Não é sempre que um campeão mundial de kart, ainda mais o atual, aparece em terras brasileiras. Pois os participantes da primeira fase do Campeonato Brasileiro de Kart, realizado na última semana, em Volta Redonda (RJ), tiveram o privilégio de conhecer de perto o francês Arnaud Kozlinski, que veio ao Brasil a convite da CRG Brasil. O piloto pretendia disputar o campeonato na categoria Shifter, que não teve inscritos na competição.
O Portal Kart Gaúcho/Kart Motor entrevistou, com exclusividade, o piloto francês e seu preparador, Renato Andreolli. Ambos foram muito simpáticos em um papo descontraído que durou cerca de 1 hora. Contamos com a ajuda de um tradutor, o francês Nicolas Gounin, que mora há sete anos no Brasil e é pai do Júnior Menor Ivan Gounin.
Além de conceder a entrevista, Kozlinski deixou um presente para os kartistas brasileiros: uma camisa pólo oficial da CRG autografada. Para concorrer ao prêmio, crie uma frase dizendo porquê você deve ganhar a camisa pólo autografada de Arnaud Kozlinski. A resposta mais criativa leva o presente para casa*. Envie a frase para o e-mail kartgaucho@kartgaucho.com.br, com o título PROMOÇÃO CRG.
*Os custos de envio do prêmio serão de responsabilidade do Portal Kart Gaúcho/Kart Motor, quando em terras brasileiras. Envios para o exterior serão negociados posteriormente.
Confira a entrevista:
Kart Gaúcho/Kart Motor: Como você começou no kart?
Arnaud Kozlinski: O meu pai era piloto, então ele começou a ficar velho demais e passou o kart para o filho guiar (risos). Comecei com 9 anos de idade.
KG/KM: Qual é seu ídolo no automobilismo?
AK: O (Fernando) Alonso.
KG/KM: E Prost?
AK: O Prost é bom, mas eu prefiro o Alonso, pois tem um caráter mais parecido com o meu.
KG/KM: Você é um piloto que vive do kart?
AK: Sim, há três anos eu me sustento com o que ganho no kart.
KG/KM: Lá na Europa existe Coach?
AK: Lá eu trabalho em conjunto com a Federação Francesa e faço parte de um programa chamado 10x15, que envolve pilotos de 10 a 15 anos de idade. O objetivo do programa é acompanhar a carreira de jovens competidores. Além disso, eu avalio novos talentos do esporte, pensando no futuro.
KG/KM: Vocês (Renato Andreolli e Arnaud Kozlinski) viram um pouco o kartismo brasileiro nesta semana. Faça um comparativo entre o kartismo daqui e o europeu.
AK: É muito diferente. É parecido com o kartismo da Europa há 10 anos. Entenda que isso não é uma crítica, é apenas um comparativo. O equipamento que os pilotos utilizam aqui é fabricado aqui, com isso há uma diferença grande em relação aos equipamentos europeus. Os acessórios, como freios, são os mesmos de seis anos atrás na Europa.
Renato Andreolli: Os motores utilizados na Júnior e Júnior Menor são parecidos com os que nós utilizávamos há oito anos atrás na Europa. O motor que mais se aproxima dos nossos, utilizados agora, é o Shifter, que eram utilizados por nós há mais ou menos quatro anos atrás.
KG/KM: Como foi a recepção dos pilotos aqui no Brasil?
AK: Nós fomos muito bem recebidos por todos eles. A CRG Brasil nos deu uma ótima recepção e nos sentimos muito a vontade. Só não entendi porque não deixaram eu fazer uma demonstração aqui.
KG/KM: Está decepcionado com isso?
AK: Eu acho que é uma pena não ter feito essa exibição. Fizeram um grande esforço para me trazer. Não queria fazer a exibição para vender produtos, mas sim pelo kartismo mesmo. Para mostrar um pouco do kartismo europeu para os brasileiros.
KG/KM: Porque você não pôde entregar os troféus?
AK: O sonho de todos os meninos que estão correndo aqui é, um dia, se destacar na Europa. Seria legal poder entregar o premio da garotada. Ter este tipo de intercâmbio, com um Europeu, campeão do Mundo, é muito legal. É uma pena que não pude entregar por pressão dos fabricantes e por alguns problemas políticos.
KG/KM: Alguém da CBA procurou você para conversar? Para conhecê-lo, ter um contato com um piloto da sua estatura?
AK: Não, ninguém. Fui procurado apenas por pilotos e por preparadores.
KG/KM: Você veio para competir na categoria Shifter. A categoria não teve inscritos aqui em Volta Redonda, pois os pilotos entenderam que a categoria não cabia dentro dessa pista. O que você acha disso?
AK: Às vezes, o pessoal gasta um dinheirão para correr em Las Vegas, no SKUSA, que é realizado dentro de um estacionamento de shopping. Aqui é, no mínimo, igual. Em Braga (Portugal) tivemos problema de asfalto no Mundial e ninguém falou nada, assim como em outros grandes campeonatos por lá. Não quero me colocar no meio de um problema entre a CBA e a CIK/FIA. Prefiro não me comprometer.
KG/KM: Você voltaria ao Brasil para disputar alguma outra competição? Virá para o Sul-Americano?
AK: É claro! Sempre que tiver oportunidades. No Sul-Americano eu não posso competir, já que sou piloto oficial dos motores Maxter, que não serão utilizados por lá. Mas é claro que se eu tiver alguma oportunidade, virei.
KG/KM: Existe algum kartista brasileiro que corre hoje na Europa que você daria destaque?
AK: Agora não me recordo para destacar alguém. Posso dizer que o Ruben Carrapatoso é um bom piloto.
KG/KM: Você tem 28 anos, pretende sair do kart para competir em outras categorias?
AK: Fiz dois testes antigamente no automobilismo, mas não pretendo sair do kart. Estou com a CRG há 4 anos e pretendo continuar meu trabalho por lá. Futuramente, quero me tornar chefe de equipe.
KG/KM: Que mensagem você poderia deixar para nossos pilotos brasileiros que estão começando?
AK: Fiquem com os pés no chão. E nunca deixem a cabeça “encher” demais. No Brasil, dá para começar, mas se quer desenvolver a carreira, é na Europa. Lá o custo é alto, então tem que estar preparado.