A notícia de que o Desafio das Estrelas se faria realizar no Kartódromo dos Ingleses, em Florianópolis (SC), na atual temporada, acendeu uma polêmica entre Airton Daré, proprietário do Kartódromo Toca da Coruja, sede da primeira edição do evento no final de 2005, e os organizadores, Carlinhos Romagnolli e o piloto de Fórmula 1, Felipe Massa.
Confira:
AIRTON DARÉ
O bauruense Aírton Daré descartou definitivamente a possibilidade de realizar a segunda edição do “Desafio das Estrelas” no Kartódromo Toca da Coruja. Desapontado, Daré aponta como motivo da desistência o comportamento de Felipe Massa, piloto da Ferrari na Fórmula 1, e do promotor Carlinhos Romagnolli, seus parceiros na primeira edição do evento, uma corrida de karts que reuniu os principais pilotos brasileiros na pista de Bauru.
“Há duas semanas, entrei no site do Desafio das Estrelas e me deparei com o anúncio de que a segunda edição seria realizada em Salvador; minha surpresa foi ainda maior na semana passada, quando vi, em sites especializados, fotos do Massa e do Romagnolli no kartódromo de Florianópolis, negociando com a prefeitura de lá à minha revelia, em total desrespeito aos compromissos assumidos comigo no ano passado”, condena Daré, que fez investimentos significativos em instalações para a imprensa e na adequação do kartódromo às necessidades do televisionamento.
“O que me deixa mais aborrecido é eu ter ignorado os muitos avisos de não abrir mão de um contrato por escrito, vindos de quem já conhecia o Carlinhos Romagnolli. Mas ele afirmou que o Massa estava envolvido e que a palavra dele, Massa, valia mais do que qualquer contrato. Acabei abrindo mão, e tive certeza de que não haveria problemas ao ver o próprio Massa declarar repetidas vezes para a imprensa de que faríamos pelo menos mais duas edições do Desafio na Toca da Coruja. Mas não foi isso que aconteceu. Até agora, não recebi sequer um telefonema ou um e-mail do Romagnolli nem do Massa”, afirma Daré. “Banquei muitas das despesas e tive de cancelar toda a programação do kartódromo no segundo semestre para deixar tudo pronto dentro do prazo”.
“O retorno se daria nas outras edições, que incluiriam provas seletivas entre os pilotos que quisessem enfrentar os grandes nomes da Stock Car e da F-1. É uma decepção enorme para o público da região, que compreende diversas cidades, inclusive Botucatu, a cidade do Felipe Massa. Nem sei qual vai ser a reação do pessoal, que sonhava com esta corrida por ser a única oportunidade de ver de perto seus ídolos. Também é uma decepção para as empresas daqui de Bauru que investiram em um evento que deveria ser de três anos e vão ter de se contentar com apenas um. É uma pena que isto tenha acontecido, não é o que foi combinado”, finalizou Daré.
CARLINHOS ROMAGNOLLI E FELIPE MASSA
Sobre o noticiário veiculado hoje em alguns sites da Internet, no qual o piloto Aírton Daré acusa os organizadores do Desafio Internacional das Estrelas de não cumprirem seus compromissos, cumpre-nos esclarecer os seguintes pontos:
1 – No último dia 1º de julho, Aírton Daré faltou a um encontro com o empresário Carlinhos Romagnolli marcado para o Kartódromo Toca da Coruja, no qual o atual status do evento deste ano seria discutido. No dia seguinte, Aírton Daré compareceu ao local, mas dele se retirou sem procurar o representante do Desafio Internacional das Estrelas.
2 – O compromisso assumido com Aírton Daré previa a utilização do Kartódromo Toca da Coruja para a primeira edição da prova. A sua manutenção como palco do evento no futuro estava condicionada à avaliação de todos os aspectos que envolveram a sua organização - notadamente de infra-estrutura. Foi a partir dessa análise que se optou por procurar outras alternativas. O projeto de longo prazo em relação ao evento jamais esteve associado à sua realização no mesmo local.
3 – Sobre os “investimentos significativos em instalações para a imprensa e na adequação do autódromo às necessidades de televisionamento”, eles correram, na verdade, por conta dos organizadores. Os exemplos são a carreta utilizada como sala de imprensa e de entrevistas para tevê e o cabeamento aéreo para a transmissão ao vivo da corrida, já que o Kartódromo Toca da Coruja não oferecia condições para o cabeamento terrestre. O hipotético cancelamento de “toda a programação do kartódromo no segundo semestre para deixar tudo pronto dentro do prazo” não se justifica pela utilização do Desafio Internacional das Estrelas, uma vez que o evento começou a ser montado 10 dias antes da prova.
4 – A respeito de “provas seletivas entre os pilotos que quisessem enfrentar os grandes nomes da Stock Car e da F-
5 – Quando afirma que “o que me deixa mais aborrecido é eu ter ignorado os muitos avisos de não abrir mão de um contrato por escrito”, vale ressaltar que o compromisso verbal foi adotado de comum acordo entre Aírton Daré e Carlinhos Romagnolli Promoções e Eventos. Foram estes, aliás, os únicos interlocutores que discutiram os pormenores não apenas do Desafio Internacional das Estrelas, mas igualmente das três provas de Supermotard e um teste realizado pela revista “Moto” em 2005 e de uma prova de Supermotard e um teste para a mesma publicação em 2006. Felipe Massa, a quem Airton Daré também dirige suas acusações, cuidou unicamente do convite aos pilotos que participaram do Desafio Internacional das Estrelas.
Entendemos o desapontamento de Aírton Daré com a transferência do Desafio Internacional das Estrelas para outra praça, mas, da parte dos seus organizadores, o processo foi conduzido com honestidade, ética e transparência, condutas que sempre pautaram os 20 anos de existência da Carlinhos Romagnolli Promoções e Eventos.