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02/02/2010 15:15

Cancelamento do Pan e motores água x ar: confira a opinião do jornalista José Barone

Fonte: José Barone - Blog Kartistas.org


O atual momento do kartismo brasileiro, que vive mudanças e indefinições no calendário e suas praças, passa por cancelamento do Pan e chega a novos motores (velhos, no caso da Sênior B), tem gerado conversas nos bastidores.

Conversas, que como em qualquer situação, apontam pessoas contentes ou descontentes. O jornalista José Barone, em seu blog Kartistas.org, deu sua opinião, que pode ser lida no texto abaixo, e que reflete o momento pelo qual o kartismo brasileiro está passando.

Confira:

FEVEREIRO QUENTE

A primeira semana de fevereiro começou agitada para o kartismo sul-americano e brasileiro. A primeira notícia, que pegou muita gente de surpresa, foi a de que o Pan-Americano 2010 não sairá do papel. Previsto para ser realizado na Argentina, o Pan era aguardado por muitos pilotos brasileiros, que começaram a olhar a competição com bons olhos desde o ano passado, quando foi realizado aqui no Brasil, no Velopark. O motivo da não realização é simples: motores.

Em entrevista ao site Allkart.net, o secretário-executivo da CIK/FIA, Sr. Vincent Caro, explicou que os motores Sudam (utilizados até o ano passado) tiveram suas homologações expiradas no último dia de 2009. Com isso, a CIK/FIA estipulou que os motores utilizados na competição a partir de 2010 seriam os caros motores KF.
Com pouco tempo - e dinheiro - para se adaptarem aos motores exigidos pela CIK/FIA, o Pan-Americano 2010 foi cancelado. Em conversa com o site KartGaúcho, o presidente da CBA, Cleyton Pinteiro lamentou a não realização do Pan, mas admitiu que a decisão de não adotar os motores KF foi acertada, já que, os propulsores elevariam os custos da competição.

A expectativa é que, em 2011, o Pan-Americano volte a ser disputado com motores Sudam ou Shifter. Para isso, a CIK/FIA terá que entrar em um acordo com as entidades sul-americanas.

Levando em consideração que no Pan 2009, alguns pilotos chegaram a gastar mais de 100 mil mangos, imagine com os novos motores. Tá certo que os motores KF são utilizados na Europa e bla-bla-bla. O problema é que, na América do Sul, até onde eu saiba, não há tanta gente com bala na agulha para encher um grid com motores desses.

Já no Brasil

A mudança de motores no Brasil continua agradando uns e desagradando outros. A ideia de trocar os motores refrigerados a ar, pelos refrigerados a agua, foi bem aceita pela maioria dos pilotos e provocou fúria em alguns preparadores. Teoricamente mais resistentes, a mudança para os motores a agua veio acompanhada de uma série de limitações técnicas que, por consequência, diminuiria o "trabalho" dos preparadores e aumentaria a responsabilidade na compra de bons equipamentos (Vortex, Parilla, KTT e PPK) Estranhamente, ao anunciarem oficialmente a inclusão dos novos propulsores, a categoria Sênior B foi a "sortuda" em permanecer com os motores a ar. Mas, pra que?

Analisando sites especializados, comentários em fóruns e declarações de dirigentes, chega-se a conclusão que os pilotos da categoria Sênior B foram os escolhidos para bancarem, por mais 1 ano, aqueles que não se adaptaram às novas regras. Talvez tenha sido a forma que a CBA/CNK encontrou de agradar a aqueles que têm motores a ar e não têm condições financeiras para adquirirem os novos propulsores. Mas, afinal, porque a Sênior B?

No último campeonato brasileiro, a categoria Sênior B contou com a participação de 16 pilotos. 16, pois é, 16. Será que 16 pilotos serão os responsáveis por "levar nas costas" por mais 1 ano os motores a ar? Será que não seria podar o desenvolvimento dos pilotos Sênior B - que são novatos. Se há uma maneira de reduzir custos (motores a agua), porque não trocar? Para agradar alguns? O kartismo determina o mercado, cabe à aqueles que fazem parte deste mercado se adaptarem às novas tendências. Isso requer investimento? Com certeza. TODO negócio é assim! É simples, faremos uma comparação básica: Você tem uma loja que aluga roupas. Roupas caem de moda a cada 6 meses, portanto se essa loja não se renovar a cada 6 meses perde terreno. Com isso, perde clientes e, com isso, fecha. Há quantos anos os motores a ar tomam conta do Brasil? Era simples ver que a nova tendência seriam os novos motores. Então, porque não se prepararam?

A Sênior B é uma categoria de entrada. Com isso, os pilotos terão que adquirir motores a ar para correr neste ano - ah, tem um monte, é verdade! Mas, custa dinheiro - e, adivinhem, no próximo ano terão que comprar os motores a água.Ou seja, vão gastar duas vezes. Com isso, diminuiremos as entradas de novos pilotos Sênior neste ano.

É justo com o kartismo?

  • 03/02/2010 13:01 Edison Caliman

    Concordo com a opinião do Sr. José Barone, como falo sempre na Granja Viana já se usa motor a agua desde 1997, e só agora toda essa novela para entrar os motores a agua, se fosse feito pelas administrações anteriores mudanças ao longo de um processo, adequando os equipamentos, não seria tão cruel agora nessa situação, todos já poderiam usar motores novos e compativeis ao resto do mundo, mas não, por qual motivos não foi feito, não se sabe, só se sabe que, todos aqueles que falam que kartismo é para quem tem dinheiro, estão sentindo na pele agora, pois agora é os que não tem dinheiro que estão fazendo falta, para encher grids, e campeonatos pequenos, pois os que tinham muita grana e eram os que faziam o kartismo ser manipulado para certos pilotos serem campeões de forma até cruel em relação aos que não tinham os mesmos equipamentos, não querem nem saber se o kartismo está bem ou não, então agora, seria a hora de quem está reclamando, pedir ajuda para os que fizeram este kartismo ficar nesta situação,não é?, mas quem vai ter coragem de assumir o erro? o que temos o que fazer, é apoiar a nova CNK e fazer se entender que todos devem participar do processo de mudança, para as novas gerações não cairem no que está hoje.Agora chorar não dá mais, vamos mudar sim para que 2011, sejamos mais felizes, se não, a casa cai de vez.Espero que mais opiniões como a do Sr. José Barone, seja publicada para melhor ilustrar, os caminhos a serem adotados pelos kartistas, e termos um kart melhor.

  • 03/02/2010 17:51 Jayme Barbarisi

    Difícil julgar neste momento a escolha de caminho pela CBA CNK. Seria um ano pior se não tivéssemos as possibilidades e alternativas de agora com os refrigerados à agua que já tem mais de 10 anos de história no ambiente internacional. As alternativas Parilla MY, Vortez ROK, KTT Jimenez e Raptor PPK podem alterar o grande mercado que é o kart de fim de semana e de lazer de competições hoje ocupada pelo sofríveis e pesados e lentos motores Honda 13 HP. O assunto cancelamento do Pan e o desalinhamento entre as diretrizes da FIA CIK já mostra que teremos não só um fevereiro quente e sim o ano quente para os dirigentes.Com respeito a categoria remanecente com os motores a ar, mais uma atitude pouco pensada da CBA. Parace que não leram maquiavél por lá. O mal se faz de uma vez só o bem em conta gotas. Ou o outro.É preferível um final horrível do que um horror sem fim.