CBA desrespeita justiça brasileira e volta a coagir pilotos

A Confederação Brasileira de Automobilismo voltou a desrespeitar a justiça brasileira nesta semana. Por meio de cartas endereçadas a quatro pilotos que disputam o 4º Festival Brasileiro de Kart, competição de caráter nacional supervisionada pela Liga Brasileira de Esportes Automotores (Linea), a entidade voltou a coagir atletas que participam de eventos organizados por entidades independentes a ela – um direito garantido por lei e reforçado recentemente pela justiça do Rio de Janeiro.

Em quase um ano de disputas judiciais entre a Confederação Brasileira de Automobilismo e a Liga Nacional de Esportes Automotores, foram três liminares concedidas por juízes de primeira e segunda instâncias em favor do grupo que busca a liberdade de pilotos e equipes no esporte. Mesmo assim, a CBA parece não ter se dado conta de que não tem o direito de impedir a realização de corridas independentes em território nacional.

“Eu não entendo por qual razão a CBA insiste em atrapalhar toda iniciativa que visa fomentar o kartismo no país. O papel da entidade que comanda o esporte é incentivar sua prática em todos os níveis, e não dizer aos pilotos, principalmente em tom de ameaça, como eles devem conduzir a própria vida. Em minha opinião, o presidente da CBA tem inveja do sucesso que a Biland e a Linea têm feito, apesar de todas as atitudes que ele tem tomado nos últimos meses para enganar os pilotos sobre a ilegalidade dos nossos eventos. A disputa começou no Mundial de Biland, que foi um sucesso, e continuou agora no Festival Brasileiro. O presidente da CBA é um câncer maligno incrustado no automobilismo brasileiro e precisa ser rapidamente removido para que o esporte possa sobreviver”, disse Paulo Breim, promotor e organizador das corridas da Biland no Brasil.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro chegou a conceder liminar prevendo até mesmo a prisão de Paulo Scaglione, presidente da CBA, caso ele voltasse a interferir no livre arbítrio dos pilotos Alberto Cattucci, Marcelo Cascão e Christiano Mattheis. Eles haviam sido banidos do quadro de pilotos da entidade por terem participado do Mundial de Guaratinguetá, mas foram readmitidos por decisão da justiça. Cattucci chegou até mesmo a disputar competições supervisionadas pela Federação de Automobilismo de São Paulo após o incidente.

“Uma das primeiras decisões da justiça do Rio de Janeiro favoráveis a nós previa multa de R$ 50 mil por atitude que coagisse qualquer piloto a não participar de provas da Linea. Já entramos com um pedido de R$ 200 mil e vamos entrar com outro de mais R$ 200 mil na próxima segunda-feira pelas correspondências desta semana. Uma hora, isso tem de acabar. A liberdade dos pilotos, equipes e dirigentes precisa ser reconhecida”, encerrou Breim.

A despeito da nova tentativa de boicote, o 4º Festival Brasileiro de Kart seguiu sem sobressaltos em São Paulo. Nesta sexta-feira foram realizados os treinos de classificação e as primeiras corridas classificatórias da rodada. Neste sábado serão realizadas as finais. O evento reúne pilotos de sete Estados e diferentes níveis de experiência. Entre os destaques estão Alberto Cattucci, Campeão Mundial da categoria Biland, Renan Gama, Ricardo Sargo e Vinícius Serafim, nomes de peso na categoria Sprinter.

Os vencedores desta sexta-feira em Interlagos foram: Carlos Cunha Filho (Cadete), Alex Grigoletto (Biland KGPS), Alberto Cattucci (Biland KGP), André Pablo Lebl (F4 Pró), Willian Hoepers (135 Sprint), Renan Gama (125cc Sprint), André Lebl (125cc Sênior).