publicidade
01/10/2007 10:45

Brasileiros disputaram prova de 1000 milhas em Portugal. Confira a história

Fonte: Roberto Margeon


Foto: Divulgação

O time brasileiro


Uma equipe brasileira esteve competindo em uma longa maratona de kart em Portugal, nos dias 15 e 16 de setembro último. Formada por pilotos paranaenses e paulistas e ainda por um representante de Angola, o time disputou uma prova de 1000 milhas no Kartódromo Internacional da Região Oeste (KIRO), em Bombarral.

O time brasileiro, denominado Kartódromo Granja Viana, foi formado pelos paranaenses Alessandro Marchini, Camilo Chaby, Fernando Scotti e Roberto Margeon, pelos paulistas Cláudio Contijo e Renê Bauer e pelo angolano Ruy.

Abaixo segue a história e as importantes impressões e lições da bela maratona, contada pelo paranaense Roberto Margeon, que em 2005 sagrou-se Campeão Brasileiro de Kart Endurance, ao lado de Fernando Scotti (que correu a prova de Portugal), Manoel Queiroz Neto e Pablo Margeon.

“Primeiramente é muito prazeroso ver alguém tratando o kartismo com amor e dedicação e foi isso que pudemos observar nesse dias que estivemos em Portugal. Fomos muito bem recebidos pelo proprietário Amadeu Ignácio um ex-piloto angolano, sonhador como todos nós.

Ao contrário do kartismo brasileiro, lá se teve a idéia de fazer um kart próprio para receber o motor Honda 390 de 13 hp. Trata-se de chassis italiano, de marca First, com adaptações nas mangas dianteiras, aumentando e diâmetro e retirando o cubo, tanque com 8 litros, banco central (os nossos são deslocados), com ajuste de distância, adaptação no sistema de freios (sistema de veículo auto regulável Mercedes Benz), utilização de pneus que duram a prova inteira (25 horas), tem ainda pedaleiras com ajustes no caso de pilotos menores, sistema de encaixe de carenagem de forma rápida e eficiente, carenagem em fibra de alta resistência e sistema de gavetas para lastro em chumbo de fácil remoção.

Somente é possível fazer regulagem de abertura de rodas e calibragem.

Quando um kart quebra, por qualquer motivo que seja, ao entrar ao box é liberado um kart reserva com motorização inferior (9HP) o que pelo menos faz com que a equipe continue andando, mesmo que 2 a 3 segundos mais lento.

Tudo isso faz com que o número de quebras seja mínimo. Não houve sequer um pneu furado, quebra de chassis e muito menos de carenagem, mesmo com quase três horas de corrida sob chuva com pneus slik, sendo os toques inevitáveis.

Outra surpresa nossa foi a tecnologia aplicada durante a prova para controle de entrada, pesagem e saída dos pilotos. Cada piloto tem uma pulseira com sensor magnético e quando da saída do piloto com o kart, este deve passá-la em um leitor óptico que assim que recebe o sinal muda o semáforo existente para a cor verde. Quando da entrada nos boxes, o piloto para sobre a balança onde existe o mesmo leitor óptico que registra o fim da pilotagem. A leitura da balança também é eletrônica e isso impossibilita fraudes. Além disso, existe um radar que registra a velocidade dentro dos boxes, onde não é permitido ultrapassar os 20 km/h, evitando assim que façamos nossos mecânicos de propulsores dentro dos boxes.

O único inconveniente do kart foi o pára-choque traseiro, que é de plástico e quando se leva um choque traseiro com maior intensidade ele quebra no suporte, mecanismo este que já foi resolvido, porem não em tempo hábil para a prova deste ano.

Quanto à corrida, ia tudo bem até recebermos um choque traseiro, quebrando nosso pára-choque. Tivemos que entrar para consertá-lo e com esse imprevisto logo na quarta volta já caímos para último. Quando retornamos a pegar o kart oficial já estávamos com quatro voltas atrás.

Recebemos algumas penalizações, por excesso de velocidade nos boxes, quebraram mais duas vezes nosso pára-choque, tivemos penalização por ter excedido o tempo de pilotagem, mas enfim acabamos a competição em 11º. Participaram da prova equipes de Portugal, França, Itália, Bélgica, Holanda e a nossa Brasileira.

E o melhor de tudo isso que percebemos que é possível, sim, fazer um kartismo competitivo com baixo custo, onde não se pense somente em ganhar dinheiro, mas também realizar os sonhos de muitos que não têm essa oportunidade.

O custo total da Prova é de €$ 3.000,00. Três mil Euros x 2,80 = R$ 8.400,00, divididos por 7 pilotos = R$ 1.200,00 para cada.

Não é próximo do ideal? Basta um pouco de boa vontade.

Um forte abraço a toda a equipe e agradecimentos especiais ao Kartódromo Granja Viana, que nos possibilitou tamanha troca de informações e cultura.”

  • Não há comentários cadastrados até o momento!