Palavras de desabafo: a indignação de Claudio Drugovich

Claudio Drugovich, tio do piloto Felipe Drugovich e manager e chefe de equipe de seu irmão Junior Drugovich na conquista do bicampeonato de Fórmula Truck na década de 90, escreveu as linhas abaixo, para demonstrar sua indignação com fatos que vem ocorrendo nas corridas de que seu sobrinho - e vários pilotos - têm participado na Super Cadete.

Deve ser ressaltado que é assegurado o direito de resposta a todos os citados.

Confira:

Há pouco tempo, assisti a uma palestra do Dr. Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, na qual ele dizia que o povo brasileiro deveria indignar-se com os absurdos deste país.

Falava ele ainda sobre um amigo chamado Stéphane Hessel, de 93 anos, que vive em Paris e que escreveu um livro cujo título é “Indignai-vos”, deixando como sugestão de leitura a todos que coadunam seu pensamento.

Pois a minha indignação neste momento é, pasmem, com uma criança de aproximadamente 11 anos, um piloto da Super Cadete, e principalmente, com seus pais, que não tomam nenhuma providência quanto às reiteradas atitudes agressivas que este menino vem tendo nas corridas de kart de que participa.

No entanto, o que seus pais não percebem é que tais atitudes não estão adequadas ao esporte que pratica e se desvirtuam, totalmente, dos objetivos e das características do automobilismo.

Tanto é assim que, em mais de uma oportunidade este piloto foi punido e até desclassificado das provas, o que, contudo, não tem sido suficiente para inibir a repetição das condutas agressivas que são, por todos, repudiadas.

Na 6ª etapa da Copa São Paulo da Granja Viana, ocorrida no dia 18 de junho próximo passado, indignados com as consequências de seu comportamento inadequado e pouco esportivo, que acabam por não ser remediadas pela desclassificação, todos os competidores, por meio de seus representantes, entregaram ao Diretor de Prova da competição uma carta de repúdio, na qual foram, inclusive, solicitadas providências mais severas com relação ao piloto.

Por isso, além de demonstrar minha indignação, eu pediria que a Federação Paulista ou a Confederação Brasileira de Automobilismo tomassem uma atitude mais rígida com relação a este piloto, como o banimento ou, pelo menos, a suspensão por dois ou três anos, não só para o bem do esporte e dos demais competidores, mas também e, principalmente, do próprio piloto que, de alguma forma, deve aprender a competir com honestidade e lealdade.