O Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3 começa, renovado, sua 21ª temporada com uma rodada dupla em Interlagos no próximo final de semana. As equipes passaram a pré-temporada em um intenso trabalho de preparação dos novos pilotos, grande parte deles formada por estreantes e jovens ainda ganhando experiência.
Visando uma contenção de custos, os treinos aconteceram principalmente em três circuitos: Interlagos (SP), Brasília (DF) e Campo Grande (MS). “Alguns pilotos já fizeram quase tanta quilometragem nestes meses de preparação do que durante todo o Campeonato de Fórmula Renault que muitos de nós disputamos no ano passado”, diz o jovem goiano Rodolpho Santos (Neo Química/ Palu Suisse/ Wurth), estreante que competirá pela equipe brasiliense Amir Nasr Racing. Na Renault de 2006, os pilotos aceleraram em média de 2,5 mil a 6 mil quilômetros durante toda a temporada, dependendo da quantidade de treinos e corridas que disputaram.
Praticamente todos os times devem entrar na pista com pilotos novatos, mas os chefes de equipe podem compensar o noviciado de seus pupilos com a larga experiência que possuem. Times como a Amir Nasr Racing, Bassani Racing, Cesário Fórmula, Dragão Motorsport, Bassan Motorsport e até a relativamente recém formada (2005) Razia Sports (que conta com técnicos experientes) possuem grande tradição na lapidação do talento de jovens aspirantes. Por seus bólidos de F-3 passaram nomes como Cristiano da Matta, Hélio Castroneves, Affonso Giaffone Neto, Christian Fittipaldi, Tarso Marques, Hoover Orsi, Bruno Junqueira, Jaime Melo Júnior, Rubens Barrichello, Lucas Di Grassi, Nelsinho Piquet, Max Wilson, Vitor Meira, Ricardo Zonta, Osvaldo Negri Júnior e muitos outros.
Coleta de dados – Espera-se que as equipes que concentram seus treinos em Interlagos levem alguma vantagem inicial devido a um desenvolvimento mais detalhado do acerto. Mas a briga deve ser intensa: “O grid pode até ser formado por muitos novatos, mas todos estes treinos sofisticaram a pilotagem dos participantes; todos terão pelo menos muitas horas ao volante dos F-3”, resume Rodolpho Santos. “Interlagos, no entanto, é uma pista na qual praticamente todos nós já competimos. Isso também deve ajudar a termos um fim de semana bastante disputado. A diferença é que quem concentrou seus treinos lá já tem o ajuste fino mais adiantado. Essa será a grande preocupação das equipes que têm pista-sede em outros traçados, como a nossa: nos primeiros treinos, vamos nos concentrar em andar bastante e coletar dados para só depois pensarmos em marcar tempos velozes”, detalha o piloto da Neo Química/ Palu Suisse/ Wurth.