Faleceu nesta terça-feira (13) em São Paulo o presidente da
FASP, José Aloizio Cardoso Bastos. Ou, para os milhares de kartistas que
puderam conhecê-lo, apenas “Bastos”, que conheci em 1996 em Farroupilha (RS), quando
a cidade gaúcha recebeu o Campeonato Brasileiro de Kart.
José Aloizio Cardozo Bastos nasceu no dia 21 de fevereiro de
1933 e teve uma vida dedicada ao automobilismo. Na ocasião em que o conheci, em
1996, Bastos atuava como Comissário Desportivo da CBA, com seu inesquecível e
marcante apito. Vivendo por décadas o ambiente do automobilismo e do kartismo,
ele passou pelos mais diversos setores do nosso esporte e faleceu aos 88 anos depois
de ser derrotado por um câncer.
A Federação de Automobilismo de São Paulo, através de sua
assessoria de imprensa, divulgou uma nota em que o velório será reservado aos
familiares e acontecerá nesta quarta-feira (14) no Cemitério do Morumby.
Wagner Gonzalez, assessor de imprensa da FASP, resume em
belas linhas quem foi José Aloizio Cardoso Bastos.
'Seu Bastos'
Seu jeito espartano contrastava com a magnitude de sua
gentileza. Os cabelos grisalhos escondiam a juventude que se fortalecia cada
vez que cruzava o Portão 7 de Interlagos ou encontrava com um piloto,
geralmente alguém que viu disputar a primeira corrida em provas de kart ou mini
bug. José Aloizio Cardozo Bastos, ou simplesmente Bastos, será sempre lembrado
pela generosidade que doou ao automobilismo brasileiro, em particular ao
praticado em São Paulo.
Nas pistas se fazia notar pela inquietude com que tratava de
assuntos dos mais variados, o que o tornava ainda mais popular. Tamanha fama
fomentou casos e causos que mesclaram o hilário ao prático, como quando colocou
no bolso da camisa social de manga curta, traje do seu cotidiano de sempre, um
pedaço de fita crepe onde escreveu um nome que podia ser Waldomiro, Waldemar ou
outro qualquer, menos o seu. Com isso queria evitar que os oportunistas
encontrassem o tal do Seu Bastos.
Nos grandes eventos, cada vez que uma aglomeração
atrapalhava o andar do espetáculo ou alguém se postava onde não devia, era com
um apito que resolvia o inconveniente em dois assopros.
Se o problema era uma dificuldade qualquer para alinhar em
uma corrida, fazer a filiação necessária ou resolver um problema técnico, quem
quer que lhe pedisse auxílio iria silenciar o apito e fazer surgir um dirigente
que iria fazer de tudo para solucionar aquela situação.
Foi assim desde que começou a trabalhar no Automóvel Clube
do Rio de Janeiro, para onde se mudou após sua adolescência em Estrela Dalva
(MG), terra de quitutes que jamais saíram de sua memória. Mais tarde mudou-se
do Rio para São Paulo, estabeleceu-se como promotor, dirigente e personagem
querido por todos.
Fora das pistas, ele era Aloizio, como Dona Marina Zulma
Bartolozzi Bastos o tratava carinhosamente e retribuía o amor de uma vida
inteira, típico de um casal à moda antiga onde não se economizava apoio e
atenção aos três filhos que deram quatro netos ao casal.
José Aloizio Cardozo Bastos nasceu no dia 21 de fevereiro de
1933 e faleceu em 13 de abril de 2021, e viveu uma vida dedicada ao
automobilismo.