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27/08/2009 09:04

Chassis da Júnior Menor: por que mudar? - por Flávio Quick

Fonte: Flávio Quick


No último dia 12 divulgamos no Kart Gaúcho um comunicado da assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) que noticiava uma grande mudança nos chassis para a categoria Júnior Menor para a temporada 2010.

Tal notícia gerou grande descontentamento na comunidade, entre pilotos, pais e preparadores, realidade constatada mais uma vez através do texto que o jornalista Flávio Quick nos enviou. Confira:

Segundo o comunicado da assessoria de imprensa da CBA, a Júnior Menor passará a utilizar os chassis específicos para a categoria Cadete utilizando os mesmos motores desta temporada, ou seja, o Riomar, modelo MRA-1, com ciclo de dois tempos e 125cc.

De acordo com declaração do presidente da Comissão Nacional de Kart, Sr. Rubens Gatti, neste mesmo comunicado, a medida seria para reduzir o investimento dos pais no momento da mudança da categoria Cadete para a Júnior Menor.

Porém, a notícia não foi bem aceita entre os competidores, seus pais e nem mesmo fabricantes de chassis. Para eles esta mudança representaria, efetivamente, uma economia mínima de valores e um aumento muito considerável de risco e possíveis problemas até mesmo de segurança.

Marcelo Petriccione, proprietário da Birel Sudam, não entendeu o motivo da mudança. “Para quê mudar? Com qual objetivo? A Cadete é hoje a maior categoria de nossa modalidade e, a Júnior Menor, nesta temporada mesmo, tem recebido os pilotos promovidos e reunido também grandes grids. Há muitos anos o desenho do chassis da Cadete é padronizado pela própria CBA para todas as fábricas e, mais do que isso, foi concebido para um tipo específico de motorização. Para os pilotos um pouco mais altos estão dizendo que haverá um kit prolongador. Como eles imaginam que será este prolongamento? Como será vistoriada esta solda que pretendem fazer nos karts? Como será a padronização disto? Uma coisa eu posso garantir: os tubos dos chassis de Cadete são mais finos e frágeis. Com certeza, impulsionados por um motor forte como estes 125cc de dois tempos poderão trazer drásticos problemas, principalmente de segurança”, disse o empresário.

No último sábado, dia 22, durante a realização da Copa São Paulo Light, no Kartódromo Aldeia da Serra, o assunto que predominava nos boxes era exatamente este. Todos expressavam sua indignação com relação ao assunto.

“O Yurik terá de mudar de categoria no próximo ano e já pretendíamos comprar o equipamento para ele começar a treinar. Pelo tipo físico dele já estamos tendo de fazer a maior ginástica para que ele caiba no chassis Cadete até o fim desta temporada. Eu não teria confiança de colocar o meu filho para correr em um kart que já iria começar a temporada ‘remendado’. Sem contar que este chassis é muito mais frágil que o normal. Numa batida com um kart desses impulsionado por um motor de 125cc tenho certeza que poderia machucar muito mais. Tentamos fazer a adaptação esta semana aqui na equipe e, para se ter uma idéia, o escapamento não cabe. Teria de ser feita uma mudança na saída do motor. Sou completamente contra e realmente espero que o pessoal reveja esta idéia”, declarou o empresário e pai do piloto Yurik Carvalho. Yurik é o atual campeão Sul-Americano de Cadete e, na próxima temporada, por força da idade, será promovido à Júnior Menor.

Um outro empresário do ramo de chassis também deu sua opinião. “Temos uma grande experiência com este modelo de kart Cadete e, com certeza, não é um equipamento apropriado para esta mudança. Este chassis tem um ‘entre-eixos’ menor, foi concebido para utilizar um tipo de pneu muito menos aderente e motor mais fraco. A vibração ocasionada por um propulsor dois tempos de 125 cc aliada a velocidade que este kart poderá atingir poderá afetar a própria estrutura dos chassis. Trincas, fadiga de material e até mesmo quebra de soldas são as coisas mais comuns que poderiam aparecer. Isto sem contar que ao colocarmos pilotos mais altos num kart desses estaríamos mudando o centro gravitacional do equipamento. Assim,  o conjunto ficaria mais exposto, facilitando inclusive capotagens”, finalizou o fabricante que pediu para não ser identificado.

Um dos pilotos que, pela nova regra teria de comprar um novo kart, porém, do modelo Cadete, é Matheus Chequer. O atleta subiu para a Júnior Menor nesta temporada e faz seu primeiro ano na classe. Entretanto, ele já disse ao pai que não volta ao kart menor. “O Matheus não quer nem ouvir a possibilidade de voltar a andar em um chassis de Cadete. Estamos fazendo todo um trabalho com ele, desde o começo do ano, visando a sua adaptação ao novo conjunto. Fizemos um investimento que já sabíamos seria necessário, compramos tudo novo, e ele vem crescendo a cada prova. Não vejo o menor sentido nesta mudança que os novos dirigentes estão propondo, principalmente por se tratar das duas maiores categorias do kartismo. Por que eles querem mexer exatamente nos ‘times que estão ganhando’? No nosso caso, se infelizmente isto continuar assim, teremos que levar o Matheus para a Júnior e, mais um ano, ao invés de brigarmos pelas vitórias, o que seria o normal, estaríamos sujeitos a um novo aprendizado”, destacou Alexandre Chequer, pai de Matheus, e um dos membros da ANPPA – Associação Nacional de Pais e Patrocinadores de Automobilismo.

Ainda nos boxes da Aldeia da Serra, Jaime Campos, chefe da equipe First Motorsports, do Rio de Janeiro, aumentou o coro. “O que eles estão querendo? Todos os pais e pilotos da Cadete já entram sabendo que, com 11 anos, vão precisar investir em um novo equipamento que será usado por, no mínimo, outras três temporadas. Os chassis eles poderão usar pelo resto da vida, uma vez que, da Júnior Menor até a Super Sênior não muda mais. E o motor, pelo menos três anos, sendo dois de Júnior Menor e mais um ano de Júnior, ou vice-versa. Todos já se programam para isto além dos próprios meninos já ficarem contando os dias para ganhar o ‘novo brinquedo’. Seria como no caso de um lutador de judô ou karatê saber que no final do ano mudaria de faixa e, no dia do exame final, descobrir que vai ter que ficar mais um longo período naquele mesmo estágio”, completou.

Rafael Cançado, diretor da RBC Preparações e responsável pelo fornecimento de motores nos principais campeonatos do país, comentou sobre a adaptação dos motores ao chassis. “Os motores utilizados hoje, neste tipo de chassis, tem 5,5 hp e 4 tempos de ciclo. Está se falando em inserir o MRA-1. Este equipamento tem 20 hp e 2 tempos. Por sua concepção este motor tem uma vibração muito maior e, nos tubos mais finos dos chassis Cadete, acredito que poderia efetivamente criar algum tipo de rompimento de soldas ou até mesmo fadiga de material. Isto teria de ser muito bem testado e em vários circuitos diferentes”, comentou o empresário mineiro.

Outro pai que se disse contra a esta mudança foi o do atual Campeão Brasileiro, Renato Júnior. “O Renatinho está contando os dias para começar a andar no kart maior. Ele já não cabe direito no chassis da Cadete e eu acho que esta tal adaptação não seria uma coisa padronizada, podendo, desta forma, criar vantagem ou desvantagem para um competidor. Sou a favor de deixar como está. Nos programamos desde o começo da temporada para a compra dos novos equipamentos (chassis e motor) e tenho certeza que, desta forma, meu filho estará competindo em algum equipamento realmente confiável e desenvolvido para um determinado tipo de propulsor”, finalizou Renato Silveira.

Enfim, o eco de tal alteração tem sido completamente negativo por todos os lugares onde é comentado. Assim, a comunidade do kartismo nacional espera um efetivo estudo por parte da CBA sobre esta alteração e, principalmente, a explicação de porque tentar uma alteração em uma das maiores categorias da atualidade.

  • 27/08/2009 09:11 Geovane Diniz Gonçalves

    ESTA REPORTAGEM É UMA INICIATIVA DE ALTO VALOR AGREGADO.ASSIM CONSEGUIREMOS TRANSMITIR COM MAIS EFICÁCIA TUDO DE BOM QUE JÁ EXISTE NOS FORMATOS DAS VARIAS CATEGORIAS DO KART BRASILEIRO E COLOCAR COM MAIS TRANSPARÊNCIA TUDO QUE DESEJARÍAMOS NA TENTATIVA DE EVOLUIR AS ATUAIS CONJUNTURAS DE DESPORTIVIDADE,SEGURANÇA E REDUÇÃO DE CUSTOS .FICA AQUI A MINHA OPINIÃO E PEDIDO PARA QUE TODOS OS PROFISSIONAIS QUE JORNALISTICAMENTE PARTICIPAM DO NOSSO MUNDO DO KART APROVEITEM ESTE MOMENTO DE TRANSIÇÃO NOS AJUDANDO ( PATROCINADORES,EQUIPES E PILOTOS ) A TRANSMITIR AOS NOSSOS DIRIGENTES AQUILO QUE SABEMOS NA TEORIA E NA PRATICA SER O RUMO CERTO A SER TOMADO PARA O BEM DO KART COMO LAZER E ESPORTE NO BRASIL.

  • 27/08/2009 09:27 Speedkart

    com essa mudnça como fica o freio,o peso , a carterinha,inscrições,o combustivel,aluguel de motores,a segurançao investimento dos pais que passaram este ano p/ jr menor, a cabeça dos pilotos de 11 anos que não quer regredir , o grid da junior menor que so perde p/ a cadete;volta pedro sereno,volta bruno,volta seu bastos volta cnk 2008 nos eramos felizes e não sabia,a ideia da super cadete no ano passado era so mudar o atual motor de 5, 5 cv para um de 6,5 ou 8 cv e alterar o peso veces viajaram demais acorda sr clayton pinteiro antes que seja tarde.

  • 27/08/2009 11:36 Marcus Paulo Witt

    Penso que vamos correr todos, na Granja Viana, até o Brasileiro do Shifter. Já é lá. Não desmerecendo as outras categorias, como por exemplo, F4 ou Super F4, Parakart, mas sim uma boa programação nos campeonatos nacionais para que não ocorra dos pilotos e preparadores terminem seus trabalhos às 22 horas do sábado depois de uma semana puxada como foi o brasileiro de Curitiba. MUITO CONSTRUTIVA ESSA NOVA CNK.

  • 27/08/2009 12:00 Sérgio Moraes Cardoso

    Louvável que a CNK esteja pensando uma forma de baratear a transição, vejo entretando que a solução proposta não atenderá nem terá efeito prático na maioria dos casos, o chassis Cadete é mais frágil, e usando o motor mais forte sofrera mais e no final compraremos mais chassis.Tenho uma proposição que pode ser tentada, que seria fazer uma versão do 125cc simplificada e vendida atravéz de um parcelamento direto dos fabricantes para as equipes, com o preço determinado pela CBA/CNK.

  • 28/08/2009 09:30 Marcelo

    Esta reportagem mostra como é grande o descontentamento de Pilotos, Pais e Preparadores e mais os fabricantes. A CNK deveria gastar mais o seu tempo achando uma formula para encher os grids das categorias que estão vazias por exemplo a Graduados e não ficar alterando o que está dando certo. Repito mais uma vez CUIDADO COM A SEGURANÇA DAS CRIANÇAS vocês não estão levando isso em consideração.

  • 31/08/2009 13:39 Rogerio Mendez

    SENHORES, UMA SAÍDA PARA REDUÇÃO DE CUSTOS SERIA AUMENTAR O PERIODO DE HOMOLOGAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS.... OU SEJA, PASSAR DE 2 PARA 4 OU 6 ANOS. E SOLICITAR AOS FABRICANTES QUE FAÇAM ALTERAÇOES SOMENTE NOS QUADROS E NAO EM TODAS AS PEÇAS, FICANDO ASSIM FACIL E BARATO DE TER UMA KART "NOVO".