Figuras das mais conhecidas do kartismo nacional, o Comissário Desportivo paranaense Bento Tino está comemorou 40 anos de automobilismo na 49ª edição do Campeonato Brasileiro de Kart. Tudo começou em agosto de 1974 em Paranavaí, norte do Paraná. Hoje ele reside em Foz do Iguaçu e, além de Comissário Desportivo e Diretor de Prova, também é vice-presidente da Federação Paranaense de Automobilismo.
Bento Tino diz que sua paixão pelo automobilismo começou em uma manhã de um sábado, quando trabalhava em uma oficina mecânica de uma rua deserta de Paranavaí. “Ouvi um barulho diferente na rua e fui ver o que era. Era um piloto testando um kart. Aquele barulho me conquistou, fiquei entusiasmado com o que via e imediatamente fui perguntar ao piloto como eu podia fazer para trabalhar com ele. Este piloto era Waldomiro Luzenko, que simpaticamente me disse que bastava estar no dia seguinte, às 5 horas, em sua chácara, que às 5h30 iríamos para Rolândia para uma corrida. Fiquei adormecido e para não perder a hora, no dia seguinte estava em sua chácara às 4 horas. Passei a integrar a equipe que tinha os mecânicos Gauchinho, Cezar Capato e a cronometrista Bárbara, irmã do piloto. Foi uma experiência incrível, me diverti muito, trabalhei como um louco, quase morri de tanto fazer força para empurrar o kart, que hoje é peça de museu. A partir daí nunca mais parei, estou sempre envolvido com o automobilismo”, diz com orgulho Bento Tino.
Direção de prova
De mecânico a diretor de prova foi rápido e ainda em 1974, em uma prova festiva em Loanda, também no Paraná. Naquela época toda a programação era no domingo e já era 9 horas e o diretor de prova não aparecia. Depois do corre-corre, descobriu-se que ele estava internado com cólica renal em outra cidade e não poderia fazer a prova.
Em uma reunião de emergência alguns pilotos o apontaram como aquele que tinha condições de realizar a prova. Bento Tino aceitou e sua primeira decisão já causou uma grande polemica. "A cronometragem, feita a mão, ficava em cima de uma carreta, onde estavam o prefeito, o padre, o juiz, políticos de vereadores a senador. Fui informado pelo cronometrista de que estas pessoas estavam atrapalhando seu trabalho. Fui lá e fiz todo mundo descer, se não a corrida não aconteceria. Resmungaram muito, mas desceram e fiz a corrida, com um grande público. Esta foi a minha primeira como autoridade desportiva. De lá para cá nunca mais parei”, completa Bento Tino.