E o último dia do 20º SKUSA chegou com festa para o kartismo brasileiro. O domingo, de bastante sol e com alguns poucos momentos de uma pequena chuva – que chegou a atrapalhar os planos de alguns pilotos da X30 Júnior e da Micro Swift –, foi de decisão, de emoção na apresentação dos pilotos e cerimônias, e de títulos para o Brasil.
A primeira categoria com brasileiros na pista foi exatamente a primeira Final, da X30 Júnior, que tinha uma primeira fila com Arthur Leist, que defendia o título, e com Diego Ramos. Os dois se mantiveram na ponta por algum tempo, mas foram perdendo rendimento, enquanto Vinícius Ponce e José Muggiati buscavam aproximar-se do primeiro pelotão.
Ponce chegou a estar em 5º, naquele momento já à frente de Leist e Ramos, que haviam caído bastante na classificação. Uma pequena garoa chegou, suficiente para atrapalhar Ponce e Leist, que acabaram rodando (Leist não sem antes ser fortemente tocado). Ramos acabou como o melhor brasileiro, em 8º, frustrando as expectativas, todas no sentido de que os brasileiros poderiam vencer.
Bem, na X30 Júnior não deu. Mas o primeiro título chegou na Micro Max, com Vinícius Tessaro, que estreava no SKUSA. Com a pista mais úmida, a direção de prova liberou o uso de pneus de chuva, opcional nesta competição e do que se valeram alguns pilotos. Os brasileiros Tessaro, Matheus Carvalho, Nicolas Chon e Emmo Fittipaldi optaram pelo pneu seco, mas coube a Vinícius nos dar um pequeno susto, já que ele rodou na primeira curva após a saída do Parque Fechado ainda na volta de apresentação.
Podendo voltar à posição original, a pole, ele foi para a largada e caiu para a 4ª, mas logo reapareceu entre os ponteiros, em 2º. Daí em diante o duelo com Freddie Slater pelo título foi intenso, sempre com Tessaro na frente. Quando faltavam duas voltas, o americano assumiu a liderança, mas Tessaro devolveu a ultrapassagem em um local inesperado e partiu para o título, muito comemorado por todo o time da NF Sports / Piquet Sports, que assim, um ano depois de sua criação, comemora o primeiro título no SKUSA em sua segunda participação no evento, e também pela Sabiá Racing. Nicolas Chon, também em sua estreia no SKUSA, fez linda final e terminou em 7º. Carvalho repetiu a dose e chegou em 9º, com três brasileiros entre os 10 melhores.
Na Mini Swift, a categoria seguinte, Rafael Câmara largava em 2º e fez uma bela prova. O pernambucano chegou a liderar, confirmando as expectativas de que lutaria pelo título. Porém, ele perdeu um pouco de rendimento e caiu para a 5ª posição. Nas últimas voltas, após uma disputa intensa entre os cinco primeiros, ele voltou à disputa, mas na passagem final pelo Diretor de Prova fechou em 6º, não sem antes figurar na liderança da decisão. Gabriel Crepaldi, que largou da 42ª e última posição, deu um show de ultrapassagens e finalizou em 18º. Matheus Morgatto (27º), Felipe Bartz (36º) e Guilherme Figueiredo (40º) fecharam a participação brasileira na categoria.
A decisão da X30 Sênior, equivalente aos nossos Graduados, foi empolgante. Na última volta, especialmente na reta grande antes da bandeirada, quatro pilotos ficaram praticamente lado a lado, entre eles André Nicastro, que partiu de 13º e veio escalando o pelotão. Ele foi se aproximando, ganhando posições e da metade da corrida em diante já estava entre os seis primeiros. Algumas voltas mais e ele já ganhava mais posições e em dado momento chegou a estar em segundo, mas logo foi superado por um adversário, voltando a ser terceiro. Nesta última volta Nicastro acabou perdendo uma posição e recebeu a bandeirada final em 4º depois de ganhar nove posições na pista em uma das categorias mais equilibradas do 20º SKUSA.
Nosso segundo representante na final da X30 Sênior – Goulart e Crispim não conseguiram classificar –, Gabriel Paturle fez uma bela corrida e deu um verdadeiro show. Partindo da penúltima posição (ou 41º), ele terminou o SKUSA em 14º.
Na S4 tivemos a participação de dois brasileiros. Renato Jader David foi o 7º e André Sousa o 26º. Outra categoria com participação de brasileiros foi a S4 SM, que teve Guilherme Jacob em 7º, Jorge Borelli em 16º e Luís Sousa em 17º.
Por fim – e não nesta ordem – a X30 Master foi cercada de muita polêmica, e com brasileiros. Desde seu início, a decisão desta caegoria, que reúne o equivalente aos nossos Sêniores, teve Renato Jader David e o americano Kris Walton monopolizando a disputa pela ponta, com Dudu Dieter, que largara em 4º, logo aparecendo em 3º. Leonardo Nienkotter já chegava para a disputa, enquanto Renato Russo e Marcos Regadas vinham em crescimento. Muito perto do final da prova Walton atacou e passou Jader, que na curva seguinte tentou dar o troco. O troco não foi bem dado e Jader acabou por tocar no adversário, com o que os dois se atrasaram. Dieter, que não tinha a ver com isso e estava muito perto, passou a ambos e assumiu a ponta, que manteve até o final.
Dudu Dieter comemorou o título, mas o pódio, que fica no meio da pista e é feito ao final de cada prova, demorava. Via-se que os pilotos foram parados com seus karts na grande reta e isso significava que algo estava sendo decidido. Para surpresa geral, Dieter não foi ao pódio e a alegação era que ele havia tocado em Walton, o que cá entre nós, visivelmente não era verdade. Assim, reclamações daqui e recursos dali, depoimentos de pilotos com a verdade sendo dita e outros em que a verdade não foi dita, o título – no nosso entender, ilegítimo, e aqui a torcida não é por algum piloto e sim pela 'coisa' certa – ficou com Jader. Aliás, uma constatação: infelizmente, em determinadas vezes a verdade vale menos que um título. Nienkotter foi o vice, Regadas acabou em 8º, resultado que podia ter sido ainda melhor tendo em vista sua boa semana de treinos e classificatórias. Renato Russo abandonou quando era 6º após largar em 13º, e Dieter, que deveria ter sido declarado campeão, foi o 7º.
Bem, assim encerramos nossa cobertura, agradecendo especialmente o apoio da MG Tires neste cansativo, mas extremamente gratificante trabalho.