Na segunda quinzena do mês de abril o Kartódromo Ricardo Santos, em Goiânia, recebeu a edição 2012 do Super Centro-Oeste de Kart. A competição, assim como outras que utilizam-se de motores sorteados pela RBC, classificou pilotos para o GP RBC de Kart, prova que acontecerá no mês de dezembro, em São Paulo.
Com 12 anos de idade o piloto João Pedro Custódio conseguiu se classificar para este evento, na classe Júnior Menor. Competindo desde 2006, o garoto acumula mais de 100 corridas em sua história e já se destacou em provas internacionais como o SKUSA e o Florida Winter Tour, nos Estados Unidos.
O sita da RBC Preparações bateu um papo com o divertido garoto. Confira abaixo a entrevista na íntegra:
Nome Completo:
João Pedro Ribeiro Custódio Diniz Gonçalves
Idade:
12 anos
Equipe:
MO Racing, chefiada por Miguel da Silva Oliveira.
1) Como e quando surgiu o seu interesse pelo kart?
No Natal de 2005 ganhei um kart de meus padrinhos. Daí em diante comecei a treinar e tudo se transformou neste amor pelo esporte.
2) Nos dois últimos anos o seu desempenho vem melhorando muito nas competições. A que você atribuí isto?
Tenho treinando e corrido com muita dedicação desde 2006. Em quase todos os feriados de lá para cá trabalhamos em treinos nas pistas das mais diversas regiões do Brasil. A evolução foi natural. Também ajudou a alteração nas regras de idades das categorias. Meus concorrentes deixaram de ser, às vezes, um ano mais velhos. A equiparação de idades nas categorias ajudou. Na verdade, obtive bons resultados desde o início de minha carreira. Nos Brasileiros de 2008 e 2009, em Fortaleza e Goiânia, fui sempre um dos mais rápidos. No Ceará estive com a pole desde o início da tomada até a última volta e em Goiânia o sistema de cronometragem caiu na volta em que eu tinha feito a pole. Os títulos de campeão do Centro-Oeste e do Sul-Brasileiro em 2009 foram difíceis e com muita rivalidade nas disputas. Obtive ainda dois vices na Copa Brasil. E em outros campeonatos de muito valor venci ou subi no pódio.
3) Como é esta história de 100 corridas em sua carreira? São corridas ou largadas?
Participei de vários formatos de corridas, a grande maioria em sistema de rodada dupla, mas teve também rodadas triplas e até quádruplas, como o Brasileiro, o Skusa e o Florida Winter Tour. Fui inscrito em mais de 100 eventos e larguei mais de 240 vezes, das quais finalizei a maioria absoluta. Um detalhe importante é que na maioria delas competi com motores sorteados fornecidos pela RBC. Todas as corridas e eventos de que participei podem ser conferidas na seção Carreira em meu site www.joaopedrocustodio.com.br.
4) Você conhece, treinou e correu nos mais importantes kartódromos brasileiros. Falta algum?
Faltam vários. Este ano mesmo vou conhecer o Kartódromo Beto Carrero, que acabou de ser inaugurado e será palco do nosso Brasileiro. Devo fazer o open lá em junho. Muitos colegas me falaram muito bem do RBC Racing. Ainda não pude ir lá. O Brasileiro do ano passado, na minha fase, foi em Interlagos, o dos grandes é que foi no RBC. Mas estamos programando um treino lá faz tempo e isso deve acontecer em breve. Mas o que quero mesmo é conhecer este belo kartódromo em um grande evento na pista da RBC. Em breve será possível.
5) Você é atualmente um dos pilotos brasileiros que tem se dedicado às corridas nos Estados Unidos. O que pesou em sua escolha para a América e não a Europa?
Muitos colegas me falaram do Skusa e do Florida Winter Tour. A equipe como um todo analisou as diversas opções de campeonatos aqui, nos Estados Unidos e na Europa. A conclusão foi que iniciaríamos as competições no exterior pelos Estados Unidos, em 2011, 2012 e 2013. Na sequência buscaremos competir na Europa.
6) Neste ano você já ganhou uma edição do Super Kart Brasil e, agora, o Super Centro-Oeste. Quais os planos para o restante da temporada 2012?
Vamos nos dedicar às grandes provas brasileiras (Brasileiro e Copa Brasil) e ao Skusa. Estas três provas são de suma importância e vamos buscar os títulos, ainda inéditos para mim.
7) Qual a importância de conquistar a vaga para o Grande Prêmio RBC e o que esta competição representa no currículo de um piloto?
Já me classifiquei algumas vezes para o GP RBC, um grande evento, com corridas de altíssimo nível. Subi no pódio no pódio no ano passado e quero buscar o título este ano.
8) Como está sua adaptação ao equipamento usado na Júnior Menor?
Desde 2010 ando em karts que usam motores dois tempos de 125 na Super Cadete. Os chassis são de Cadete com motores da Júnior Menor. Já estou acostumado com os fortes “trancos” da categoria em razão da potência do motor. Eu imaginava e receava ter dificuldades em um kart maior, mas isso não aconteceu. O Miguel, meu preparador, montou um kart bem legal, estou treinando sempre, já há quase um mês. Gostei e estou virando bons tempos aqui no Kartódromo Ricardo Santos. Tenho muito a evoluir, quero poder ser competitivo na Copa Brasil, em Farroupilha, onde devo competir na Júnior Menor e na Super Cadete.
9) Como você faz para conciliar a rotina de corridas e treinos com a sua rotina escolar?
É muito difícil, mas tenho o apoio de aulas particulares e a grande ajuda dos professores e da equipe do Colégio Marista. Minha mãe e meu pai, sem esquecer minha irmã e meu cunhado, são muito legais e buscam me ajudar em todas as matérias. Meu início no kartismo coincidiu com algumas dificuldades na escola. A direção e corpo pedagógico do Marista notaram estas dificuldades escolares e deram um valor importante para o esporte para mim na condição de aluno. Isto me deu tranquilidade para me dedicar ao kart, à escola, à vida social e à minha família. Tenho comigo que quero estudar mecânica, quero ir para o lado daquilo que gosto de fazer, vou ser engenheiro mecânico ou algo parecido.
10) Além do kart você pratica outro esporte? Caso positivo, você acha que esta outra atividade esportiva te ajuda de alguma forma nas pistas?
Desde cedo em minha vida pratico esportes, fiz natação e caratê e pratico diversos esportes no colégio. Tenho também um personal trainer, o Erick, que tem me ajudado muito. Ele também é responsável por minha evolução nas pistas, aumentei bastante minha resistência com os exercícios que executo junto com ele.
11) O Estado de Goiás tem sido importante em seu desenvolvimento nas pistas. Como é a participação do governo de Goiás em sua carreira?
Goiás tem um bom programa de incentivo ao esporte, o Pró Esporte, que é um programa de incentivo fiscal em forma de lei, criado pelo governador Marconi Perillo, e que tem a Agência Goiana de Esporte e Lazer como gestora. Graças a este programa tenho o patrocínio da Pivot Irrigação e do Grupo Navesa, que atuam no ramo de máquinas agrícolas e concessionárias de automóveis. Estou contemplado pelo programa desde 2010 e, de fato, tem sido muito importante para eu continuar meu aprendizado pelas pistas do Brasil e do mundo.
12) Qual seu objetivo final no automobilismo?
Estou aprendendo bastante e acredito que estarei preparado para o que o destino e Deus colocarem em minha vida como piloto. Quero fazer bem feito, quero poder continuar evoluindo minha técnica, ser cada vez mais constante e rápido. Vamos dar tempo ao tempo, tenho ainda um bom caminho no kartismo. Devo chegar na Graduados por volta de 2014 ou 2015 e quero fazer algumas temporadas na categoria. Depois vamos buscar os primeiros contatos com algum tipo moderno de fórmula. Se eu me sentir bem, vou ‘virar’ e fazer carreira, sempre usando os macacões feitos pelo Mano, da ULV.