No mundo da velocidade é ponto comum das grandes montadoras
a cuidadosa atenção com um setor de suas divisões de corridas, ou os “Racing Teams”, como são conhecidos
mundialmente. À falta de um nome melhor convencionou-se chamar o setor de
“Clientes”, que, fundamentalmente, é parte essencial da própria razão de
existir dos Racing Teams e até
mesmo das próprias fabricantes.
E assim é que o mundo da velocidade assimilou como
corriqueiro o completo apoio técnico dos fabricantes às equipes independentes,
que as tratam com o mesmo desvelo aplicado ao seus próprios Racing Teams oficiais. E exemplo
disso não falta, como o famoso “Corse
Clienti” da Ferrari que atende tanto equipes do calado da renomada AF
Corse nos principais campeonatos de Endurance no planeta – e em provas como 24
Horas de Le Mans, 24 Horas de Daytona, etc. -, quanto coadjuva o fomento do
esporte organizando os vários Ferrari Challenge continentais, ou, ainda, os
Ferrari Racing Days. Mercedes, Audi, Porsche e outras seguem na mesmíssima
linha, como vemos na Porsche Cup aqui no Brasil.
Claro, no mundo dos micromonopostos – o kart – a importância
do setor “Clientes” é absoluta, afinal não se fabricam karts para utilização
como veículos de rua, mas sim, especificamente, para o mundo das competições.
Por ser um kart importado, o Tony Kart não tem expressa autorização emitida pela CNK, órgão máximo do desporto com
micromonopostos no Brasil e departamento da CBA, para participar das competições oficiais no Brasil,
excetuadas as das categorias de cunho internacional, nos eventos nacionais, ou
nas demais categorias cujo regulamento particular dos certames estaduais ou
regionais expressamente o permita.
Tão italianos quanto a Ferrari, os bólidos da Tony Kart disputam na Copa São Paulo KGV nas classes ROK Cup
Executive, KZ2 (os Shifter Kart), Rotax Max, Rotax Masters, Rotax Max Junior,
Rotax DD2, Rotax DD2 Masters e Sixpeed.
No sábado (9) o Kartódromo
Internacional Granja Viana recebeu a etapa de abertura da temporada 2019
da Copa São Paulo KGV. Foi um dia intenso, com mais de duas dezenas de corridas
disputadíssimas e repletas de emoção. A totalidade das categorias compete em
regime de jornada dupla, com duas corridas para cada classe, que determinam o
vencedor da etapa pela soma dos resultados. Claro, nas categorias em que são
admitidos, os Clienti
Corse da Tony Kart foram protagonistas,
conquistando pole positions, melhores voltas de corrida e vitórias
avassaladoras.
A ROK Cup Executive
é uma das principais categorias do certame regional paulista e também uma das
mais tradicionais, já que alia a longeva classe Executive – criada em 1997 na
inauguração do Kartódromo Granja Viana – aos motores ROK GP, produzidos pela Vortex,
subsidiaria da Tony Kart. Na
verdade, a categoria é composta de mais três classes conjuntas, além da ROK
propriamente dita. São elas a ROK Executive, a ROK Senior Executive e a ROK
Master Executive, que separam os competidores por faixas de idade.
Na classe Geral, o Tony
Kart de Andrey Fortes abriu o dia cravando a pole position e vencendo de
forma dominadora a primeira bateria. Com os oito primeiros invertendo o grid
para a “Race 2”, Andrey Fortes alinhou na P8 e fechou a primeira passagem na
nona colocação. A partir de então impôs um forte ritmo e foi galgando posições.
Após um bom combate com mais dois competidores, Fortes conseguiu se firmar na
segunda colocação, mas com quase dois segundos de desvantagem para o líder
isolado da corrida. Pé na tabua e Andrey foi tratando de descontar a diferença
de espaço para o líder. Restavam quatro voltas quando o #157 de Fortes
aproximou-se do ponteiro e abriu a temporada da caça, buscando a vitória.
Foram, a partir de então, quatro voltas de intenso combate,
mas sem que houvesse alteração nas duas posições cimeiras. Com a vitória da
primeira bateria e a P2 conquistada na segunda corrida, a vitória da etapa já
estava garantida para o piloto da Tony
Kart. Todavia, após a conclusão da corrida, os Comissários Desportivos
entenderam que o vencedor havia infringido as regras na intensa disputa pela
vitória, impondo-lhe como penalização adição ao tempo total de prova, pelo que
a vitória acabou conferida ao aguerrido piloto Tony Kart.
Executive “raiz”, já que competidor da categoria desde sua
criação em 1997, José Raul Girondi
também venceu a etapa, faturando o alto do pódio da ROK Master Executive – para garotos com mais de 55 anos de idade –
com seu Tony Kart. Na
classe ROK Senior Executive –
para pilotos com idade entre 45 e 54 anos -, o Tony Kart de Cylmar
Fortes (pai do vencedor Andrey Fortes) venceu sobejamente a primeira
bateria. Na segunda bateria, Cylmar liderava novamente, porém acabou recebendo
um “acalorado” toque na traseira de seu kart, que determinou uma forte rodada.
Fortes Sr. retornou à corrida, porém longe da disputa pela vitória. Mesmo
assim, com a soma dos pontos conquistados, acabou com a terceira posição na
etapa.
Na categoria KZ2
Senior – KZ2 é o correto nome adotado pela CIK/FIA para a classe dos
karts com marchas, que aqui eram chamados de Shifter Kart, nome “made in USA”
-, o Tony Kart de Thiago Lamberti
comandou as ações nas duas baterias. De quebra foi o pole position da classe e
cravou a volta mais rápida nas duas corridas do dia. Levou a vitória da etapa
com direito ao perfeito “hat trick”, que no passado chamavam de “barba, cabelo
e bigode”.
Nas classes Rotax
com karts para adultos – Rotax Max, Rotax Max Masters, Rotax Max Junior, Rotax
DD2 e Rotax DD2 Masters -, únicas do Rotax Max Challenge que admitem os chassis
Tony Kart, mais conquistas dignas de comemoração. O Tony Kart de Paulo Coelho conquistou a posição de honra na Rotax Max. Com um segundo e um
terceiro posto nas baterias, Coelho garantiu a segunda colocação final na etapa
de abertura da Copa São Paulo. Na Rotax
DD2, Leonardo Reis foi P2
no grid, nas duas corridas e, claro, na etapa.
E na Rotax Max
Junior a suada pole position foi do veloz Lucca Zucchini, com seu Tony
Kart. A vitória na primeira bateria ficou com o Tony Kart do mineiro Pedro
Sousa. A segunda bateria teve repetição da liderança de Sousa, porém,
miseravelmente, o cabo do acelerador de seu kart quebrou, quedando seu #23
inerte, a apenas três voltas para a “checkered
flag”. Zucchini, o pole position, foi veloz e regular, garantindo a
segunda colocação final da etapa, após a soma dos pontos obtidos na rodada.
Aliás, o sexteto do pódio da Rotax Max Junior contou com “maioria absoluta” dos “Clienti Corse”
Tony Kart, que ocuparam quatro dos seis degraus. Lucca Zucchini na P2, Pedro
Sousa, apesar da quebra, acabou garantindo a terceira posição na etapa, o Tony Kart #211 de Eduardo Ritzmann
ficou com o quarto posto e o gaúcho Arthur
Gama o sexto colocado com seu Tony
Kart #999. É de se destacar que Gama conquistou a terceira colocação na
primeira bateria e seguia bem no início da segunda corrida, mas acabou
envolvido em um forte acidente, que determinou a paralização da prova, com
apresentação da bandeira vermelha para atendimento médico dos pilotos
envolvidos. Mesmo com seu Tony Kart
avariado, Gama não se deu por vencido. Voltou para a prova e mesmo uma volta
atrás dos demais competidores, não aliviou o pé do acelerador. Fez muitas
ultrapassagens – descontando volta – e conseguiu conquistar algumas posições,
recebendo a bandeirada final na oitava posição. Na somatória dos pontos obtidos
o esforço valeu subir ao pódio na sexta colocação.
A mundialmente reconhecida excelência dos karts Tony Kart, o cuidadoso follow-up da Braskart (representante no Brasil da
marca italiana) aos compradores e, ainda, o desvelado empenho no apoio técnico
para cada equipe independente que tenha um Tony Kart, é a garantia que todos os Clienti Corse contem sempre com iguais
possibilidades de vitória. E é exatamente por esses motivos que inexistem
pilotos oficiais de fábrica Tony Kart no
Brasil. É a verdadeira democracia, com todos rigorosamente iguais.
A segunda rodada da Copa São Paulo KGV acontece no dia 16 de
março, novamente no Kartódromo Granja Viana.