Muito provavelmente por seu nome poucos o conhecem: Dailor Kolling
de Oliveira. Mas quando se fala em Fritz, tudo muda. Afinal, podemos dizer –
quase sem medo de errar – que até o início dos anos 2000 quase todos os pilotos
da região de Porto Alegre deram suas primeiras voltas com ele. Com o Fritz.
E hoje ele nos deixou, depois de uma longa, dura e sofrida
batalha contra o câncer.
Fritz, como todos o conheciam, iniciou sua carreira como
preparador no final dos anos 70 e início dos anos 80 e quem chegasse no antigo
Kartódromo de Tarumã era recepcionado por ele. Lá, em um kartismo muito
diferente do atual, ele tinha seu “cantinho” e, para quem quisesse apenas conhecer
o esporte, ele tinha alguns karts prontos.
E os alugava por voltas. Foi assim que eu, que nunca fui
piloto, também dei as minhas primeiras voltas de kart, lá por 1979 / 1980. E
foi assim que ele, sem que nem eu e nem o Fritz soubéssemos, também me influenciou
nesta grande paixão que tenho pelo kart. E foi assim que vários ótimos nomes do
kartismo gaúcho iniciaram, aí sim, uma carreira de piloto.
Fritz, que aos poucos foi fazendo uma carreira vitoriosa no
kartismo gaúcho e brasileiro, também tornou-se uma referência para muitos
preparadores. E para seus filhos, já que Ivan, Laco e Lú seguiram seus passos e
tornaram-se igualmente preparadores de sucesso.
Arlindo Schunck Filho, um homem de forte e marcante atuação nas
mais diversas áreas do kartismo e automobilismo no Rio Grande do Sul – e, por
isso mesmo, dono de muitas histórias e memórias – nos conta um pouco sobre o
Fritz.
“O Fritz foi um grande companheiro. Ele começou no automobilismo,
era mecânico na oficina do Carmelo Carlomagno, onde estava meu Fiat 147 de
competição. Convidei ele para ir aos sábados e domingos para alugar karts em Tarumã.
Devemos ter sido os primeiros do Brasil a fazer isso”, relembra Arlindo. “Anos
depois ele ficou com o negócio e, com certeza, foi fundamental na formação de
centenas de pilotos, pois foi quem abriu as portas do Kartódromo de Tarumã e do
kartismo para muita gente”, destaca.
“O trabalho dele valia muito mais do que ele cobrava. Cada
dia com ele era um mês de experiência que o piloto, e até a família, obtinha.
Fomos campeões juntos e competimos através de nossos pilotos. Sempre dentro da
maior retidão. E o kartismo, que ele tanto amava, ganhou sempre”, finaliza.
Fritz morreu dormindo, por volta das duas horas da manhã
deste sábado (18), na casa da filha e, em tempos de pandemia do coronavírus, já
foi sepultado.