As pessoas ligadas ao kart brasileiro estão acostumadas com ele, sempre alegre, brincando com todos, falando falto e sempre procurando motivar os que estão à sua volta. Ele é Altamir Mauro de Oliveira Dias, mas pelo nome poucos o conhecem. Agora se falar do Maurão, todos sabem quem é, um preparador dos mais competentes e respeitados do Brasil.
Mas o que poucos sabem é que Maurão tem uma história de vida que poderia render alguns filmes dignos de concorrer ao Oscar. Só de kart são 45 anos, já tendo trabalhado com quase uma centena de pilotos. Um dos filmes poderia ser de sua história de vida pessoal, um flanelinha que atuava em volta do Kartódromo de Interlagos, em São Paulo, e que virou um dos melhores preparadores de kart do País. Outro poderia ser sobre o preparador que trabalhou para Ayrton Senna, tricampeão mundial de Fórmula 1 e considerado um dos cinco melhores pilotos do mundo de todos os tempos.
A história de Maurão com o kart começa quando foi convidado por Júlio Caio de Azevedo Marques para ir ao kartódromo de Interlagos para vigiar o seu kart. Ele gostou do então jovem e lhe convidou para cuidar de sua casa. “Fiquei uns três anos com o Júlio Caio, sempre indo à pista. Daí nasceu a paixão pelo kart. Logo fui convidado para tralhar para a família Giaffone e depois fui trabalhar já como preparador na equipe do Waltinho Travaglini. Por esta equipe passaram pilotos como Jorge Osvaldo Dias, o próprio Waltinho e Ayrton Senna. Eu fazia chassis e o Lúcio Pascoal, o Tchê, preparava os motores”, lembra.
Também atuou na equipe Mini, de Carol Figueiredo. Ao longo dos tempos já passaram pelas mãos de Maurão pilotos consagrados como Luciano Burti, Tony Kanaan, André Ribeiro, André Giaffone, Bruno Senna e muitos outros.
Indagado sobre qual o melhor piloto com que já trabalhou, Maurão responde de bate pronto: Ayrton Senna. “Ele era demais, muito técnico, dedicado, perfeccionista. O Ayrton era muito talentoso”, afirma Mauro.
Mauro também lamenta Waltinho Travaglini não ter feito carreira internacional. “O Waltinho também era um piloto muito talentoso. Merecia ter chegado à Fórmula 1. Foi uma pena”, acentua Maurão.
Já sobre o atual momento, Maurão frisa que o Brasil está carente de bons pilotos e falta estrutura. “Hoje há tecnologia, mas no passado tínhamos pilotos com mais talento. Também precisamos de mais pistas, modernas, que possibilite extrairmos o máximo dos pilotos”, diz Maurão.