O mundo do automobilismo acordou mais triste hoje, depois de acompanhar – praticamente ao vivo – a morte de Gustavo Sondermann na 1ª etapa da Copa Montana ontem em Interlagos.
Gustavo, como todos já devem saber, morreu após um grave acidente na Curva do Café, a mesma em que morreu Rafael Sperafico há três anos.
Uma morte no automobilismo sempre abala a todos nós e nossos dias começam com a vontade de “não sair da cama”, como bem disse Ruben Carrapatoso no twitter agora a pouco.
Como homenagem ao Gustavo, lembro de um fato acontecido na Copa Brasil de 2006, em Aldeia da Serra, na minha frente. Ele competiu na Biland GP, que naquele ano teve Henrique Lambert como campeão. Durante a disputa da segunda bateria, Gustavo e Lucas Finger se enroscaram e Finger levou a pior, capotando e ficando com o kart caído por cima dele. Gustavo tinha condições de retornar à pista, mas não voltou. Preferiu correr em direção a Finger e tirar ele mesmo o kart de cima do colega. Sondermann terminou o campeonato em 8º e eu o parabenizei por sua atitude de grande desportista. Ele me disse: “era o que tinha que ser feito”.
Mas, voltando aos fatos deste domingo, que vitimaram Gustavo Sondermann, o site da Globo tem hoje uma manifestação de uma pessoa que – espero que este consiga – pede mudanças em Interlagos, Galvão Bueno.
Em sua manifestação, Galvão diz que a trágica Curva do Café já o atormenta faz tempo, desde quando Webber e Alonso lá bateram e desde quando Sperafico lá faleceu. Veja o que ele diz, e pede:
“Interlagos é um dos melhores e mais seletivos circuitos do mundo. Sua história é rica e estou dentre aqueles que consideram seu solo sagrado”.
“Só que o tempo passa, as coisas mudam e devem mudar sempre, principalmente em nome da segurança. A ‘curva do café’ é hoje, sem dúvida, uma das mais perigosas do mundo. Não por seu traçado, longe disso, já que ela não tem muitos segredos e é um espetáculo ver os carros entrando na reta de motor cheio, tentando ‘achar’ o vácuo do carro da frente para decidir na freada do ‘S’ do Senna.”
“Mas é exatamente aí que está o perigo. Em qualquer categoria os carros a contornam de pé cravado, e qualquer problema, uma escorregada na chuva, um pneu furado, um toque e o destino é o muro, que joga o carro de volta para o meio da pista. Quantos já escaparam porque tiveram a sorte de não serem atingidos por ninguém.”
“Sorte que Gustavo Sonderman, um menino de 29 anos, não teve neste domingo.”
“Alguém em caráter de urgência tem que tomar uma decisão. A CBA tem que exigir mudanças. A prefeitura de São Paulo, proprietária do circuito, tem que viabilizar as mudanças.”
“Uma área de escape tem que ser criada ali, como recentemente foi criada no ‘Laranjinha’, sob o risco de chorarmos novos Speraficos e Sondermans...”
“Quem pede é um profissional que há 37 anos trabalha em corridas de automóveis e que ama o automobilismo.”
“Quem pede, em última instancia, é um pai que cedo vibrou com a vitória de um filho e os pontos importantes de outro na Stock Car e que mais tarde chorou junto com os Sonderman, que perderam o filho...”