Disputando no ultimo final de semana (24 e 25/01) as primeiras etapas da Gatorz Challenge of the Americas, realizadas no kartódromo de Phoenix, no Arizona (EUA), o piloto brasileiro Bruno Carneiro (Reaction Karting/ Rodizio Grill/ Greene's Energy Services) esperava poder repetir os bons tempos que obteve nos treinos livres na sexta feira e se qualificar bem nas tomadas de tempo oficiais de sábado.
Sabotagem, or not sabotagem? This is the question…
Depois de cravar a marca de 50s525 na sexta, o pequeno Bruno foi para a pista no sábado, mas não conseguiu um tempo melhor do que os 51s450, que o colocou em 12º lugar no grid de largada. “O meu kart parece que andou para trás, não é o mesmo kart que pilotei ontem!”, afirmou Bruno em entrevista na torre de controle da pista. “Mas choveu muito de madrugada e o ar está muito úmido... deve ser isto”, ponderou o novo pupilo de Brandon Anderson, na equipe Reaction Karting
Carneiro reclamou após a pratica classificatória que o motor Rotax de seu Kosmic “soluçava” na subida da reta oposta, uma espécie de “Subida do Café” para aqueles que conhecem o traçado de Interlagos, e como tal, um trecho vital para se obter uma boa volta.
Suspeitando de problemas elétricos, a equipe liderada pelo renomado chefe de equipe Brandon Anderson trocou de tudo: bateria, ignição, fiação e etc. Mas nada parecia resolver o problema. Na bateria final de sábado, Bruno era o mais rápido no miolo do circuito, mas perdia posições na subida da reta e acabou cruzando a linha de chegada na última colocação.
No domingo, a equipe tentou diversos “jettings” e ajustes de geometria do chassis Kosmic, mas nada surtia efeito.
O motor Rotax de Bruno é o mesmo que o “baixinho” usou no ano passado, e que sua antiga equipe, a Miller Motorsports, só liberou para a nova equipe de Bruno uma semana antes do final de semana da Gatorz, após muita insistência de Ivan Utrera, proprietário do Rodizio Gril, o principal patrocinador e incentivador do jovem paulista.
Sem tempo para uma revisão detalhada do propulsor, a única alternativa era foi arriscar e correr assim mesmo.
Na largada da primeira prova qualificatória, que definiu as posições de largada na final, o kart de Bruno morreu na volta de apresentação. Com insistência Bruno conseguiu fazer o motor voltar a funcionar e partiu atrás do pelotão, que já seguia com meia pista de vantagem. Depois de doze intermináveis voltas com o motor cortando a cada curva para direita, Bruno cruzou a linha de chegada mais uma vez na última colocação, lutando para trazer o kart até o final na esperança de quebras de seus rivais.
A falha, porém, indicou para equipe que o problema poderia ser na bomba de gasolina. Após a troca, Bruno foi para a final e largou mais uma vez na última colocação, mas depois de inúmeras batalhas, conseguiu subir para a o sétimo posto e conseguiu somar pontos na tabela do campeonato, ainda que seu motor estivesse girando quase 600 RPM abaixo dos motores dos demais pilotos. Mesmo assim, Bruno fez sua melhor volta na prova com um tempo melhor que o tão desejado tempo da sexta-feira.
Nesta terça feira, o motor Rotax de Bruno seguiu para o estado da Flórida, para ser revisado pelos gênios da Legree Motorsports, empresa do brasileiro Ricardo Araújo.
As duas próximas etapas do Gatorz Challenge of the Américas serão daqui a um mês, no Kartódromo Cal Speed em Fontana.
Se para Bruno Carneiro o final de semana foi para ser esquecido, a equipe Reaction Karting teve uma vitória e um segundo lugar nas mãos do campeão californiano da Rotax Masters, Tyler Brooks, pilotando o fantástico Kosmic de número 7 na mais emocionante corrida do domingo. Colton Griffin, que correu na Junior Rotax, largou em 21º e terminou em oitavo, enquanto Bret Walton terminou na quinta colocação na Masters.
Para as corridas da Califórnia em diante, a mais nova força da Reaction Karting vai ser o brasileiro Nicholas Silva, que recém saído da Kart Mini, vai descer a bota em seu novo Kosmic, na classe Junior Rotax.
De motor “zero bala” e a garra de sempre, Bruno vai com tudo para Fontana, a fim de tentar terminar com o domínio dos experientes veteranos Michael Davies, Riley Reyes e Royal McKee, que com 12 para 13 anos de idade e três temporadas na Mini Max, preferiram ficar mais um ano na classe, ao invés de enfrentar os pilotos da Junior Rotax. Para Bruno, idade e tamanho vão contar pouco, pelo menos no que depender da vontade e persistência do pequeno paulistinha de apenas nove anos de idade.
