Neste final de semana do dia dos pais a Fórmula Futuro, categoria escola do automobilismo brasileiro, desembarcou pela segunda vez da temporada no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, para as disputas da quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Na programação estiveram as corridas válidas pela sétima e oitava etapas.
O piloto mineiro Guilherme Silva (Mymax | Info2) foi à Interlagos com o objetivo de recuperar a liderança da competição, mas, com problemas mecânicos durante toda a programação, teve literalmente que suar o macacão para que não perdesse ainda mais espaço para a primeira posição do certame.
Desde as primeiras sessões livres o carro 14 não rendia o mesmo que o de seus principais concorrentes. Após analisar a telemetria de seu equipamento em comparação ao desempenho dos outros pilotos, foi detectado que Silva realmente tinha um problema de motor e era quase 10km/h mais lento nas retas. Inconformado com a situação o piloto procurou os técnicos da JL, equipe que cuida de todos os carros do campeonato, e solicitou a troca do motor. O equipamento foi substituído, mas mesmo assim Guilherme continuou mais de um segundo mais lento por volta.
Após uma sexta-feira de problemas e a promessa de uma segunda troca de motor para as atividades do dia seguinte, os técnicos da JL apresentaram para Guilherme um carro com o terceiro motor na manhã de sábado. O conjunto continuou não correspondendo às expectativas do jovem mineiro e, mesmo diante de todo o seu esforço, não conseguia acompanhar os concorrentes no traçado. Assim, na tomada de tempos, com a marca de 1m47s111, Silva ficou apenas com a oitava posição do grid de largada, sendo, novamente, mais de um segundo mais lento que o pole-position.
Sem expectativa de melhoras, os mecânicos trocaram então o câmbio de seu carro. Assim, Silva alinhou seu carro no grid. Após uma largada agressiva o piloto superou dois concorrentes, pulando para o sexto lugar. Duas voltas depois, aproveitando-se ao máximo do vácuo proporcionado pelo carro dos concorrentes, Guilherme conseguiu superar mais um piloto, chegando ao quinto lugar. Já distante do restante do pelotão o piloto somente podia contar com a sorte e, desta vez, isto aconteceu. Com as quebras de Luir Miranda e Victor Franzoni, Guilherme conseguiu chegar ao terceiro posto e, assim, permaneceu até a bandeirada. Guilherme Salas venceu.
No domingo Guilherme chegou à Interlagos para a última corrida e os pessoal de apoio da JL havia trocado os principais componentes da suspensão. Segundo eles não havia mais nada a ser feito. Porém, na corrida, o que se viu foi novamente o piloto de Belo Horizonte muito distante de seus adversários diretos pelo título. Muito profissional, Silva fez o que pôde. Largou de quinto, chegou a estar na terceira posição, mas com o carro inferior,não conseguiu suportar os ataques e acabou recebendo a bandeirada no quarto lugar. Jonathan Louis venceu.
“Não sei o que pode ter acontecido no meu carro. Saí de Londrina com um equipamento extremamente rápido e que ganhei a corrida com ele. Não treinamos desde então e, ao chegar aqui em São Paulo, o carro estava muito mais lento que o dos demais. Diante de nós os mecânicos até se empenharam para tentar descobrir o que poderia estar errado, mas não tem explicação uma coisa assim. Estou desapontado, mas continuo na luta pelo título. Continuo na vice-liderança, mas nos restam apenas duas rodadas e precisarei estar muito rápido para conseguir reverter o mau resultado deste final de semana”, resignou-se o piloto de 17 anos.
Após oito etapas o Campeonato Brasileiro de F-Futuro está assim: John Louis, 91 pontos; Guilherme Silva, 83; Luir Miranda, 74; Guilherme Salas, 52; Felipe Donato, 50; Eduardo Banzoli, 48.