O kartismo gaúcho e brasileiro perdeu no final deste domingo
(2) um pioneiro do esporte. Com sua carreira como piloto iniciada em 1977, Gerson
Mörschbärcher viveu em uma época de ouro em nosso esporte, conquistando vitórias e
títulos em praticamente todas as categorias que participou e também deixando
uma bela história – e filhos também pilotos – como legado.
Gerson Mörschbärcher e seu pai Adroaldo literalmente
fabricaram uma parte da história do kartismo brasileiro, já que criaram e
fundaram a primeira fábrica de pneus de kart no Brasil, a Pneubrás, com sede em
Cachoeirinha, na região de Porto Alegre (RS).
A Pneubrás, marca que centenas de pilotos utilizaram ao
longo de muitos anos no Brasil, nasceu entre 1976 e 1977 do conhecimento técnico
e da experiência de Adroaldo Mörschbärcher, que na época trabalhava na
Excelsior Pneus, até hoje uma loja autorizada Pirelli no Rio Grande do Sul.
Em uma época muito diferente da atual, mais “romântica” e
com mais dificuldades, pai e filho fabricavam os pneus e Gerson era encarregado
de testar, função que o levou a ser piloto – e dos bons. E, ao longo dos anos,
abasteceram o kartismo brasileiro.
“Estreamos juntos no kartismo, em 1977 em Cachoeira do
Sul”, relembra Neco Fornari, outro nome que marcou presença por demais
vitoriosa nas pistas. “Ele sabia muito, tinha a fábrica por trás em um
momento que o kartismo ‘explodiu’ no Brasil e pude aprender muito com eles. É
um momento muito triste para o nosso kartismo e só posso agradecer por ter tido
a chance de conviver com o Gerson e com o Adroaldo”, completou Fornari, que
permanece trabalhando no automobilismo.
Gerson Mörschbärcher parou de correr em 1987, quando a
segunda geração de pilotos da família – seus filhos Iorton e Iuri – passou a
competir, igualmente de forma brilhante. Antes de abandonar a carreira, porém,
Gerson ainda faria presença na Fórmula Ford, categoria para a qual a Pneubrás
também acabaria produzindo seus pneus.
“Eles foram os primeiros fabricantes de pneus de kart no
Brasil e, dentro das tecnologias da época e através do que eles descobriam, conseguiram
fazer um produto melhor do que os importados”, destaca Jhonny Bonilla, que
também competia naquela época e que ainda hoje atua no kartismo e no
automobilismo brasileiro.
Gerson Mörschbärcher faleceu em decorrência de uma trombose,
aos 61 anos.