Meados de 1988: É lançado no mercado nacional o primeiro carro com injeção Eletrônica de Combustível. O VW GOL GTI chega no Brasil e passa a mostrar todas as vantagens da injeção eletrônica de Combustível.
Meados de 2006: é lançada no Brasil a primeira injeção de combustível para os motores de karts dois Tempos. Pioneira inclusive a nível mundial.
Dezoito anos separam os dois lançamentos. Mais que a idade da maioria dos pilotos do kartismo.O preço era a desculpa. Mas agora a criatividade, vontade de inovar e bom senso dos brasileiros podem nos colocar um degrau acima do mundo.
Preço já não é mais problema. A um custo aproximado de menos de três ou quatro carburadores preparados, podemos contar com o que há de melhor em injeção. E nossos pilotos, sejam os das categorias de base, sejam os já nas de espera ao acesso ao automobilismo, poderão contar com o sistema de injeção eletrônica programável gerenciando o álcool ou a gasolina em seus motores. Em vez de 2 ou 4 agulhas e um arcaico, mas caro carburador ou par deles, um sistema eletrônico muito parecido com que os pilotos vão encontrar nos monopostos que seguem a carreira. Sim, já temos mais desculpas para não usarmos. Aposentar o carburador e entrar num sistema de injeção que sozinho, sem programar a todo instante, já acerta no mínimo 90 % do que deverá ser injetado de combustível a cada instante, poupando motores caríssimos de quebras, tornando o rendimento homogêneo nas provas, e eliminando um problema que há décadas afeta o kartismo, que é a margem de erro/acerto naquelas agulhinhas dos carburadores, sempre sensíveis e vulneráveis.
Século XXI,estamos nele. Agulhas? Nem pensar. Temos que convir que um piloto de kart e seu preparador trabalharem em 10 % só de margem de erro, numa unidade eletrônica recheada de novidades, é fator positivo tanto no campo desportivo como no fator educacional. Não tem mais sentido um garoto piloto deixar seu micro em casa, com seu simulador sempre a postos, e ir virar agulhas numa pista de kart. É hora de eletrônica. Tem mais, eletrônica total flex. Álcool ou gasolina, para aval até dos ambientalistas.
A parte funcional é muito simples: com o forte incremento do esporte "Arrancada" no Brasil, foram desenvolvidas aqui controladoras de injeção de relativa sofisticação e baixo custo. Essas controladoras requerem apenas componentes e sensores bem comuns e baratos, advindos da indústria automobilística.
Vamos ser objetivos. Um kit de injeção eletrônica para kart se comporá de:
1) Controladora de injeção (chamada centralina por muitos)
2) Bomba elétrica automotiva de injeção monoponto a álcool,muito barata.
3) Bateria motociclística de 3 a 5 Amperes, recarregada pela própria saída de 12 volts (até hoje sem uso) da ignição do motor do Kart
4) Bico Injetor VW IPW 043 ou similar( sustenta até 40 HP's), despejando combustível no difusor.
5) Flauta - com retorno- que é o depósito de combustível pressurizado que alimenta o bico injetor.
6) Tubo de corpo de borboleta ligando da pirâmide do motor ao filtro de ar,com difusor na medida segundo o regulamento e sensor de posição da borboleta(o chamado TPS) integrado.
7) Sonda Lambda comum, origem automobilística, localizada na curva de escape do motor.
8) Sensores de temperatura do ar de admissão e sensor de temperatura na camisa do motor (motores a ar) ou na água do radiador (motores 2T a água). Opcionalmente, o filtro de ar atual, de cornetas, poderá com a injeção eletrônica presente, ser substituído por um filtro cônico filtrante, muito comum e que exerce realmente a função de filtro.
No funcionamento, a unidade controladora gerencia a necessidade de álcool ou gasolina, mais o importante óleo lubrificante incorporado, que deve exatamente ser injetada a cada instante. Para os puristas, que poderiam gritar que não querem ser substituídos por circuitos integrados, com uma margem de acerto automática de 90 %, o ajuste humano na controladora para ainda mais rendimento é ainda possível, feito rapidamente nela mesma, inclusive esses brinquedinhos tem recursos como memória de acerto, corte de giros, função display de rpm, temperatura, e muitos etcéteras.
Cada kit de injeção poderá ficar no kart, controlando cada motor de um piloto. A controladora o piloto ou preparador pode desconectar e levar para casa para examinar, elaborar, visualizar,preparar novos acertos. Sem sujar as mãos.
A durabilidade e praticidade desse sistema em si e a que ele proporcionará aos motores, conjugada à muito melhor dirigibilidade do motor, serão o fatores de aceitação pelo desportista. Pilotos contentes, kartismo ascendente.
Portanto, agora é mãos a obra. 2006 nos espera.