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22/03/2006 08:23

Carro novo empolga Sérgio Jimenez na Espanha

Fonte: Press Consultoria - Rodolpho Siqueira e Caio Moraes


Depois do sufoco de passar toda a pré-temporada realizando testes e aprendendo os circuitos do Campeonato Espanhol de Fórmula 3 com um carro de geração ultrapassada, finalmente o brasileiro Sérgio Jimenez sentiu o prazer de acelerar um Dallara / Toyota novinho em folha – e gostou muito. Segundo ele, o novo carro – que chegou no último dia de testes antes da primeira etapa da temporada – “tem um grande potencial e claramente é melhor do que a versão que eu vinha usando”. Não é para menos: até então, o superkartista brasileiro vinha acelerando um Dallara da classe B do torneio (uma versão do ano 2000). Mesmo assim, Jimenez vinha andando entre os melhores classificados nos treinos, chegando inclusive a ser o mais rápido em um dos treinos – feito considerado espetacular pelos observadores do Campeonato Espanhol.

 

Mas, para o brasileiro, espetacular mesmo foi acelerar um carro que deve fazer dele um piloto competitivo o ano inteiro. No treino desta terça-feira, realizado no circuito de Barcelona, Jimenez dedicou-se o dia todo ao chamado shakedown (ou teste de instalação dos diversos sistemas que compõem um carro de corridas). “Em termos de pilotagem, este carro é muito melhor de se guiar do que o que eu vinha usando: ele freia mais e entra nas curvas com mais precisão”, disse Jimenez. “Por exemplo, a aerodinâmica dele é muito superior. Tanto que eu e meu engenheiro, o catalão Segi Borrull, erramos usando muito mais asa traseira e dianteira do que deveríamos, pois no carro antigo isso era necessário para dar estabilidade nas curvas. No modelo 2006, como a aerodinâmica é muito mais eficiente, essa necessidade é bem menor – e, por isso, com mais asa, perdemos velocidade na reta. Em uma categoria na qual os carros são todos do mesmo fabricante, estes detalhes fazem uma diferença enorme. Mas nós estamos aprendendo”.

 

Além dos erros normais da estréia, Jimenez e o engenheiro Borrull também foram atrapalhados pela chuva, pelo banco ainda inapropriado do Dallara (a equipe irá fazer um novo) que incomodou o piloto o dia inteiro e pelo fato de o brasileiro ainda não conhecer a pista de Barcelona. “Rodei e fiquei preso na brita”, confessa Sérgio Jimenez. “É que eu estava tentando chegar ao limite do carro, e forcei demais. Essas coisas a gente vai modulando à medida que ganhar experiência com o carro novo”.

 

O novo Dallara de Sérgio Jimenez chegou na hora H para a participação do último dia de treinos antes da primeira etapa. Tanto que os técnicos da equipe Racing Engineering ficaram até 1h00 da manhã desta terça-feira trabalhando em sua montagem final. Mesmo com todos estes percalços, Jimenez ficou muito satisfeito: “No fim do dia, fui o sexto mais rápido, a seis décimos da melhor marca”, conta o superkartista brasileiro. “Se levarmos em conta que só usei um jogo de pneus novos, enquanto os demais pilotos colocaram dois, e que ainda estava conhecendo o carro e a pista e checando os sistemas do novo Dallara pela primeira vez, acho que este resultado foi muito bom. Agora, vou ter que segurar a ansiedade até a primeira corrida do ano, pois até lá os carros do Campeonato Espanhol não voltarão mais a se comparar na pista. Mas só na primeira corrida é que saberemos de verdade quem é rápido e quem é coadjuvante”. A estréia da F-3 Espanhola está marcada para o dia oito de abril, na pista de Valência.
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