Ele é mineiro de Belo Horizonte e como a maioria dos adolescentes da capital das gerais bastante tímido. Porém, depois de um pouco de conversa e algumas risadas o piloto Guilherme Silva se mostra uma excelente pessoa e, mais do que isso, um divertido e entusiasmado piloto.
Porém, quando ele coloca o capacete e entra na pista seus adversários tem tremido bastante. Competindo na Europa desde a temporada 2009 Guilherme é a atual esperança de vitória brasileira nas principais competições do kart internacional como o WSK, Mundial, Copa do Mundo, etc.
Neste ano, pela categoria KF2, já chegou ao pódio na primeira etapa do WSK, contra 90 concorrentes, e figura após três etapas na quarta posição do concorrido campeonato.
Conheça um pouco deste jovem piloto de 15 anos e sua história nas competições do Brasil e exterior.
1) Quando e porque você começou a correr?
Guilherme Silva: Comecei em 2004 por influência de alguns amigos que já andavam.
2) Qual era a sua equipe e quem eram seus adversários naquela época?
G.S.: Minha primeira equipe foi a do Túlio, que tinha a oficina no Kartódromo Serra Verde, em Belo Horizonte. Naquela época meus principais adversários eram os irmãos Mesquita, que competiam pela Cimini Racing.
3) Quando você começou a disputar corridas fora de Minas Gerais?
G.S.: Minha primeira corrida fora de Minas foi em 2005, em São Paulo.
4) Naquela ocasião, quais foram as principais dificuldades que você achou?
G.S.: A minha maior dificuldade foi me adaptar com o numero de pilotos. Em BH estava costumada a correr contra seis, no máximo oito pilotos. Lá na Aldeia me deparei com 20 pilotos no grid, chegando a 26, aí foi meio complicado.
5) Quando foi a sua primeira conquista de um campeonato nacional?
G.S.: Em 2007, o Campeonato Sul-brasileiro, pela categoria Júnior Menor.
6) Depois deste, quais outros títulos importantes você venceu?
G.S.: Neste mesmo ano consegui vencer o Brasileiro, em Farroupilha, num frio dos diabos! (Risos). Depois, em 2008, ganhei também a Copa Brasil, já pela categoria Júnior, em Itumbiara – GO.
7) Como surgiu a possibilidade de competir fora do Brasil?
G.S.: Quando ganhei a Copa Brasil, no mês de outubro de 2008, surgiu a possibilidade de competir no SKUSA – Super Nationals, em Las Vegas, nos Estados Unidos, na categoria TAG Júnior. Naquela ocasião eu e o Felipe Fraga andamos muito bem. Daí, o Robasi, dono da Tony Kart, foi conversar com o meu pai e me convidou/ofereceu uma proposta pra correr na Europa, na equipe dele, pela Tony Kart Junior Team.
8) Depois dos Estados Unidos, no SKUSA, como foi seu cronograma de competições em 2009?
G.S.: Bom, depois deste convite da Tony Kart tive que mudar completamente meu esquema aqui no Brasil, até mesmo de escola. Treinei bastante no inverno deles lá, já com o kart da categoria KF3, o mesmo que eu iria competir. Depois segui direto para o WSK, Europeu, Copa do Mundo, SKUSA e, por fim, o campeonato inglês já que a Tony Junior é baseada na Inglaterra.
9) Você acha que competir uma temporada na categoria KF3 foi importante no seu desenvolvimento ou entrar direto na KF2 não faria diferença?
G.S.: Com certeza fez toda a diferença. Andar de KF3 me ajudou muito porque nela eu aprendi a trabalhar todo o equipamento lá de fora, pilotar com as condições de pista da Europa, conhecer os pneus, o sistema de trabalho da equipe, os mecânicos, motores, etc.
10) Em 2010, competindo pela KF2, penúltimo degrau de um piloto no kartismo mundial, você é uma das apostas da Tony Kart Júnior Team, um dos principais times da Europa. Como é sua relação com a equipe e os mecânicos?
G.S.: Como estou em meu segundo ano na equipe a minha relação com todos é muito boa. Desde o Paul, dono da equipe, até os mecânicos. Todos me respeitam e me ajudam bastante, mas, no começo, como em toda relação, é mais complicado. Eles são muito desconfiados e, no meu sentimento, tem medo do piloto sair depois de duas ou três corridas e perderem todo o trabalho.
11) Sempre no Brasil falaram que na Europa existe muito aquela coisa de diferença de equipamento dentro da equipe. Tem mesmo? Existe primeiro e segundo piloto? Como funciona esta relação de competitividade?
G.S.: É verdade sim. O equipamento da Europa e muito superior ao do Brasil . Eles trabalham sério em todos os karts, mas, sempre tem aquele piloto que tem “as novidades” e, mais do que isso, é nítida a atenção maior de uns em detrimento dos outros por parte de todos do time.
12) Depois de três corridas do WSK e duas grandes apresentações, como está sua agenda daqui para o final do ano e quais os planos para a temporada 2011?
G.S.: Minha agenda até o final do ano está bastante cheia, pois, tenho muitas corridas e muitos testes para fazer. Com relação ao futuro, estamos estudando ainda as várias possibilidades que existem hoje no mercado. Gostaria de partir para os carros, tem muitas categorias-escola aqui na Europa e seria muito bom para mim, pois, ainda nem fiz 16 anos. Mas, por outro lado, se surgir uma boa oportunidade de continuar no kart por mais um ano, na Super KF, pode ser que eu fique mais um ano por aqui. Nada de concreto ainda.