da competição. Peguei o kart e o entreguei nas mãos do chefe de equipe e demonstrei toda minha decepção com a qualidade e a competência da equipe”, relata Maurício. “A gota d´água final foi quando, em dado momento, o ‘terceirizado’ montou o carburador e ligou o kart. Ficou pior do que estava. Quando ele acelerou parecia ter descoberto petróleo, de tanta gasolina que jorrava pelo carburador. Foi aí que constatei que havia jogado mais de U$ 8.000,00 no lixo”, ironiza Maurício Diegues, que elogia apenas a união dos brasileiros dentro da equipe.
“Éramos quatro pilotos brasileiros, o Gregory, o Juan Crespi, o Gianluca Petecof e o Matheus Leist. Os mecânicos de cada um se ajudavam e passavam dicas um para o outro”, salienta Maurício Diegues, que deixa dicas importantes para quem pretende disputar o Skusa em 2012, ou até mesmo outras competições fora do Brasil. “Nunca vá correr fora sem dominar o idioma local ou tenha a seu lado pelo menos alguém que possa lhe representar com conhecimento do assunto. Não contrate uma equipe sem conhecê-la e sem ter garantias de que vão lhe dar o que foi oferecido”, ensina.
Os únicos pontos positivos da participação de Gregory Diegues no Skusa foram a própria viagem aos Estados Unidos e o evento como um todo. “Se não tivéssemos aproveitado bem o passeio, estaria tudo perdido. Mas, graças a Deus, passamos ótimos momentos com nossa família. Porém, infelizmente, longe do kart”, revela. “O evento é perfeito, muito organizado e ordenado, coisa de americano, os caras sabem fazer eventos como ninguém. É uma ótima oportunidade para o piloto aparecer e mostrar seu talento. Mas, como em toda corrida, sem um bom equipamento nas mãos e uma equipe séria e comprometida, não existe piloto que faça uma grande apresentação”, finaliza.